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3502 I SÉRIE - NÚMERO 100

O Orador: - Permitam-me que cite uma parte de um programa de governo, que os senhores devem conhecer bem, que diz que «um mercado é sempre um excelente criado mas nem sempre é em excelente dono [master]».
O ajustamento orçamental terá um impacte notável sobre a trajectória dos preços. Em 1995, o índice de preços no consumidor poderia crescer menos do que 5%, assegurando a convergência nominal com os nossos parceiros comunitários. O resultado seria chegarmos a 199S com uma situação económica equilibrada. A convergência real teria sido prosseguida e verificar-se-iam excelentes condições para a sua continuação e para a aproximação dos níveis de vida para padrões europeus. Portugal teria sido não só protagonista da construção da união económica e monetária da Europa como se teria posicionado de forma privilegiada para assumir um papel de destaque no começo do século XXI. E, não menos importante, Portugal teria contribuído, de forma decisiva, para a coesão económica e social e justificado plenamente os recursos comunitários que, nesta hipótese, não deixariam seguramente de estar disponíveis.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, inscreveram-se, para fazer pedidos de esclarecimento ao Sr. Ministro das Finanças, os Srs. Deputados Rogério Brito, Helena Torres Marques, Octávio Teixeira, Carlos Brito, Sérgio Ribeiro e Herculano Pombo.

Pausa.

Srs. Deputados, vamos iniciar o período de debate. Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado António Guterres, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado António Guterres, os senhores andam manifestamente em maré de infelicidade, até mesmo nas pequenas coisas! Até mesmo nas atracções! É que, entre uma atracção pela Sr.ª Tatcher ou por mon anu Mitterrand, eu prefiro, mil vezes, uma atracção pela Sr.ª Tatcher!

Aplausos do PSD.

E não apenas pelo facto de mon and Mitterrand, evidentemente, ser do sexo masculino! Não só por isso! Existe uma afectividade generalizada onde não há distinção para sexos! É que mon anu Mitterrand, em primeiro lugar, não sabe o que deve fazer perante a nossa situação na Europa e sobretudo perante a unificação alemã!
Em segundo lugar, porque mon anu Mitterrand ainda não conseguiu encontrar qualquer resposta para o futuro!, E é sobretudo aqui que não tenho nenhuma atracção por mon ami Mitterrand, que é hoje bem o símbolo dos socialistas na Europa! Não sabem o que hão-de dizer quanto ao futuro e, menos ainda, o que hão-de fazer!

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E repare, Sr. Deputado António' Guterres, é tão evidente que assim é que o vosso discurso é hoje mera conversa fiada! O seu próprio discurso o é! Mas, apesar de ter limite de tempo, como não. gosto de fazer acusações sem as fundamentar, e sobretudo respondendo há falta de documentos com testemunhas em apoio - que somos todos nós -, dir-lhe-ei por que é que o vosso discurso hoje (o do PS) é uma conversa fiada!
O Sr. Deputado e o líder do seu partido andaram aqui durante algum tempo, enquanto o líder do seu partido era deputado, a fazer uma prédica moralizante sobre a dignificação do Parlamento, acusando o Primeiro-Ministro de não estar aqui presente todas as semanas! No entanto, o Sr. Deputado, hoje, omite essa questão, porque está cheio de vergonha - e reconheço-lhe essa virtude -, pois os senhores moralizam para os outros, mas estão permanentemente a cultivar e a recair no vício.

Aplausos do PSD.

E dou-lhe outro fundamento ou outra prova da conversa fiada! O Sr. Deputado apresentou os grandes temas da Nação e, no entanto, não falou dos grandes temas de há uma semana. O vosso tema e a vossa conversa de há uma semana era o ataque ao Governo porque este ia devagar - ia devagar na união monetária europeia, ia devagar na união política e ia devagar nas privatizações!... Ora, o Sr. Deputado retirou isso do seu discurso, o que me faz supor que não tem nada a dizer.
É que, repare, a vossa conversa não é só fiada, é uma conversa fiada zigueza guinasse, que muda todas as semanas!
O Sr. Deputado referiu as grandes questões do Estado e precisamente a questão, da nossa integração na Comunidade Económica Europeia, mas acabou por elogiar a política que o Governo está a seguir!
O Sr. Deputado falou também da política que se está a' seguir relativamente aos países da África, não disse nada! Mais: no fim do seu discurso, fez uma referência ridícula a essa questão, tal como aquele aluno que se esqueceu da matéria, que a copiou pelo aluno do lado e que a acrescentou no fim da prova! É ridículo Sr. Deputado!
Refiro-lhe ainda um terceiro fundamento, Sr. Deputado. Por que é 'que não fez qualquer referência à questão de Macau?! Por que é que a não fez, quando toda a imprensa e nós próprios, Parlamento, temos hoje graves dúvidas acerca da solidez do que se está a passar em Macau?!

Aplausos do PSD.

Uma última prova porque o tempo é pouco- da sua conversa fiada, Sr. Deputado: no seu discurso, V. Ex.ª disse «Nós, Partido Socialista, se formos governo, vamos reformar o Estado previdência.» Com que credibilidade o farão quando, durante meses a fio, nem sequer pagam à Segurança Social?!

Aplausos do PSD.

Uma voz do PS: - Outra vez!

O Orador: - Não é outra vez! É as vezes que for preciso! Porque a política é uma questão de credibilidade e quem não faz o que deve não tem, ele próprio, moral para pedir aos Portugueses que o façam!

Aplausos do PSD.

Por isso é que a vossa conversa é fiada! É uma conversa inconsequente! É palavreado porque não tem correspondência prática, nem coerência com os vossos actos!
Finalmente, Sr. Deputado António Guterres, nós não sabíamos que um partido era obrigado a apresentar um candidato à Presidência da República. Não temos a sua