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86 I SÉRIE-NÚMERO 3

a ver que algumas fechadas à pressa como que guilhotinadas vão infelizmente ter continuidade pela prova dos factos e da vida.

Vozes do PS e do PCP: - Muito bem!

O Orador: - V. Ex.ª perceberia a que é que nos estamos a referir.
Sr. Deputado Marques Júnior quando o Governo apresentar a sua proposta de lei quadro das privatizações como também já temos pronto um projecto de lei, iremos apresentá-lo. Além disso vamos ter uma actividade de projectos de lei relativa às sequências da revisão constitucional que assumimos e portanto a este respeito não deve estar tão preocupado.
O Sr. Deputado tem sempre - deve ser por memórias recentes - o condão de invocar o Sr. Presidente da República. Não vale a pena recordar esses tempos, Sr. Deputado, percebemo-lo bem e de qualquer maneira não fazemos queixinhas. A nossa visão sobre o estado da democracia em Portugal é feita com a preocupação que eu quis, por, quer em termos institucionais, quer em termos substantivos na minha intervenção. Os outros as instituições e os órgãos de soberania tirarão as ilações que entenderem no timing e no momento que entenderem.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares - e aproveito para o saudar pela primeira vez no desempenho do seu cargo - não tem razão no que respeita à pergunta que me coloca.
O problema parece-me ser simples, Sr. Ministro. De facto a questão não é como VV. Ex.ªs a colocam e sabem-no bem, o que ainda é pior, VV. Ex.ª sabem que em tantos pontos da vida política nacional, pela história, pelos princípios, pelos princípios informadores da vida democrática do próprio funcionamento, dos partidos da vida económica, da vida internacional do nosso posicionamento relativo às alianças tradicionais do País relativamente à CEE, temos profundas divergências com o Partido Comunista. Toda a gente sabe isso. O que pretendemos aliás como em 1987 e em 1989 é tirar a V. Ex.ª a maioria absoluta com quaisquer outros, depois veremos o que a Assembleia diz, se assim for a vontade do povo português. Ora a caminhar como estamos a caminhar, devo dizer que estou muito mais optimista do que VV. Ex.ªs pensam que estou e do que VV. Ex.ªs também estão porque cada vez falam mais sobre 1991 e estão preocupadíssimos para meu espanto lançando com isso a mais profunda das contradições entre os vossos discursos.
VV. Ex.ªs dizem que está tudo o melhor possível. VV. Ex.ªs vêem a contestação social que existe mas só falam em 1991. Se tivessem a segurança de que 1991 era como 1987, VV. Ex.ªs não precisavam tanto de falar sobre isso.
Por isso lhe digo, Sr. Ministro, que concorreremos às eleições de 1991 sozinhos com um programa de Governo próprio como em 1987, esperando sinceramente tirar-lhes a maioria absoluta e a possibilidade de VV. Ex.ªs fazerem eventualmente acordos com outras forças políticas a fim de evitar que exista essa maioria absoluta. Depois a Câmara definirá o percurso que entender por dever definir.

Vozes do PSD: - E pouco ambicioso.

O Orador: - Devo dizer que a esse respeito estamos extremamente optimistas é responsáveis como também importa que estejamos.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Ministros e Srs. Deputados do PSD deixemo-nos de apologéticas e de algumas demagogias e o discutamos os problemas essenciais do País.
Pusemos frontalmente a questão não no ponto de vista - e penso que as perguntas de V. Ex.ª ilustram-no cabalmente - dos números.

Vozes do PSD: - Não é capaz!

O Orador: - mas sim abordando o fundo das questões. Esse é que é o discurso, esse é que é o debate que devemos fazer com esta moção de censura. Ora sobre isso VV. Ex.ªs têm muito com que se preocupar e felizmente que o País já o percebeu.

Aplausos do PS.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Para exercer o direito de defesa da honra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Silva Marques, de acordo com o que ontem se falou na conferência de líderes pergunto-lhe qual é o objecto do seu pedido de defesa da honra?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Com certeza, Sr. Presidente.
O Sr. Deputado Jorge Sampaio em relação ao meu passado atribuiu-me uma posição política que é falsa pelo que pretendo demonstrar o porquê.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Risos do PS.

O Sr. Presidente: - Faça favor de exercer o direito de defesa no tempo regimental.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Vai dizer que nunca foi comunista!

O Sr. Silva Marques(PSD): - Sr. Deputado Jorge Sampaio, até porque estamos no domínio do debate ético por excelência e como foi o senhor que fez o desafio agora tem de se aguentar.

Risos do PSD.

O Sr. Deputado não respondeu às outras coisas sobretudo ao desafio que lhe fiz na parte final que foi o de os senhores antes de falarem nos pobres pagarem as dividas à Segurança Social.
O senhor disse que eu apoiei a invasão da Checoslováquia. Não é exacto! Não tenho medo de falar do meu passado, antes pelo contrário. E a melhor coisa que todos nós temos quando o assumimos com frontalidade, com franqueza, com generosidade e quando temos capacidade de humildade para aceitarmos o mundo e a mudança.
Não apoiei a invasão da Checoslováquia Sr. Deputado! Antes pelo contrário, foi o principal impulso à intensificação e aceleração da minha ruptura com o Partido Comunista Invoco - é ainda uma questão de ética quando afirmamos desenvolver com ideias e se possível com documentos e testemunhas - o testemunho do Sr. Deputado Carlos Brito.

Risos do PSD.