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4912 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 244

O Orador: - Lembro estes factos porque talvez deles possa melhor ressaltar a força nacional que representa este meio milhão de homens que já são os antigos combatentes. Pertencem à mesma linhagem dos que se bateram além-mar sob as ordens de D. Carlos; daqueles que, com a I República, partiram para França ou para África defendendo as mesmas terras portuguesas; daqueles ainda que, com o novo Regime, sob os Governos de Salazar ou de Marcelo Caetano, partiram no cumprimento da mesma missão.
Por isso, eu creio poder concluir, também, que a política nacional, que o Chefe do Governo, tão firme e lucidamente ainda há pouco voltou a recordar, encontrará sempre no povo o mais inequívoco apoio, pois, nesta matéria, estes homens são, sem qualquer dúvida, os seus mais qualificados representantes: de todos, foi sobre eles que pesaram os maiores sacrifícios.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A Liga dos Combatentes agrupa três gerações: os da 1.ª Guerra Mundial, seus fundadores, os expedicionários da 2.ª Grande Guerra e os das actuais campanhas da Guiné, Angola e Moçambique. Foi fundada para cultivar o patriotismo; dar a conhecer no País ou no exterior o que é a Pátria Portuguesa; fomentar a cultura; defender junto do Governo os interesses dos combatentes.
Deter-me-ei, apenas, em duas destas missões.
Em apoio dos combatentes tem já a Liga,, desde há muito, larga e valiosa obra. São, contudo, notoriamente escassos os seus meios e as suas possibilidades, apesar do apoio que tem encontrado nos mais diversos sectores, públicos e privados, muito particularmente nos departamentos militares. Tudo o que se fizer, todavia, para lhe reforçar os meios de acção e para fortalecer o seu prestígio, será uma, forma também de apoiar e prestigiar os combatentes.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Roboredo e Silva: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Roboredo e Silva: - Associo-me inteiramente, de todo o coração, às considerações que V. Exa. está a fazer, tão justas, tão judiciosas, a propósito de um aniversário notável da vida dessa extraordinária organização patriótica e de benemerência que é a Liga dos Combatentes. Penso que esta organização merece o respeito, a consideração e o apoio moral e material de todos os bons portugueses.
Muito obrigado.

O interruptor não reviu.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Barreto de Lara: - V. Exa. dá-me também licença que intervenha?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Barreto de Lara: - Eu iria ura bocadinho mais longe do que o Sr. Deputado Roboredo e Silva, porque entendo que esses 500 000 homens que V. Exa. Já referiu, em toda a contextura política do País, têm uma palavra a dizer, uma palavra definitiva, pois foram aqueles que deram a sua vida, os seus corpos, os seus sacrifícios, e alguns saíram de lá mutilados, em defesa da causa comum da Nação Portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Barreto de Lara: - Portanto, eu iria muito mais além, e não posso, neste momento, deixar de recordar que já nesta Casa pedi que se repusesse em vigor o Código de Inválidos.

O Orador: - Falarei disso a seguir.

O Sr. Barreto de Lara: - Ora isso ainda não foi feito, se não me engano, o que lamento profundamente. Mas, repito, em qualquer situação política deste País, a última palavra cabe exactamente a esses homens que deram todo o seu sacrifício em defesa da unidade da Nação Portuguesa.
Muito obrigado.

O interruptor não reviu.

Vozes: - Muito bem! Muito bem!

O Orador: - Muito obrigado eu, Sr. Deputado.
Não é esta a ocasião própria para abordar, com mais pormenor, os modos possíveis de fazê-lo. Mas, porque de entre os combatentes, a primazia nas nossas e suas preocupações irá certamente para aqueles que ao serviço do País consumiram parte, por vezes tão grande, da sua própria integridade física e que, assim, total ou parcialmente se incapacitaram para assegurar o seu futuro, eu pergunto se não estaria indicado que à Liga fossem oficialmente atribuídas funções e dados meios de ocupar-se muito especialmente dos mutilados de guerra?
Seria esta uma boa forma de deixar marcada por medidas práticas a celebração deste cinquentenário, ainda que outras soluções mais amplas devessem também encarar-se com urgência, como seja a esperada publicação do Código de Inválidos, que tão justo e tão necessário se torna.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O seu apoio através das estruturas correntes dos serviços, por melhor boa vontade que exista -e penso que ela não tem faltado -, não é suficiente para resolver este problema.
Pode ser que haja, para já, melhores soluções do que aquela que proponho; mas, com esta ou com outra, o que me parece essencial é que homens que tanto deram ao País sintam bem vivamente que não são esquecidos os seus sacrifícios.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Cultivar o patriotismo - outra das missões da Liga -, cultivam-no os combatentes com o seu exemplo e a sua presença. São já centenas de milhares de homens a haverem sacrificado anos da