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812 I SÉRIE - NÚMERO 23

lo que se pretende, qual o papel que se deseja fazer jogar as Forças Armadas, à revelia da Lei de Defesa Nacional e da própria Constituição da República.

O Orador: - Sr. Deputado, agradeço imenso a sua intervenção porque ela ajuda a precisar aquilo que eu disse. Aliás, como sabe, às vezes o receptor não capta tudo, como já aconteceu aqui, e daqui a pouco vou dar um outro exemplo de má captação.

Risos do PS e do PSD.

O que eu disse foi simplesmente isto: para encontrar técnicos, para se saber quem eram as pessoas competentes, pois nem eu nem a Sr.ª Secretária de Estado podemos julgar dessa competência - aliás, suponho que a Sr.ª Secretária de Estado será tudo menos alguém com vocação desse tipo...

Risos.

Fomos obrigados a consultar aqueles que são competentes. E não o fizemos, em termos de pedir a intervenção, pelo contrário, fomos nós - e eu gostava, que os Srs. Deputados soubessem isto - que escolhemos as pessoas. Porém, é evidente que, quando analisamos um "curriculum", temos de nos dirigir àqueles que são competentes para os analisar.
Já me tem acontecido a mim, como professor universitário, ter de recorrer ao parecer de elementos que não são da universidade para verificar se um determinado investigador que, por exemplo, quer fazer o mestrado, tem ou não tem competência.
A minha afirmação foi nesse preciso sentido.
Sr. Deputado Lopes Cardoso, conheço-o de longa data, aprecio a sua coerência e comungo exactamente das suas preocupações. Agradeço-lhe imenso que tenha levantado esse problema e agradeço também ao Sr. Deputado César Oliveira. Aliás, isto mostra que os pequenos partidos podem ter, de facto, nesta Assembleia e em certos momentos um papel de esclarecimento.

Risos.

O Sr. José Vitorino (PSD): - A UEDS nunca pensou ouvir isto!

O Orador: - Vou terminar porque penso que não posso deixar de delegar nos Srs. Secretários de Estado o encargo de responder a algumas questões que são importantes para a Assembleia da República e para a opinião pública portuguesa e, de outro modo, eles ficariam sem tempo para essas respostas.
Globalmente e só para terminar, quero dizer aos jovens deputados que intervieram, aos Srs. Deputados Luís Monteiro e Jorge Góis, que na realidade, em termos quer de estudantes quer dos jovens em geral, aquilo que eu disse na minha intervenção constitui o âmago da nossa política.
Nós não queremos, de maneira nenhuma, fazer uma política de juventude condicionante, paternalista. Queremos fazer uma política de juventude ouvindo as organizações juvenis.
Essas organizações foram ouvidas pela Comissão Interministerial, nalguns casos foram representadas indirectamente num conselho consultivo - que é da minha responsabilidade e para o qual, evidentemente, escolhi pessoas com afinidades. Mas devo dizer ainda que, inclusivamente, escolhi também para esse conselho pessoas do Partido Socialista que não são pessoas ortodoxas: escolher o Prof. Eurico de Figueiredo tem, para mim, um significado, que é o de que reconheço que o ex-deputado socialista desta Câmara é um grande especialista da problemática geracional. Por outro lado, estão também presentes no conselho jovens da Juventude Social-Democrata que, aliás, até têm posições diferenciadas, porque nós não escondemos que há pontos de vista diferentes.
Mas uma coisa é certa: é em termos de especialistas, de conhecedores dos problemas, que essas pessoas estão lá. Aliás, penso que foi esse o sentido que os Ministérios deram à nomeação dos respectivos representantes.
Quanto ao esclarecimento dado pelo Sr. Deputado Luís Monteiro, penso que V. Ex.ª já compreendeu que, na verdade, aceito a explicação que deu. Acho que é uma atitude correcta.
Quanto à política da juventude que vai ser realizada pelo Governo, como sabem, a Comissão Interministerial proporá aos ministérios, ao Primeiro-Ministro e ao Vice-Primeiro-Ministro algumas medidas e já tenho um indicativo de que a política de emprego, a política que está a ser seguida no âmbito da formação profissional e do ensino técnico, mereceu uma atenção especial da Comissão.
Podem crer que o mesmo acontecerá no que respeita a outros domínios que são mais difíceis de apreender como o da habitação, o da qualidade de vida e o do próprio ensino militar, que é um ensino que também deve ser valorizado.
Debruçar-nos-emos até sobre problemas de carácter mais geral, de política nacional, porque eu não quero fazer uma ofensa aos jovens portugueses, antes pelo contrário, respeito-os muito para saber que os seus lídimos representantes são capazes de ter uma visão política global integrada, como, por exemplo, alguns casos de autores de estudos que se debruçaram sobre o futuro da juventude portuguesa, que aqui tenho e podia apresentar.

Aplausos do PSD e de alguns deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Pediram a palavra para protestos, os Srs. Deputados César Oliveira, Nogueira de Brito, João Corregedor da Fonseca, Zita Seabra, Jorge Lemos, Carlos Brito, Helena Cidade Moura e Soares Cruz.
Tem, portanto, a palavra o Sr. Deputado César Oliveira.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Ministro, pelo sentido do meu protesto, V. Ex.ª vai certamente considerar que eu sou membro de um pequeno partido mal agradecido.

Risos da UEDS e do PCP.

Com a sua resposta às minhas questões, V. Ex.ª não disse nada, rigorosamente nada!
O Sr. Ministro deixou cair um caso escandaloso da política que vem prosseguindo, que é a atribuição de subsídios ao ensino particular, quando existem, na zona de influência desses estabelecimentos, escolas oficiais com professores, pessoal auxiliar e com instalações que não têm alunos.