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104 I SÉRIE-NÚMERO 3

Queria terminar desejando a todos VV. Ex.ªs do Partido Socialista que como Gabriel Garcia Márquez passem 100 anos de solidão.

Aplausos do PSD.

O Sr. Rogério de Brito (PCP): - E candidato ao Prémio Nobel!

O Orador: - porque se alguma coisa faltou a este Governo falta muito mais a essa oposição falta lhe saber ser oposição!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados para pedir esclarecimentos tem a palavra a Sr.ª Deputada Natália Correia.

A Sr.ª Natália Correia (PRD): - Eu não gosto deste novo sistema electrónico de ligação dos microfones!

Risos gerais.

Não percebo nada de técnica. Desculpem faltam aqui vozes culturalmente informadas técnica já temos a mais naquilo e naquilo. Os senhores leram fazer-me queixa e não me obriguem a falar. Quem diz a verdade nesta Assembleia sou eu.

Risos gerais.

Os senhores deputados estão revoltados, vieram-me dizer: «Natália Correia que horror, olhe aquilo». Perguntei e interpelei a Mesa nada de hipocrisias. Digam a verdade que este país sem verdade não marcha para a freme digam a verdade pois sem verdade não andamos para a frente.
Já que o Sr. Presidente desta Assembleia não reconhece ser me devida consideraçâo intelectual falo pedindo esclarecimentos à luminosa palavra do Sr. Deputado Almeida Santos que julgo terá ouvido o que eu disse sobre o que me parece ser uma mistificação a que o Sr. Deputado do PSD não deu resposta. Sugeriu sim que eu fizesse as perguntas que lhe dirigi, ao Governo, mas entendi ser mais lógico dirigir-me ao devoto do que ao santo porque sem devotos não há santos.
O devoto pretende o odor, de santidade e reduziu o meu discurso à imagem banal já aqui demasiadamente repisada.

Risos gerais.

Peço portanto ao Sr. Deputado que me responda se as graves depressões sócias esculturais a que aludi não são aberrantes num país industrializado. Peço-lhe isto já que dos pilares parlamentares do Governo não obtenho resposta.
Isto é uma contradição que me perturba como é que essas depressões cultural e socialmente graves ocorrem num pais industrializado? Quero ser esclarecida, Sr. Deputado por favor recorro desesperadamente à sua luminosa palavra.

O Sr. Duarte Lima(PSD): - Ligue lá os projectores, Sr. Deputado Almeida Santos.

O Sr. Presidente - Para pedir esclarecimentos tem a palavra o Sr Deputado Silva Marques.

O Sr. Carlos Brito(PCP): - Lá voltamos às jornadas parlamentares.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Está a acertar, volto às jornadas parlamentares dos socialistas franceses mas os comunistas não tenham ciúmes porque também estou
bastante documentado sobre vós.

Risos do PSD.

Volto, às jornadas parlamentares dos socialistas franceses legitimado e inspirado pelo próprio Sr. Deputado Almeida Santos, pela sua curiosa referência a Delors - e cuidado não insista muito senão morre de susto - mas sobretudo legitimado pelo Presidente Soares que ainda mesmo agora disse que a França tem sido inspiração para muitos de nós.
Vamos pois tentar inspirar-nos e sobretudo tentar resolver esse dilema - que compreendo - profundo angustiante e pelos vistos irresolúvel pelos senhores até este momento entre a alma e o cifrão. Este problema foi cirúrgica e dolorosamente resolvido - para os socialistas franceses como também pelos vistos para o Sr. Deputado Almeida Santos - por um cirurgião que se chama Rocard e, que volto a citar porém num outro passo da sua intervenção nas jornadas parlamentares.
Ele chegou lá e causou alguma perturbação visto que entretanto se tinha discutido com grande liberdade colocando-se depois o problema da disciplina - não sei se o Sr. Deputado vai classificar a solução de autoritária.
Mas disse ele: «Comigo presente não haverá desperdícios. Renunciar ao rigor seria deixar crescer as desigualdades sociais.
Está aqui a questão chave da separação entre dois socialismos que se têm digladiado ao longo destas dezenas de anos - para não dizer de séculos - e que resolveu a questão entre Mauroy e Rocard.
Como sabe o socialismo que distribuiu em nome do estabelecimento das igualdades e que as agravou foi o de Mauroy que conduziu à catástrofe uma recente vitória dos socialistas franceses.
Foi com muito trabalho com muita luta por parte de Rocard - classificada de luta de direita - que o socialismo francês está em vias de se reabilitar. Esperemos que sim.
Portanto Rocard disse isto: «Comigo presente não se abandona o rigor, em nome da igualdade social.
Mauroy primeiro secretário do Partido Socialista Francês interveio combatendo os privilegiados dizendo que os rendimentos estavam a aumentar mais rapidamente que os salários.

O Sr. Presidente: - Queira terminar, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente peço a tolerância regimental.
Como ía dizendo Pierre Mauroy interveio estigmatizando o regresso à força do dinheiro e os numerosos Guillots que lançam o grito do século XIX. Enriqueceis-nos! Mas Mauroy não foi ao ponto de criticar abertamente a firmeza de Rocard.
Aqui põe-se a questão do autoritarismo ou do não autoritarismo a qual se coloca também mais desenvolvidamente porque Jean Pierre Cheméneman assim como Jospin no entanto partidários de uma maior distribuição do crescimento francês também não puseram e] causa o Primeiro-Ministro.