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I SÉRIE -NÚMERO 65 2176

A Revista de História das Ideias, da Universidade de Coimbra, incluirá textos de Antera de Quental e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda editará um número especial da revista Prelo e lançará uma medalha alusiva à importante efeméride, sob proposta do Governo Regional dos Açores, que, aliás, também se comprometeu a completar o monumento erigido a Antero de Quental, no jardim com o seu nome, e que foi soberbamente esculpido por Canto da Maia, infelizmente já desaparecido e que foi um escultor açoriano com uma carreira brilhante em Paris.

O Sr. Rui Ávila (PS): - Muito bem!

O Orador: - Também a Universidade dos Açores vai editar os sete volumes das Obras Completas de Antera de Quental e publicará um volume sobre a sua filosofia, da autoria de Joel Serrão, ilustre historiador e professor universitário.
Outras iniciativas editoriais terão lugar não só em Portugal mas também no estrangeiro, retomando, inclusivamente, edições há muito esgotadas, numa profusão anteriana prestigiante para o nosso país e, sobretudo, para os Açores, seu berço e suas amadas ilhas.
O pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa - não fosse, aliás, o Dr. João Soares uma pessoa sensível ao fenómeno cultural -...

O Sr. Rui Ávila (PSD): - Muito bem!

O Orador: -.... dinamizará actividades divulgadoras da vida e obra do escritor, das quais destaco o trabalho do escultor Lagoa Henriques, que vai ser descerrado no Largo de Rafael Bordalo Pinheiro e um concerto no Teatro São Luiz em que serão executadas obras de Luís de Freitas Branco, nomeadamente o poema sinfónico Antero de Quental.

O Orador: - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Seria estultícia da minha parte pretender explicar, quanto mais interpretar, com esta modesta intervenção uma vida tão complexa e impregnada de espiritualidade e mística como a de Antera de Quental. Outras personalidades do «mundo das letras» certamente o farão no decorrer deste ano, com mais brilho. Não posso, contudo, deixar passar este momento e esta oportunidade sem prestar sensibilizada homenagem àquele que é o maior anterianista vivo: o Dr. Rui Galvão de Carvalho - que foi, aliás, recentemente visitado, na sua residência em Ponta Delgada, por S. Ex.ª o Sr. Presidente da República -, a quem quero aqui deixar a nossa gratidão pelo seu exaustivo e precioso trabalho, com votos de longa vida.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): -Muito bem!

O Orador: - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A obra universal de Antera de Quental justifica o orgulho dos açorianos, em particular, e dos portugueses, em geral.

Vozes do PSD e do PS: - Muito bem!

O Orador: - A morte - acreditava ele - era a libertação. Por isso mesmo, provocou-a. Curiosamente, enquanto este ano se assinala o centenário desse marcante acontecimento, já para o próximo ano ano se pode comemorar o 150.º aniversário do seu nascimento. Por essa razão, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, Antero de Quental é imortal!

Aplausos do PSD, do PS, do PRD e do CDS.

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Ávila.

O Sr. Rui Ávila (PS): - Sr. Deputado Mário Maciel, na minha qualidade de deputado do PS eleito pelo círculo eleitoral da Região Autónoma dos Açores, é-me grato saudar V. Ex.ª pelo tema que hoje aqui trouxe a esta Assembleia - talvez, por coincidência, dia do aniversário do nascimento de Antera de Quental.
Permita-me, também, que, com a devida vénia e a seu pedido, traga à nossa presença, em espírito, a nossa colega e conterrânea, Sr.ª Deputada Natália Correia, que hoje viaja para a ilha de São Jorge - terra do não menos famoso e ilustre maestro Francisco de Lacerda - onde irá certamente deleitar e encher de júbilo todos quantos, pela primeira vez, terão oportunidade de apreciar ao vivo as suas elevadas qualidades de conferencista e poetisa. Se ela aqui se encontrasse certamente que associar-se-ia a esta sua intervenção.
Sr. Deputado Mário Maciel, depois deste breve preâmbulo, gostaria de colocar a V. Ex.ª algumas questões e de realçar o arrojo e a coragem que V. Ex.ª demonstrou ao citar claramente os ideais socialistas de Antera de Quental, o que só lhe fica bem pela vontade expressa no vosso discurso nessa matéria!...
Sabe V. Ex.ª que, aparte uma iniciativa levada a cabo numa escola secundária de Ponta Delgada (por sinal, a Escola Secundária Antero de Quental), que se estenderá de 17 de Janeiro passado até Setembro, pouco ou nada se ouve dizer na Região Autónoma dos Açores sobre realizações que assinalem, nas restantes ilhas e respectivas escolas secundárias, o centenário do falecimento de «Santo Antero» - como muito bem citou, de Eça de Queirós, que, segundo alguns, forma, com Camões e Bocage, a «trindade dos sonetistas» portugueses?!
Por último, não acha V. Ex.ª que esse grande vulto literário deveria ser mais divulgado na nossa Região Autónoma pelos departamentos competentes da Secretaria Regional da Educação e Cultura junto das nossas escolas de ensino secundário?

A Sr.ª Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Maciel.

O Sr. Mário Maciel (PSD): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Perdoe-me Antero de Quental esta brevidade porque a sua figura mereceria muito mais tempo, mas, ao dizer que ele moldou importantes «concepções socialistas», obviamente que não só lhe presto homenagem como reconheço uma evidência!
No entanto, Sr. Deputado Rui Ávila, reconheça que, ao referir-me a essas «concepções socialistas» eslava inculcada no meu espírito a ideia de que ele se batia por uma sociedade onde a justiça social se implantasse. A sua mensagem está, pois, impregnada de uma componente humanista profunda.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Rui Ávila (PS): - Muito bem!

O Orador: - Portanto, se quer que eu concretize melhor a minha mensagem, eu diria que era um socialismo impregnado de democracia.

Vozes do PSD: - Muito bem!