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1692 I SÉRIE - NÚMERO 52

Lisboa. Só o concelho de Torres Vedras é responsável por mais de 12 % do volume total de empregos de lodo o país na área da construção civil. Aliás, já há mais de seis anos que a zona norte do distrito de Lisboa evidencia valores relativos à construção de edifícios superiores aos distritos de Beja, Bragança, Évora, Guarda, Portalegre e Castelo Branco.
Existem na região 70 das maiores unidades empresariais do País, que são responsáveis por mais de 120 milhões de contos de facturação e mais de 8000 postos de trabalho activos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta região, integrada na Região de Turismo do Oeste, apresenta nesta área uma das principais características de atracção de investimento quer nacional, quer estrangeiro mas, infelizmente, as condições de contrapartida que respondam às situações descritas nem sempre são as mais favoráveis. Uma vez mais se verificam as ainda preocupamos carências, sobretudo nas infra-estruturas de transportes, quer rodoviários, quer ferroviários.
As estradas que ligam estas zonas mantêm um traçado muito antigo, extremamente sinuoso e bastante estreito. Neste momento, e face aos melhoramentos verificados nas rodovias do interior do País, a zona oeste possui as estradas com maior índice de curvas por quilómetro quadrado, o que causa, como se pressupõe, as dificuldades inerentes à circulação rodoviária.
É, pois, urgente e necessário que se ponha mãos à obra e se iniciem as obras dos troços Malveira-Torres Vedras, Torres Vedras-Bombarral e o IC 11, Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos-Vila Franca de Xira, projectos já previstos para 1990, mas cuja concretização tarda a aparecer. Paralelamente, o projecto de electrificação e alargamento da linha do Oeste tem sido preterido a favor de melhoramentos noutras linhas, cuja necessidade não contestamos, mas reclamamos para a zona igual critérios de apoios.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta discriminação, resultado dos custos da periferia em que nos encontramos, só é compensada pela extrema capacidade de entrega das populações que, simultaneamente, reclamam melhores meios e produzem da forma e método que atrás indiquei. No entanto, se as alterações previstas não se efectuarem, não haverá muitas mais indústrias para se instalarem, não haverá agricultura que se desenvolva, não haverá turista que se atraia, nem comércio que prospere. É injusta esta situação e as populações começam a manifestar alguma inquietude e preocupação, lógica em nosso entendimento!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A Região Oeste quer continuar a ser um catalizador do desenvolvimento nacional, criando bem-estar às suas populações, riqueza e desenvolvimento ao País. Se deixar de sê-lo, não será, estou certo, por razões imputáveis à sua responsabilidade.

Aplausos do PRD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, havia ainda uma inscrição do PCP mas, como este partido já não dispõe de tempo, dou por encerrado o período destinado a intervenções de interesse local, regional e sectorial.
Srs. Deputados, está interrompida a sessão, que recomeçará às 15 horas.

Eram 12 horas e 25 minutos.

Srs. Deputados, temos quórum, pelo que declaro reaberta a sessão.

Eram 15 horas e 30 minutos.

ORDEM DO DIA

Por razões que se compreendem, quero, ao reabrir esta sessão, saudar as mulheres portuguesas.

Aplausos gerais.

Por outro lado, apesar de não termos ainda o número de deputadas que desejávamos, gostaria de referir que temos já um escol significativo de mulheres deputadas. Por isso mesmo, por razões que igualmente se compreendem, solicitava à Sr.ª Vice-Presidente Maria Manuela Aguiar o favor de conduzir os trabalhos desta tarde.

Aplausos gerais.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, acho extremamente injusto que, tendo V. Ex.ª na Mesa uma mulher, saia desta Sala para ceder a presidência a uma Vice-Presidente, que, aliás, muito prezamos.
Por conseguinte, pedia a V. Ex.ª que continuasse a presidir, já que, institucionalmente, o Presidente da Assembleia da República não tem sexo...

Risos.

Assim, V. Ex.ª, como Presidente da Assembleia da República, com a dignidade inerente ao alto cargo, deveria continuar a presidir aos trabalhos concernentes ao Dia Internacional da Mulher.

Risos.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a minha decisão é a de convidar a Sr.ª Vice-Presidente Maria Manuela Aguiar a presidir aos trabalhos, aliás como faço muitas vezes. Porém, não quer isto dizer que eu não quisesse abrir a sessão para dizer estas palavras, assim como não significa que, daqui a pouco, não possa vir reassumir a presidência...

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep.): - Isso é que é mau! Ou preside ou não preside!

O Sr. Presidente: - Bem, como sempre acontece, eu presido com os meus vice-presidentes.

A Sr.ª Natália Correia (PRD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Natália Correia (PRD): - Sr. Presidente, gostaria apenas de manifestar a minha estranheza, já que aguardava de V. Ex.ª uma defesa da honra da sua virilidade.

Risos.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, estamos numa sessão muito solene e significativa. Aliás, julgo que não necessito...

Risos.

Aplausos gerais.

Entretanto, assumiu a presidência a Sr.ª Vice-Presidente Maria Manuela Aguiar.