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e histórico português, já de si tão escasso, ficou mais pobre.

Estão lamentavelmente aferrolhados, longe da nossa

vista, além de peças de alta valia, todos os importantes

documentos referentes ao único Prémio Nobel de que

Portugal se pode vangloriar.

Sr. Miller Guerra: V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

Sr. Miller Guerra: - Na qualidade de discípulo,

amigo e admirador de Egas Moniz, não posso deixar de

apoiar as palavras do Sr. Deputado Lopo Cancella de

Abreu.

A ciência portuguesa, a Nação, o mundo, devem a

Egas Moniz serviços inestimáveis, e não é de mais que

o Estado tome à sua conta a manutenção do Museu

que conserva e perpetua a memória do grande cientista,

do granule português e homem público.

O Orador: - Muito agradeço ao ar. Deputado Miller

Guerra a valiosa achega que quis tnazar às minhas

considerações.

O último antigo dos estatutos da Fundação Egas Moniz,

o 20.º, admitia que, em caso do força maior,

mas mantendo sempre as disposições testamemtarias, o

seu património revertesse para o Estado. Julgo que foram

já feitas diligências nesse sentido junto do Ministério

da Educação Nacional. E eu, desta tribuna, como Deputado

por Aveiro, como amigo e discípulo, que fui, de

Egas Moniz e, acima de todo, como português, desejava

solicitar a sempre benevolente e interessada deferência

do Ministro Veiga Simão paira que, o mais rapidamente

possível, o Museu de Egas Moniz reabra as suas portas.

Assim o exige o nome de um sábio que tanto honrou

Portugal e assim o impõe a premente necessidade de

aumentar, cada vez mais, a cultura artística da nossagente.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Correia das Neves: - Sr. Presidente, Srs. Deputados:

Na minha intervenção de 10 de Dezembro último,

com vista a chamar a esclarecida atenção do Governo

paira alguns problemas e interesses do Baixo Alentejo,

tive oportunidade de salientar a particular importância

que revestem, sobremaneira, na conjuntura turística

actual, es ligações por esteada entre Beja e Sevilha, dando

conta, ao mesmo tempo, das más características de viação

da esteada da fronteira luso-espanhola de Ficalho à

dita e famosa cidade de Serrilha.

Por amável cuidado do Sr. Embaixador de Espanha,

o assunto foi levado a consideração de S. Ex.ª o Ministro

das Obras Públicos do país vizinho, D. Fernandez de La

Mora, que Be dignou prestar a melhor atenção ao problema

e fazer seguir pronta informação até junto do seu

ilustre colega português, Engenheiro Bui Sanches, que,

amavelmente também, se apressou a dar-mos conta dela.

Ai se esclarecem diversos pormenores relativos à rodovia

em questão, a cuja melhoria e conservação o Governo

Espanhol vem atendendo com as verbos ordinárias, realizando-se

alargamentos em alguns pontos, e em tal linha

prosseguirá, já que as consignações especiais do próximo

quadriénio estão comprometidas com estradas de tráfegosuperior.

No entanto, tal como textualmente nos é informado,

o Ministro das Obras Públicas de Espanha, compartilhando

o justificado interesse de aumentar e melhorar os

DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 150

acessos a Portugal, deu instruções ao departamento da

Dirección General de Carreteras para que, na medida do

possível, se vá melhorando a via, com alargamentos da

faixa e doa pontões e acondicionamento de curvas,

ordem de perigosidade, para melhorar os condições da

rodovia, em benefício de um tráfego que, tal como as

autoridades espanholas "também expressamente reconhecem,

há-de crescer nos próximos snos, por razões

principalmente turísticas.

Por agora, cumpre-me manifestar, tanto ao Sr.

Ministro das Obras Públicas de Espanha, como ao Sr. Embaixador

do pais vizinho, o meu muito "preço pela solicitude

que lhes mereceu o problema, que, se reveste importância

para os dois países, tem particular significado porá a

região do Baixo Alentejo, que aqui representamos.

Sabemos igualmente que a ele dedicará a melhor atenção

o Sr. Ministro das Obras Públicas de Portugal, que

tanto interesse vem manifestando pelo Alentejo, o que

nesta oportunidade me apraz registar e agradecer.

E, com efeito, mais uma vez se afirma assim o salutar

espírito de cooperação nas relações entre os dois Governos,

que vem tendo, ultimamente, em alguns domínios, resultados

práticos mais esclarecidos, de que é exemplo recente

recente a conclusão das diligências e trabalhos preliminares

com vista à construção da ponte Algarve-Aiamonte, que,

segundo se prevê, será em breve uma realidade.

Que dessa louvável colaboração possa colher benefícios

mais directos o meu distrito de Beja - é o apelo que

dirijo a ambos os Governos, exprimindo desde já, como Deputado,

o nosso agradecimento pelo que possa ser feito

em tal sentido, a começar pela beneficiação dos ligações

Beja-Sevilha.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Alberto de Meireles: - Peço a palavra.

Pausa.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Alberto de Meireles

pediu a palavra?

Sr. Alberto de Meireles: - Se V. Ex.ª ma dá, será

para interrogar a Mesa, portanto com precedênciaregimental.

O Sr. Presidente: Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Alberto de Meireles: - Sr. Presidente: Constou-me

que um ilustre Deputado pertencente ao círculo

pelo qual também eu fui eleito foi convocado para prestarserviço militar.

Desejo interrogar V. Ex.ª e a Mesa sobre se está

assegurada a presença desse Deputado, como entendo que o

deve ser, para exercício e cumprimento do seu mandato.

O Sr. Presidente: - Em resposta à pergunta de V.

informo que o Sr. Deputado Pinto Machado Correia da

Silva, efectivamente eleito pelo círculo do Porto, de que

V. Ex.ª é também um dos representantes, me comunicou

no princípio da semana passada que havia sido

mobilizado para prestar serviço militar no quadro de comple-mento.

VV. Ex.ªs sabem perfeitamente que a qualidade de

Deputado não inibe o dever da prestação de serviço

militar, e eu, pessoalmente, creio que está certa essa isenção

de privilégio.