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1 SÉRIE - NÚMERO 77

ao serviço das ideias. Quando a técnica é má as ideias
saem adulteradas. E o Sr. Deputado Pedro Roseta não
pode imputar-me a contestação da generosiddade da
ideia, pode quanto muito, imputar-me a ideia, de que
a técnica de que se serviu é incorrecta, e isso eu rea-
firmo.
Essa lógica leva longe! Leva, por exemplo, a pensar
que também os vistos do Tribunal de Contas são meras
questões processuais. Não o acompanharia em tão
ousada consideração técnica!

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - A comparação é sua,
não minha!

O Orador: - Um último apontamento: não tenho a
menor dúvida de que Sr. Deputado Pedro Roseta não
disse à Câmara que o PSD retirou a proposta sob çoac-
ção na Comissão Eventual para a Revisão Constitucio-
nal. Seria pouco abonatório das excelentes qualidades
diplomáticas de que durante tanto tempo o Sr. Depu-
tado Pedro Roseta deu provas ao serviço do Estado
Português.
Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim
o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Roseta.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Sr. Presidente, se me
for autorizado, e porque ainda há uma intervenção do
Sr. Deputado José Magalhães, responderia no fim aos
dois Srs. Deputados.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Pedro Roseta,
regimentalmente não pode agregar as duas respostas,
mas se houver qualquer oposição por parte da
Câmara, mais concretamente de todos os intervenien-
tes, não objecto que o faça.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Sr. Presidente,
como é evidente, não posso objectar a que o sr. Depu-
tado Pedro Roseta queira agregar, apenas receio que
daí nasça o tal monstro de Frankenstein, contra o qual
o Sr. Deputado passou a noite toda a bradar, mas isso
não poderei evitar. E, por último, confio na sensatez
do Sr. Deputado Pedro Roseta.
Se V. Ex.ª me permite, por mim, farei de imediato
as considerações...

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. José Magalhães (PCP): - ... que muito sus-
cintamente, aliás, se justificam.
Creio que o Sr. Deputado Pedro Roseta atingiu, a
esta hora da noite, talvez porque ainda não tenha tido
oportunidade de intervir no debate, uma atitude de frá-
mito, de êxtase que o fez chegar até ao cimo do Hemi-
ciclo. E agora estatelou-se por uma razão simples: não
tem razão!

Risos do PCP e do PS.

O exemplo é infelicíssimo!
O Sr. Deputado não se deixou interromper; fez mal
porque, por exemplo, o Sr. Deputado António Vito-
rino tinha-lhe dito uma coisa sensata: a proposta do
PSD conduzia - de tal modo é vasta e imprecisa -
a que fosse inconstitucional uma lei que, por exemplo,
previsse a participação dos pais apenas em estruturas
consultivas. Porquê? Porque está redigido em termos
tais que reza: «Os professores, os pais e os alunos têm
o direito de participar na gestão democrática das esco-
las», em toda a gestão, na gestão de jure, de pleno.
Foi isto o que o senhor escreveu, mas se o Sr. Depu-
tado quer escrever isto de outra maneira fale ali com
a Sr.ª Deputada Assunção Esteves, com o Dr. Costa
Andrade, vá dormir durante a noite e depois chega com
uma proposta bem escritinha, que poderemos discutir.
Não nos venha é fazer demagogia dizendo: «Os juris-
tas, esses tipos chatos, que vêm com coisas..., nós os
políticos, os crâneos que queremos fazer coisas ...
depois há os chatos, os juristas...»
Se os senhores tivessem mais atenção a alguns «cha-
tos» talvez o Dr. Cadilhe não estivesse no sarilho em
que está!... Se tivessem um bocadinho mais de cui-
dado com alguns «chatos», o Dr. Costa Freire não
estaria nos «assados» em que está!...

Vozes do PCP: - Muito bem!

Protestos do PSD.

O Orador: - Mas há os «chatos», há a lei e há a
Constituição! E VV. Ex.ªs estão a de mal com os
«chatos» e de mal com a Constituição. Honni soit qui
mal y pense!...
Finalmente em relação à questão do PCP, penso que
é de uma extrema injustiça aquilo que o Sr. Deputado
aqui trouxe como caricatura à posição construtiva do
PCP durante o processo de Revisão Constitucional.
Confesso que fizemos o que Sr. Deputado disse. Fize-
mos isso! Andámos em busca de soluções que pudes-
sem ser subscritas por todas as bancadas incluindo a
sua. Em muitos caso reformulámos não uma, mas dez
vezes as nossas propostas em busca de uma que pudesse
ser subscrita pela vossa bancada. Procurámos até assu-
mir proposta que outros tinham abandonado e veja
lá que coisa maravilhosa: algumas foram aprovadas ou
estão a caminho de o ser. É este o nosso espírito por-
que é neste espírito, e não na caricatura grosseira de
«o PCP bota abaixo isto, não quer Revisão Constitu-
cional nenhuma, não faz nada, só destrói», em que
estamos, e a melhor provada disso é quando V. Ex.ª
chegar ao fim e contar as propostas que estarão na
Constituição graças ao PCP, ou por influência directa
ou por contributo indirecto, em todo o caso com muita
tenacidade e muito esforço.
Tenha a honestidade de reconhecer isso, agora que
Vai fazer a sua resposta Frankenstein.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim
O entender, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Roseta.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Já está cansado!

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Bem, desta vez o
Sr. Deputado António Vitorino foi mais comedido, o