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187 30 DE OUTUBRO DE 1991

Para serem ouvidos sobre a situação económica e sobre o Orçamento, todos os ex-ministros das Finanças que fazem parte da comissão consultiva que trabalha, de vez em quando, com o actual Ministro das Finanças. E foi clara a vossa intenção em negar essa vinda.
Portanto, o argumento técnico e quantitativo é ridículo nesta fase do debate, Sr. Deputado Rui Carp. Assim, todos tiraremos as conclusões da vossa atitude de voto quarta-feira.
Como é óbvio, o Sr. Deputado Silva Marques falou em nomes muito respeitáveis que, certamente, também gostarão de dizer à Assembleia da República o que verdadeiramente pensam sobre a situação económica portuguesa e sobre a política cambial. Por exemplo, estou a pensar no Sr. Dr. Silva Lopes que gostará muito de vir aqui explicitar as suas posições sobre essa matéria.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, a ideia do boicote à proposta é, infelizmente, a ideia que transpareceu daquilo que foi a vossa postura na reunião de ontem.
Esperemos que me engane e que na quarta-feira levantem esta mesma posição.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para defesa da honra e da consideração, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, pessoalmente, reconheço ao Sr. Deputado Silva Marques o
direito para intervir em todas as matérias, inclusivamente, mesmo em relação às quais ele se considere tecnicamente menos preparado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito obrigado. Fico-lhe muito grato!

O Orador: - Não tem nada que me ficar grato. 15so, aliás, é uma constatação normal e natural e só a reproduzo
aqui porque V. Ex.ª fez disso o essencial da sua intervenção.
Agora, o que não lhe reconheço é que esteja permanentemente distraído nos debates e embora os discursos
do Governo tenham sido suficientemente sedativos isso não
é justificação. Ou seja, que V. Ex.ª, esteja permanentemente a dormir nos debates...

Risos do PS.

... e, depois, utilize o direito que tem de intervir politicamente para falsear a verdade.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O que V. Ex.ª, aqui disse é politicamente - entenda-se, não se trata de um agravo pessoal - uma mentira. O que o Sr. Deputado António Guterres disse no seu discurso - já agora peço-lhe que esteja acordado- foi que...

Vozes do PS: - Dá-lhe uma cópia!

O Orador: - ... «O Governo e o Banco de Portugal devem aproveitar e, se necessário, suscitar um alinhamento das moedas no seio do sistema monetário europeu fazendo com que a paridade do escudo no mínimo...», etc.
O que eu disse, Sr. Deputado Silva Marques, é que esta observação devia ser encarada como uma acção concertada no quadro do sistema monetário europeu.
15to é exactamente a mesma coisa. O Sr. Deputado não tem o direito de dizer que há divergência entre mim e o meu camarada António Guterres.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel dos Santos, o defeito é, com certeza, meu que não sou um especialista!

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Então não fale na especialidade!

O Sr. José Sócrates (PS): - É preciso fazer-lhe um desenho para perceber!

Risos do PS.

O Orador: - Mas já vos agradeci a bondade de me permitirem falar!

Risos do PSD.

Srs. Deputados socialistas, devo dizer-lhes em aparte que os senhores cada vez me desiludem mais.

Risos do PS

Não põem em causa apenas a cidadania e o mandato representativo típico dos parlamentos, mas, agora, até a técnica se puseram a endeusar. Sabem muito bem que é uma das teses mais clássicas da reacção e nem só dos conservadores. Quem endeusa a técnica são sempre os reaccionários, porque é a forma de rejeitar a representação popular. Quem faz o mundo são os homens e as suas opções, não é a técnica. Quem faz girar o mundo é o sonho, não é a técnica!
Os Srs. Deputados socialistas já viram o que era a técnica puxada por um ronceiro? O mundo estava no mesmo sítio há muitos séculos!

Risos do PSD.

Quem puxa a técnica são os sonhadores. Mas, Srs. Deputados, não quero bater-vos mais porque, de facto, isto já é catastrófico. Srs. Deputados, com toda a franqueza, queria apenas que me esclarecessem.
Sr. Deputado Manuel dos Santos, então deverei eu concluir que os senhores estão de acordo com a política do Governo?

Risos do PS.

Srs. Deputados, vou apresentar-vos o legue das propostas técnica,; a fim de que o político sonhador escolha. Portanto, os técnicos ao vosso serviço.
Diz um: «Não há benefícios imediatos na desvalorização.» É uma hipótese, VV. Ex.as- tanto podem escolher como não. Há outro que até diz que se deve desvalorizar mais. Até diz quanto, ou seja, 4 % a 6 % - Alfredo de