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816 I SERIE - NÚMERO 23

acção do ministro de Salazar e exactamente pelas mesmas razões.
Quanto ao Plano do Mediterrâneo, li-o em francês - não sei se o ministro já sabia ler nessa altura porque é muito mais novo do que eu! -, ele foi feito em francês, era realmente crítico e nem sequer pensavam que fosse levado a cabo em Portugal porque não havia contexto político para o fazer. Mas, neste momento, temos uma revolução, temos uma democracia, e os ministros têm de ser claros nas suas acções.
Quando o Sr. Ministro diz - e está aqui escrito por si - "queremos, só na região norte, 200 000 empregos", é uma barbaridade!
Esses 200 000 empregos são os que são necessários ao País? Porque se no seu processo de profissionalização não há um planeamento, quando o Sr. Ministro me vem falar das comissões coordenadoras regionais, pergunto: quem é que define a política deste país? As comissões coordenadoras regionais chegam muitas vezes às escolas e impõem os cursos, outras vezes não satisfazem os cursos que os professores lhes pedem e, a maior parte das vezes, servem-se das oficinas que há e não têm em conta as necessidades económicas, porque o planeamento económico está por fazer em Portugal!
O Sr. Ministro afirma que deixou os técnicos de química porque há outras coisas mais modernas para fazer, embora a química seja importante, e eu vou-lhe referir outros cursos que penso serem igualmente importantes, por exemplo: silvicultura, 0 cursos; medidor orçamental, 0; técnico de fotogrametria, 0; técnico topográfico, 0; desenho cartográfico, 0; técnico de química, 3; assistentes de gestão, 3; técnico de informática e gestão, 2; cerâmica, 2; técnico de artes gráficas e comunicação, 1; técnico de equipamento, 1; técnico de têxteis, 3.
O grande montante é daqueles que já existiam no tempo do fascismo, que são: técnico de, instalações eléctricas, 26; manutenção mecânica, 30; técnicos de obras, 10.
Que espécie de ensino médio técnico-profissional se está a fazer em Portugal? É com este ensino que o Sr. Ministro entende que arranjamos condições para entrar, de cabeça erguida, na CEE? É com estes trabalhadores, assim especializados, nestas especializações?
Quando há feito um programa de melhoramento tecnológico, o Sr. Ministro põe-no de lado. Quando existem previsões do Ministério do Trabalho, o Sr. Ministro põe-nas de lado. E isto só porque quer assinar a sua obra pessoal e trabalhar para a glória do seu futuro! Não está a trabalhar para o seu futuro, muito menos a trabalhar para o futuro do País!

O Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado Soares Cruz.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Sr. Ministro da Educação, disse V. Ex.ª que parte das respostas seriam, a seu tempo, dadas pelos Srs. Secretários de Estado. No entanto, julgo que das questões que lhe pus há duas respostas que deveriam vir da boca de V. Ex.ª Aliás, destas questões uma tinha a ver com uma afirmação feita por V. Ex.ª que está relacionada com o encerramento da Escola do Magistério Primário. V. Ex.ª disse que foi culpa do anterior Governo e eu disse aqui claramente que também V. Ex.ª, em 10 de
Fevereiro de 1984, fez essa mesma afirmação! Portanto, eu apenas queria que o Sr. Ministro me dissesse se fez ou não essa afirmação.
A outra questão a que eu gostaria que o Sr. Ministro respondesse pessoalmente tem a exoneração do Sr. Professor Veríssimo Serrão. Enfim, se esta questão não merece resposta, então, devo entender que o assunto não tem importância. Contudo, para a região de Santarém teve-a porque justificou o encerramento de todo o comércio em atitude de repúdio pela atitude do Sr. Ministro ao exonerar o Sr. Professor Veríssimo Serrão através de um telex.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados chegámos à hora limite dos nossos trabalhos de hoje mas, antes de encerrar a sessão, o Sr. Secretário vai ler o expediente.
V. Ex.ª, o Ministro da Educação pediu a palavra?

O Sr. Ministro da Educação: - Era só para dizer à Sr.ª Deputada que aquilo que referi está escrito na minha intervenção, que trouxe preparada. Mas, se o Sr. Presidente me permitir, volto a ler.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, tenho de perguntar à Câmara se tal é possível, porque chegámos ao termo da nossa sessão.
Os Srs. Deputados não vêem inconvenientes em que o Sr. Ministro da Educação acabe de ler e faça uma intervenção, usando o tempo que for conveniente?
Como não há objecções, tem a palavra o Sr. Ministro.

O Sr. Ministro: - Na próxima década, e por ano, o número de jovens que vão entrar na vida activa pelo continente, de acordo com os pressupostos do estudo feito pela Comissão de Coordenação da Região Norte, será de 121 000. Ao Norte caberá 49% desse valor mas, dada a estrutura etária da sua população, será necessário criar aí 56,6% dos novos postos de trabalho. Eu não falei em 200 000 postos de trabalho, pois, na realidade, terão de ser criados mais de 300 000...

O Sr. Presidente: - O Sr. Secretário vai proceder à leitura do expediente.

O Sr. Secretário (Leonel Fadigas): - Deram entrada na mesa os seguintes projectos de lei números 404/III, da iniciativa do Sr. Deputado Carlos Nunes da Silva, do CDS, sobre a elevação de Cortegaça à categoria de vila; o 405/III, do Sr. Deputado Adriano Moreira e outros, do CDS, sobre o "Cheque de Ensino".

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a próxima sessão terá lugar amanhã, às 10 horas, com a mesma ordem do dia.
Está encerrada a sessão.

Eram 21 horas e 5 minutos.

Entraram durante a sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Socialista (PS):

Albino Aleixo Curto.
Alberto Rodrigues Ferreira Camboa.