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1138 I SÉRIE -NÚMERO 33

Sr.ª Deputada do MDP/CDE disse, não tenho que pronunciar-me. Eu dou a minha opinião - ela está expressa na minha intervenção-, não nos competindo, naturalmente, dar quaisquer esclarecimentos sobre intervenções de outros partidos.
Quanto à questão da unificação das lutas e de uma greve geral, o que o PCP tem a dizer é que os trabalhadores têm demonstrado, ao longo dos anos, capacidade de luta e de organização, tendo as suas organizações de classe: comissões de trabalhadores, sindicatos, central sindical. Daí que a muita confiança que temos na classe operária nos leve a sentir e a dizer que competirá aos trabalhadores, através das suas organizações, definir as formas de luta que entenderem como mais adequadas. E naturalmente que daremos o nosso apoio aos trabalhadores nas suas lutas.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito é que a Sr.ª Deputada deseja usar da palavra?

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Como fui mencionada pelo Sr. Deputado Mário Tomé, gostaria que o Sr. Presidente me concedesse a palavra.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, o simples facto de ser mencionada não lhe dá o direito a usar da palavra.
O Sr. Deputado Mário Tomé fez perguntas ao Sr. Deputado Artur Rodrigues e o facto de se ter referido à Sr.ª Deputada, só por si, não justifica, segundo penso, o uso da palavra pela Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): Sr. Presidente, o que acontece é que eu quero protestar contra o que o Sr. Deputado Mário Tomé disse a meu respeito.

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada pede então a palavra para formular um protesto contra afirmações do Sr. Deputado Mário Tomé?

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Exactamente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Com certeza, Sr.ª Deputada. No entanto, peco-lhe que aguarde um momento, pois oportunamente lhe darei a palavra.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, peço a palavra para protestar relativamente às afirmações do Sr. Deputado Artur Rodrigues.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou usar a forma do protesto, se bem que de protesto se não trate exactamente.
Do que aqui ficou dito pode concluir-se que a UDP, em relação à luta dos trabalhadores, estaria numa atitude de desconfiança. Ora, não é isso. Em nossa opinião, as organizações de trabalhadores existem para levar à luta esses mesmos trabalhadores; contudo, não há organização de trabalhadores que possam levar àquilo que os operários e os trabalhadores precisam e que é a transformação da situação para atingirem o poder político sem política. E essa política é a dos partidos políticos.
Por isso é que eu, como representante de um partido político, me dirijo aqui directamente a representantes de outro partido político, dizendo que há que levar aos trabalhadores - através dos elementos destes partidos e dos simpatizantes que não têm partido, e por meio da proclamação e da propaganda de uma determinada política, a política de unificação - a política que os poderá levar a vencer os seus inimigos de classe, a partir-lhes a espinha e a alcançar os seus objectivos políticos. É que os trabalhadores têm objectivos políticos fundamentais e não podem reduzir a sua luta à luta de reivindicação económica ou de defesa do emprego, porque nestes sistemas, sabe-se perfeitamente, nunca o conseguirão. É a situação política que tem de ser mudada.
É por isso que entendo que os partidos políticos têm o dever e a obrigação de propagandear e agitar as organizações dos trabalhadores, levando para dentro delas a política que irá conseguir a transformação da situação.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rodrigues.

O Sr. Artur Rodrigues (PCP): - Sr. Deputado Mário Tomé, o seu protesto não me permite acrescentar muito em relação ao que já disse anteriormente.
Terminaria, contudo, com uma ideia reforçada que suponho que é importante: nós, PCP, temos muita confiança na capacidade de luta, na unidade e na combatividade dos trabalhadores através das suas organizações de classe. Temos mesmo muita confiança.
Daí que, embora tudo façamos e continuemos a fazer para apoiar e dinamizar, não deixemos de acreditar na sua capacidade organizativa, combativa, e no seu sentido patriótico que sempre demonstraram ao longo dos anos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura para formular um protesto em relação às afirmações do Sr. Deputado Mário Tomé.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Deputado Mário Tomé, queria apenas dizer-lhe que quando o Sr. Deputado se refere às intenções do Governo dizendo que elas são claras, estou de acordo consigo: essas intenções são, de facto, claras. Porém, na medida em que elas estão contra a realidade social, esvaziaram-se de conteúdo.
De resto, eu comecei por dizer que o povo português - e não tenho aqui o texto- esvaziou de conteúdo a AD. É que uma coisa são as intenções governativas e outra o conteúdo das acções que podem ser esvaziadas pela luta do próprio povo.
Num momento destes é difícil a comunicação através da linguagem nestas circunstâncias. Acabamos de ver agora mesmo que vieram aqui operários com a linguagem da fome, a quem nós respondemos com a linguagem do Regimento da Assembleia!

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura, na realidade, aproveitei o que tinha dito