O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2740 I SÉRIE-NÚMERO 82

que se deveria voltar a reflectir sobre o sistema no ano que vem e só então, em função disso, tomar as medidas que viessem a ser entendidas como necessárias para corrigir o sistema.
A abertura ao diálogo tem sido permanente e total, entendendo nós que é sobretudo através dos representantes legítimos desses vários grupos sociais que podemos ouvir aquele que é o entendimento da sociedade civil quanto a estas questões, que não são para brincadeira, pois afectam muita gente e não podem estar sujeitas aos ditames de uma ideia ou opinião mais ou menos conjuntural.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Houve agora realmente um pequeno entorse regimental, mas creio que o Sr. Deputado José Apolinário não terá visto qualquer inconveniente em ter feito uma pergunta ao Sr. Secretário de Estado e acabar por obter a resposta através do Sr. Ministro, porque o que se pretende é o esclarecimento.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, quero apenas dizer que, sempre que algum membro do Governo tenha dificuldades em passar na «prova específica», daremos à Mesa a nossa concordância para que ele seja substituído.

Risos.

É pena que o mesmo não possa acontecer aos alunos que prestam a prova geral de acesso.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Secretário de Estado do Ensino Superior: - Peço a palavra, Sr. Presidente, para defesa da consideração e da honra.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado.

O Sr. Secretário de Estado do Ensino Superior: - Sr. Presidente, é que eu entendi, talvez mal, que na parte final do pedido de esclarecimento o Sr. Deputado José Apolinário tinha feito uma pergunta ao Sr. Ministro. Se assim não foi, peço desculpa pela minha falha!

O Sr. Ministro da Educação: - Peço a palavra, Sr. Presidente, para defesa da honra e consideração do Governo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro da Educação: - Sr. Presidente, quero apenas esclarecer o Sr. Deputado António Guterres de que os princípios doutrinários que defendemos compreendem, claramente, a solidariedade e essa é vivida em todos os momentos da vida governativa, designadamente no momento em que o Governo tem de estar aqui, e com muito gosto, sujeito a uma interpelação feita pela oposição para discutir todos esses problemas.
A resposta dada pelo Sr. Secretário de Estado às perguntas do Sr. Deputado José Apolinário foi clara e concisa. No entanto, o Sr. Secretário de Estado teve a bondade de me passar o microfone para eu completar a resposta com aspectos de natureza mais global que, na altura, me pareceram indispensáveis.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, apenas quero dizer que não vale a pena o Governo ficar tão atrapalhado!

Risos gerais.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, antes de suspendermos os nossos trabalhos informo a Câmara de que estão inscritos os seguintes Srs. Deputados: Adriano Moreira, Isabel Espada, Julieta Sampaio, Amónio Filipe e Lemos Damião.

Srs. Deputados, está suspensa a sessão.

Eram 13 horas e 10 minutos.

Está reaberta a sessão.

Eram 15 horas e 35 minutos.

Srs. Deputados, na continuação dos nossos trabalhos e para reiniciar o debate, para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Moreira.

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Um debate como aquele que hoje decorre na Assembleia da República é um grande apelo à humildade de todas as pessoas envolvidas no processo educativo.
Não pude deixar de me recordar hoje de uma anotação do único santo laico da política de que tenho notícia, Ghandi, que se referia à sua mãe dizendo «a minha ignorante e muito culta mãe», e não consigo encontrar lugar para estas pessoas nos conceitos de referência de debates como o de hoje.
Isto porque me parece que somos muitas vezes inclinados a supor que o valor fundamental que está em causa é o da posição relativa dos partidos, o das certezas do Governo e não o problema da comunidade, dos valores que passam de geração em geração e daquilo que constitui a herança mesmo dos mais inovadores.
Sempre, pela minha profissão, olhei com algum desvanecimento para os revolucionários que atacam a universidade, omitindo sempre que foi a universidade que atacam quem lhes deu a voz que utilizam. Talvez um pouco mais de humildade em relação à alma mater lhes permitisse não perder de vista uma perspectiva que, julgo, é útil para todos nós.
E, justamente por isso, gostaria que os comentários que julgo dever produzir fossem entendidos no sentido de que não têm nada a ver com a infalibilidade dos governos e dos partidos, mas sim com os valores permanentes da comunidade a que pertencemos.