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84 I SÉRIE - NÚMERO 4

Por isso o PS entende que chegou? a altura de o governo vir ele próprio corrigir aqui o Orçamento de Estado para 1989 vir ele próprio apresentar aqui a verdadeira política económica que vai seguir porque esta a que se encontra contida no Orçamento nem sequer tem possibilidade material de execução.
O PS não pode aceitar este estado de coisas e entende que a política de rendimentos e de preços que vai ser o aspecto fulcral do debate sobre a política económica do Governo para 1989 tem de ser pelo mesmo entendida com um mínimo de seriedade.
O que ela é neste momento é o resultado de mais inflação de mais impostos em consequência menos rendimentos de acordos com uma política de esmaga mento das classes médias que nada augura de bom para o futuro.

Vozes do PS: - Muito bem!

O futuro faz se com a força do trabalho da inteligência da cultura do mérito de dedicação e da vontade.
Esmagar as classes médias é também punir o trabalho punir a inteligência punir o mento e a vontade Esmagar as classes médias é também facilitar o dirigismo e o culto dos chefes Por isso mesmo basta o que basta.
O PS porque está com os trabalhadores porque vive com eles a ascensão na sociedade da aliança do trabalho da inteligência e da cultura interroga se este populismo tem a noção do que faz do mal que ocasiona ao pais quando estende toda a sua protecção aos ricos e toda a sua demagogia aos seus pobres.
Protecção aos ricos porque são cada vez mais poderosos. E o Governo tem medo do seu poder Demagogia aos pobres porque são cada vez mais numerosos. E o Governo tem medo do seu numero eleitoral.
Ora um Governo com medo dos muitos os e com medo dos muitos pobres é apenas um Governo com muito medo.

Aplausos do PS.

E um Governo a navegar à vista concedendo aqui demagogicando acolá falando grosso para afugentar o seu medo.
A política económica do futuro não pode ser a política do medo tem de ser a política da participação da solidariedade da inovação da libertação inovadora Ora não haverá participação não haverá solidariedade não haverá inovação nem libertação criadora com esta política económica do medo.
Por isso o PS interpela o Governo por isso o PS interpela também a maioria parlamentar que aliás está sempre de acordo com o Governo mas que neste caso talvez não esteja representativa como é dos queixumes da população que de facto não deverá ter deixado de lhe fazer chegar ao seu conhecimento a repulsa que esta política lhe merece.
O PS pergunta ao Governo se está disposto a mudar a política económica que está a seguir com tanta inconsciência Se o PS aqui vier obter a satisfação da sua pretensão o Governo só se honrará com isso e o Pais será melhor dirigido.
Para tanto é preciso que o Governo contra a sua política salarial que o Governo move socialmente e que entre decididamente na correcção da repartição dos rendimentos que vem deteriorando É preciso que o Governo acabe com a cobrança de dois impostos a partir de um só ordenado é preciso que o Governo remova o imposto furtivo que nos quer fazer engolir com a taxa de inflação de 6% 3. É preciso que o Governo seja outro diria Bom mas basta que seja este com menos medo demagogia e populismo.

Vozes do PS - Muito bem!

O Orador - É este o senado da nossa interpelação ao Governo.
Queremos respostas aqui e agora e de nada servirá virem dizer nos que esta política portuguesa é a melhor do mundo Melhor do mundo é o Benfica glorioso (mesmo quando perde. Mas esta política não.

Risos e aplausos do PS e do PRD.

O Sr. Presidente: - Inscreveram se para formular pedidos de esclarecimento - que terão lugar depois da intervenção do Governo - os Srs Deputados Vieira de Castro Oliveira Matos Carlos Carvalhas Marques Júnior e Guido Rodrigues. Para uma intervenção tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças (Miguel Cadilhe): - Sr. Presidente Srs Deputados Os factos são como são e contra factos não há discursos.
A propósito da interpelação do PS ao Governo penso que não haverá melhor resposta do que convidar os Srs. Deputados da revestira os últimos seis anos da eco norma portuguesa e se não se importam terei muito gosto em servir de guia.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PS: - Diga tudo!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (António Capucho): - É assim que vocês querem que decorra a interpelação!
Se querem ouvir tudo bem. Senão também sabe mos fazer barulho! Se logo no primeiro minuto começam assim!

O Sr. Jorge Sampaio (PS): - Não ameace que não estagno seu espírito! Sempre se fizeram apartes aqui.
O Sr Ministro dos Assuntos Parlamentares - Mas isso não são apartes.

O Orador: - Srs. Deputados do PS penso que deve haver um mínimo de elegância. Estamos aqui a vosso convite e respondemo-vos com um outro convite que consiste precisamente em visitar os últimos seis anos da economia portuguesa.
Portanto espero que preencham este convite pelo menos em silêncio tal como fizemos durante a primeira fase dos trabalhos. De qualquer modo depois terei muito gosto em responder aos vossos comentários e perguntas se assim for o caso.
Quanto ao desemprego devo dizer que no triénio 83/85 o desemprego médio anual aumentou em Portugal uns