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30 DE NOVEMBRO DE 1982 673

dores da TAP? Achava bem que o Governo quando tivesse de nomear, por exemplo, o Director-Geral dos Transportes devia ouvir os trabalhadores da Rodoviária Nacional?

Risos.

Na sua perspectiva talvez... na nossa não porque temos uma concepção de Estado diferente e porque nós, apesar de o Sr. Deputado dizer que o Governo em 1984, já não será AD, temos a certeza do seguinte: com mágoa, em 1984, quer queiramos, quer não, vai haver deficientes... mas tenho a certeza plena de que o governo AD - tenho a certeza que vai haver governo AD - vai deixar o caminho aberto para que os deficientes estejam cada vez mais integrados na sociedade e para que os deficientes sejam membros de pleno direito dessa sociedade. Os deficientes têm direito a ser seres normais na nossa sociedade e a serem tratados como homens normais.
Deixe-os ser deficientes porque eles não querem outro estatuto!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador. - Quanto ao Sr. Deputado César Oliveira - salto o Sr. Deputado Vidigal Amaro, porque ele colocou-me outro tipo de questões - queria dizer o seguinte: o Sr. Deputado, com o seu ar bastante risonho e brincalhão e com a amizade que nos liga, veio levantar aquelas questões políticas para ver se eu me «estendia»... mas também lhe vou responder!
O Sr. Deputado perguntou-me se eu estava a admitir a possibilidade de ser, ou se sou, antipartidos políticos. O Sr. Deputado, pois é evidente que não sou, estou integrado nesta bancada porque faço parte de um partido político.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - V. Ex.ª é que talvez não seja bem a favor dos partidos políticos porque V. Ex.ª faz parte de um minúsculo partido que, de um momento para o outro, pode deixar de existir, e sendo assim V. Ex.ª fica, de um momento para o outro, sem partido. Não é o nosso caso. Nós, felizmente, somos o maior partido e continuaremos a sê-lo.

Aplausos do PSD.

Quando V. Ex.ª refere o caso de eu ter dito «cesta AD» devo esclarecê-lo do seguinte: quando eu disse «esta AD» - tenho de me penitenciar porque houve uma lacuna da minha parte - devia ter dito que ia citar as palavras proferidas pelo Deputado Vidigal Amaro na sua intervenção. Mas, Sr. Deputado, esta AD existe, é esta que temos, boa ou má é esta que temos...

O Sr. Silva Marques (PSD): - É boa!

O Sr. Jaime Gama (PS): - Boa ou má?

O Orador: - Para V. Ex.ª há duas ADs: a nossa e a que V. Ex.ª não queria que existisse.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Nós continuamos a exigir que ele continue a existir para bem de Portugal e dos portugueses!

Aplausos do PSD e do PPM.

Sr. Deputado Vidigal Amaro, estranhei, para mim foi uma certa surpresa, que V. Ex.ª não tivesse retomado as questões que tem vindo a defender ao longo das duas últimas sessões, nomeadamente a questão do dinheiro. Sendo assim, estou satisfeito na medida em que a minha intervenção foi suficientemente clara e precisa para lhe responder.
V. Ex.ª colocou o problema de o Conselho Nacional dos Deficientes não funcionar. Mas, Sr. Deputado, é uma constatação, ele não funciona... em Junho não reuniu, em Julho não reuniu, em Agosto não, em Setembro não, em Novembro não e, creio, que em Dezembro não. Esta é a prova mais evidente, mais cabal, que nos diz que o órgão não existe visto que ele não reúne.

O Sr. Mário Tomé (UDP): É sabotado por vocês para acabarem com ele!

O Orador: - É um órgão que só existe no papel. VV. Ex.ªs estão apegadas a ele mas a nós isso não nos interessa.
O Sr. Deputado referiu a seguir as passeatas que se fazem lá fora. Mas, Sr. Deputado, as passeatas não são feitas pelos deficientes! Lembro a V. Ex.ª que o Secretário Nacional - e V. Ex.ª sabe-o - é um deficiente e foi por intermédio dele, por aclamação e unanimidade, que Portugal foi escolhido para aqui se realizar em 1984 o Congresso que referi na minha intervenção.
Sr. Deputado, a questão é outra e nós vamos ser claros de uma vez por todas porque temos de, esclarecer o povo português, e eu faço questão disso pelo menos enquanto aqui estiver.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Pergunto-lhe: não estará V. Ex.ª a esconder que o PCP pretende que os deficientes ,das Forças Armadas continuem a ser uns privilegiados? V. Ex.ª não quer que eles fiquem fora da alçada ido Secretariado. É ou não é isto, Sr. Deputado?
Ainda este ano foram dados para os deficientes das Forças Armadas 30 000 contos. Mas há mais, e tem graça que só foram contempladas 3 organizações que são
pró-PCP, digo-o com todo o respeito V. Ex.ª sabe que o tenho!

Risos.

Por exemplo, a Acção Portuguesa dos Deficientes levou mais de 5 000 contos, a Acção Nacional dos Deficientes e Sinistrados do Trabalho, com sede no Porto, também levou uns milhares de contos e o que é certo é que as outras organizações quase não foram consideradas.
Mas para demonstrar que sem olhar a cor ou a coloridos, não estou nada magoado por uma associação levar 30 000 contos - tenho é pena que a distribuição não seja mais equilibrada e equitativa...