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18 DE JUNHO DE 1985

global possibilitem. Há muitos, muitos outros traçados e ligações que não são secundários, antes sim de primordial importância pois servem interesses e aspirações concretas de regiões e populações do distrito e cuja realização é da mais elementar justiça.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em muitas e variadas zonas do distrito, quer junto ao litoral, quer nos concelhos intermédios, quer nos concelhos da zona alta, há todo um largo conjunto de vias em que, ou o traçado, ou o estado do piso, ou, a mais das vezes, os dois, se encontram em estado deplorável, constituindo óbice a um desenvolvimento mais amplo e pondo continuamente em risco a segurança dos cidadãos que, por força das necessidades, as têm de percorrer no dia- a- dia.

O Sr. Guerreiro Norte (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sem menosprezar nem secundarizar o estado em que se encontram vários troços de vários concelhos (lembro-me, por exemplo, da zona de Oliveira do Bairro e de Vagos), penso todavia que é o interior do distrito - até porque melhor o conheço a sua zona mais alta, mais serrana e por isso orograficamente mais difícil, o que se encontra em pior situação e assim a merecer uma mais cuidada atenção, quer por parte da Junta Autónoma de Estradas, quer por parte da Direcção de Estradas de Aveiro. Aqui é que os traçados são mais obsoletos, antigos de dezenas de anos sem que uma só reparação haja sido feita, as curvas sucedem-se às curvas, os buracos sucedem-se aos buracos, os estrangulamentos aos estrangulamentos.
Aqui os remendos substituem os remendos, e em muitos casos pouco mais resta já que um empedrado. A linha de estradas Castelo de Paiva - Arouca - Vale de Cambra - Sever do Vouga é o exemplo acabado do que se disse. E a verdade, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que o interior do distrito de Aveiro tem feito um enorme esforço de progresso que situações como as descritas acabam objectivamente por retardar. O meio de se lhes chegar e daí se sair é, por isso, imensamente mais difícil em relação a outros locais de percurso fácil. E deste modo o bloqueio é mais intenso e só a grande força de vontade e a grande capacidade de trabalho dos munícipes desses concelhos têm permitido ultrapassar dificuldades e distâncias. Por exemplo, a ligação de Castelo de Paiva a Arouca é de traçado difícil e ao concelho da Feira não é muito melhor - melhor, isso sim, até porque mais curta a distância, é ao distrito do Porto, concelho de Penafiel. As vias de acesso a Arouca são, na generalidade, bem difíceis, qualquer que seja a direcção, enquanto que os Arouquenses há muitos anos vêm solicitando uma abertura desbloqueadora em direcção a São Pedro do Sul, sem resultados. Sever do Vouga aguarda a via rápida Aveiro - Vilar Formoso.

O Sr. Guerreiro Morte (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Mas, entretanto, a sua ligação com Albergaria- a- Velha apresenta muitos pontos de grande risco e inadequação, enquanto que a sua saída rumo ao Norte, por Vale de Cambra, apresenta um estado verdadeiramente lamentável e lastimoso - sinuosa, trepidante, insegura, em muitos locais quase sem asfalto.

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Em todo este contexto merece alguma consideração o que se passa em Vale de Cambra. Faço-o apenas porque, sendo daí natural e aí residente, conheço particularmente bem a situação das rodovias do concelho. Aqui se entrecruzam harmoniosamente os sectores industrial e agrícola, aqui nasceram os lacticínios em Portugal, aqui floresce uma importante indústria de apoio ao sector leiteiro, aqui pontua um conjunto de empresas dos mais variados ramos cujo apetrechamento para os desafios da CEE é sobejamente reconhecido. Daí que muito em breve se vá realizar mais uma Lacti-Feira Nacional dos Lacticínios e a 4.8 Feira das Actividades Económicas, embora com um ano de atraso em relação à sua categoria de certame bienal. Mas, e como tive oportunidade de referir numa intervenção que nesta Câmara proferi em 23 de Novembro de 1982, ao progresso fruto do trabalho dos homens da terra não tem o Estado correspondido com a necessária criação das infra-estruturas de apoio - e nestas um largo destaque vai para as estradas. Recentemente foi adjudicada a rectificação da estrada nacional n.º 227 entre Vale de Cambra e São João da Madeira - e é de saudar o facto, fazendo justiça a todos os Valecambrenses que tão devotadamente ao longo de vários anos lutaram por esta obra.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Espera-se sinceramente que as obras não se arrastem indefinidamente ou não fiquem em simples plano de intenções. Seria contudo reducionista e pouco virada ao futuro a ideia de que assim as coisas se resolvem para Vale de Cambra. Ligada ao Norte, urge chamar a atenção e lutar desde já pela ligação adequada ao Sul, através da rectificação da estrada nacional n.º 224 que liga a Oliveira de Azeméis (concelho que reivindica, e justamente, a sua variante, e que se deseja possa ser concretizada em breve); e, de forma bem atenta e atempada, teremos todos que começar a pensar seriamente na ligação de Vale de Cambra à via rápida Aveiro - Vilar Formoso - uma ligação à via europeia de modo que o interior do distrito dela possa usufruir pois é imperioso, repito-o, criar condições de equilíbrio no desenvolvimento dos concelhos da parte alta do distrito.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Mudando um pouco de objecto, não quereria deixar de me pronunciar, ainda que resumidamente, sobre a situação em que vive actualmente a Uniagri, com sede em Vale de Cambra. Desde há muitos anos que este complexo agro-industrial, de elevado interesse para a lavoura de toda a região e não só do concelho, vem atravessando graves dificuldades. Não caberá por certo nesta intervenção dissecar as suas origens; pretendo apenas lançar desta Câmara um veemente apelo ao Governo, através da Secretaria de Estado do Comércio e Indústria Agrícolas, e às cooperativas que se esforçam pela viabilização da Uniagri, no sentido de tudo fazerem para que essa viabilização seja mesmo um facto.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O complexo, para além do interesse para a lavoura que já referi, tem também um profundo significado para o equilíbrio sócio-económico do concelho, para a própria continuidade da sua harmonia social e que até agora sempre tem conhecido. Daí que