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4500 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 221

julgo até que no resto do País, vivem afectadas pelas anomalias dos serviços públicos de comunicações.
A zona norte do Alto Alentejo, mercê do esforço do Governo na criação de infra-estruturas, trilha caminhos diferentes dos percorridos anteriormente, os quais lhe possibilitam descobrir novos horizontes e são prelúdio do raiar de novos dias.
No entanto, triste é dizê-lo, pioram de dia para dia os serviços de comunicações, e sem estas não é possível haver verdadeiro progresso.
O Governo, ao conferir regalias e protecções especiais às empresas, fá-lo na esperança e convencimento que resultarão daí benefícios para os seus utentes, mas muitas delas, em certos aspectos, mostram-se incapazes de corresponder àquilo que é lícito exigir-lhes.
O drama de quem tem de utilizar, como elemento de trabalho, o telefone, é verdadeiramente assustador e creio mesmo que dentro em breve será causador de grande número de doenças nervosas, a pedir internamento imediato...
São horas consecutivas, horas de enervamento e de perda de tempo, que se gastam à espera de uma ligação telefónica e atinge-se o auge quando se trata de contactar Lisboa!
E quando se consegue o quase milagre da ligação, a alegria é às vezes momentânea, pois passados os primeiros segundos, desaparece o interlocutor e a voz da telefonista de serviço informa, em tom mais ou menos agradável, que tem de se esperar mais algum tempo, porque o "automático" desligou.
Abençoados automáticos que só são precisos e seguros na facturação das chamadas...
Como exemplo, entre muitos outros com que poderia ilustrar as minhas afirmações, refiro apenas um:
Em Outubro passado, durante cinco dias consecutivos, das 10 às 17 horas, apenas com a interrupção da hora do almoço, tentei ligação com um serviço oficial cuja sede é em Lisboa, e com o qual tinha assunto urgente a resolver.
Pois para conseguir os meus intentos, tive de, ao cabo desse tempo, deslocar-me, de automóvel, à capital, como único processo de falar com os serviços referidos.
E repare-se, as chamadas feitas tiveram sempre a indicação de oficiais - urgentes!
Faço aqui um parêntesis para prestar homenagem à quase totalidade das telefonistas da minha zona, pois normalmente são elas as primeiras vítimas do mau serviço da empresa a que pertencem e da má disposição dos assinantes.
E que dizer da situação da população da quase totalidade das sedes de freguesias rurais, que, a partir das 18 horas, se vê privada, por encerramento dos postos, de contactar com o resto do País?
Em região cuja cobertura médica é deficiente, vislumbram-se facilmente, para além do mais, os inconvenientes gravíssimos que resultam de tal horário.
Se o facto se verifica num sábado, após as 18 horas, só na segunda-feira seguinte, depois das 9 horas, se poderá utilizar o telefone.
Mas como será lícito pedir mais aos encarregados dos postos de correio, se já são obrigados à prestação de oito horas de serviço, mediante a gratificação de 60$ mensais e 200$ de subsídio de instalação, como relata um desses encarregados, oriundo de Ribeira Seca, nos Açores, na revista Observador, no seu n.° 101?
Não podemos continuar assim.
O País não pode estar à mercê de empresas que não satisfaçam e correspondam aos justos interesses do público, nem podemos calar por mais tempo o nosso protesto contra uma situação que, no momento presente, bem pode considerar-se caótica e insustentável.
E os ventos também não correm de feição, pelo menos no Alto Alentejo, para os utentes dos serviços públicos de camionagem, cuja empresa, a única existente, alegando o aumento dos encargos, deliberou, pura e simplesmente, suprimir todas as carreiras que efectuava aos domingos e dias feriados.
Nem ainda são favoráveis aos que usavam como meio de transporte o comboio, pois a C. P. também deliberou suprimir a ligação para Eivas do comboio que parte de Lisboa (Santa Apolónia) às 18 horas e 45 minutos e deixou de partir daquela cidade o que ali tinha início às 5 horas e 50 minutos.
Como VV. Exas., Sr. Presidente e Srs. Deputados, vêem, um vento ciclónico varreu os serviços de comunicações do distrito de Portalegre!
Desta bancada, num apelo veemente, solicito ao Governo que as anomalias que referi sejam fruto de imediato inquérito, a fazer pelos serviços competentes, e que se respeitem os interesses das empresas, desde que estes se não sobreponham ou asfixiem os justos e sagrados direitos da população para cujo serviço foram criadas, ou não tenham em consideração o salário justo dos funcionários que as servem.

O Sr. Pinto Machado: - Sr. Presidente: Eu era apenas para dizer o seguinte: há pouco, depois dos esclarecimentos de V. Exa., ia pedir a palavra para agradecer a atenção que V. Exa. teve em prestá-los e declarar que tinha considerado útil que o debate se tivesse estabelecido sobre esse ponto.
Muito obrigado.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado: Peço a V. Exa. que me desculpe por não ter notado a sua intenção de usar da palavra. Tinha-lhe prestado os meus esclarecimentos sobre um pedido de informações que V. Exa. fez à Mesa e julgava realmente não merecer nenhum agradecimento por isso. Mas o que eu mais desejaria era que V. Exa. não pudesse pensar que eu desatendera uma intenção de V. Exa., como de qualquer Sr. Deputado, para usar da palavra.
Agradeço os vossos agradecimentos, que, repito, não me pareciam devidos e peço desculpa se realmente lhe dei a impressão de ter sido menos atento para com o vosso propósito.

O Sr. Alberto de Alarcão: - Noticiaram os jornais da passada semana que cerca de 200 000l de vinho verde chegados a Luanda no navio Nova Lisboa e consignados a uma empresa local provocaram acesa controvérsia entre as autoridades aduaneiras, a Delegação de Saúde e os importadores interessados.
Declarados como "impróprios para o consumo", 198 000l do vinho a granel que o navio transportava