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236 I SÉRIE -NÚMERO 9

nal de Eleições ao Conselho Superior de Magistratura; quando tudo isto acontece, não podemos deixar de denunciar, com clareza, que se trata de um ataque planeado aos direitos legais da UDP que, além de deter a maioria na Junta de Freguesia de Machico, dispõe ainda de 3 vereadores revolucionários na actual Câmara de Machico. Trata-se de um ataque à liberdade eleitoral, que põe em causa as próprias eleições nos concelhos de Machico e Santa Cruz.
Entretanto, enquanto o Tribunal do Seixo! - onde de facto a UDP apresentou com algum atraso as suas candidaturas ao concelho de Sesimbra - o juiz se mostra irredutível, a AD é tratada de forma totalmente diversa em Vila Verde e Guarda.
Estamos, com mais esta confirmação da perseguição política às candidaturas revolucionárias da UDP, numa situação onde não pode haver dúvidas quanto à configuração da burla eleitoral, para a qual sempre alertámos os trabalhadores, os democratas e os antifascistas.
Com a AD no poder, estas eleições autárquicas serão transformadas numa burla!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A campanha da AD está em marcha, o que quer dizer que só temos a esperar ainda mais prepotências, arbitrariedades, cumplicidades, conluios e compadrios.
A maioria reaccionária que ontem deixámos aqui a falar sozinha com o seu - exclusivamente seu - Governo, já pôs em acção toda a teia que laboriosamente foi tecendo à custa de tachos e sinecuras, ou, simplesmente, aproveitando a inércia reaccionária do aparelho de Estado, o não saneamento devido das instituições e das estruturas, a recuperação integral de pides, bufos e fascistas.
Um olhar descuidado pelas listas do CDS, irá reconhecer centenas de dignitários do fascismo, preparando-se para o assalto formal das autarquias.
Enquanto Alfaia, Proença e Governo foram ontem aqui cilindrados, reduzidos àquilo que são - um grupo de tachistas sem escrúpulos, nem dignidade para governarem - a TV, como se nada se passasse, continuava a sua tarefa obscurantista e manipuladora, ao serviço da burla eleitoral.
Foram ouvidos, pela fulgurante carreirista Margarida Marante, num programa sobre as eleições autárquicas, representantes da AD, do PS e da APU, sob a alegação de pertencerem às 3 coligações concorrentes.
A UDP que é um partido com representação parlamentar, que apresenta 9000 candidaturas a nível nacional; a UDP que apresenta uma alternativa revolucionária, transformadora: a UDP que não claudicou nem conciliou face à investida direitista e reaccionária; a UDP que é o único partido que não se meteu na caldoça fétida do 25 de Novembro; a UDP que aponta aos trabalhadores e a todo o povo, o caminho da luta determinada em torno de uma política combativa e independente, para se sair do buraco de miséria, repressão, dependência e ameaça de guerra em que reformistas, liberais e reaccionários meteram o nosso país; a UDP, o único dos chamados pequenos partidos com representação parlamentar que se apresenta sistematicamente ao eleitorado com as suas próprias bandeiras, a sua própria face, confrontando directamente as suas propostas revolucionárias com o voto dos trabalhadores. A UDP, por isso mesmo, não teve acesso a esse debate televisivo, como não teve a praticamente todos os outros que a «TV Proencista» promove.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O carácter antidemocrático de que se revestirão as eleições com a AD no poder, não assenta apenas na demagogia, nem só na manipulação, arbitrariedade ou marginalização de forças políticas revolucionárias. Tem como vector privilegiado a repressão. A repressão sobre os trabalhadores em geral e, em especial, sobre a sua vanguarda, a classe operária.
A repressão que se exerce ao nível da organização do trabalho, dos lacaios e gorilas patronais, do despedimento selectivo ou indiscriminado, da perseguição sistemática dos representantes dos trabalhadores; mas também, a repressão organizada ao nível do poder de Estado, a repressão governamental através dos seus esbirros, dirigidos por esse outro avatar da desgraça política, da paranóia antigolpe, o Ministro Angelo Correia.
Aquilo que recentemente se passou na Siderurgia Nacional, com a GNR assaltando uma empresa de vanguarda, com milhares de operários, é um salto qualitativo na escalada fascizante do Governo.
Trata-se, de facto, de preparar o regresso ao fascismo,, de criar todas as condições para a repressão sistemática e indiscriminada sobre a classe operária, sobre os trabalhadores.
Os governantes AD, os senhores da CIP e da CAP, lambuzados de luxúria, solidários na corrupção, estão decididos a não largar o poleiro, nem o tacho, nem a teta onde mamam, obscenamente.

Risos do PSD.

Por todas as razões conhecidas e por mais uma, é que, cada vez mais - cada hora que passa - estão mais enterrados no crime contra a economia, contra os trabalhadores, contra o povo, contra a liberdade.

O Sr. Santana Lopes (PSD): - Contra o Tomé!

O Orador: - E sabem que os operários não lhes perdoarão!
Por isso, desesperam e refinam na resistência e na violência. Não nos iludamos que eles não caem facilmente, por mais apodrecidos que estejam.
Como há poucos dias aqui afirmei, a classe operária tem de compreender a real dimensão da ofensiva reaccionária e onde ela levará, se os operários não derem a devida resposta.
O que se passou na Siderurgia, repito, não pode ser minimizado. Tem de ser tido na devida conta. Os operários têm de organizar a sua autodefesa e unirem-se, em tomo de uma política revolucionária.
O ataque à vanguarda revolucionária, no Machico e à vanguarda operária na Siderurgia, configuram, com clareza, a escalada fascizante da AD.
Esta escalada é fruto da revisão reaccionária da Constituição, da aliança do PS com a AD e da expectativa em Eanes fomentada pelo PCP.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A UDP chama os antifascistas e democratas à unidade no protesto contra a burla da AD.
Hoje, somos nós, os revolucionários. Amanhã, toda a oposição será atingida.
A UDP chama todos os trabalhadores à solidariedade, à unidade e à preparação de uma greve geral, mais ampla e radica], que derrube este Governo antes das eleições.
Só reforçando a unidade popular para pôr em prática uma política independente, só reforçando a UDP, se garantirá uma oposição firme, coerente e combativa à política da AD. E só assim se preparará para os operários, que hoje são os mais atacados pelo capital e pela