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512 I SÉRIE-NÚMERO 15

nhã bancada porque ela sentiu-se ofendida pelo facto de o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho nos ter acusado de trazer as manifestações cá para dentro e de fazer aproveitamentos partidários de uma manifestação que está a realizar-se em frente a esta Casa.

Vozes do PSD: - E é verdade!

O Orador: - Em primeiro lugar, gostaria de dizer o seguinte: o Partido Socialista não deixará de falar de política - política actual - e de considerar que uma manifestação é um acto político, que pode ter uma leitura dos diversos grupos parlamentares, nem deixará de trazer para este debate a leitura política que dele faz, manifestando solidariedade quando assim o entender.
É claro que percebemos que essa manifestação é muito embaraçante para o Grupo Parlamentar do PSD e, porventura, muito embaraçante para a juventude social-democrata, mas isso é problema do Grupo Parlamentar do PSD e da JSD, não é problema que nos embarace.
Não pretendemos transformar as manifestações de lá de fora em manifestações cá de dentro, o que pretendemos é exercer o direito de faiar de política e de uma questão política que está em debate. O nosso objectivo foi o de manifestar nesta Sala, nesta altura, uma posição de solidariedade em relação aos estudantes que estão lá fora a protestar, porque o nosso entendimento é, e sempre foi, o de que a Constituição continua a ser válida e aconselha que, em matéria de educação, a tendência seja para uma progressiva gratuitidade. É esse o nosso entendimento, temos pena que os senhores nos tenham abandonado e não façam a mesma leitura.
Por último, quero só dizer, com alguma mágoa - embora perceba o embaraço do Sr. Deputado Pedro Passos Coelho -, que é pena vê-lo envelhecer tão depressa. Digamos que isso é um dos defeitos das nomenclaturas das juventudes: transformam, às vezes, os dirigentes juvenis, não em representantes das suas associações, mas em membros de uma oligarquia partidária que, às vezes, tem de fazer fretes e jeitos ao Governo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.

O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Sócrates, presumo que, com aquilo que V. Ex.ª acaba de dizer, me dará razão em que a consideração da sua bancada não foi, de facto, afectada pela minha intervenção.
Sr. Deputado, não questiono o direito político de qualquer bancada fazer a discussão política que aqui cabe. Mas a última acusação que o Sr. Deputado faz às juventudes partidárias não sei se era mais dirigida àquela que eu represento se à que aqui exprimiu a voz do Partido Socialista

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Se tiver sido assim, está desfeito o equívoco e, então, o Sr. Deputado deveria ter aplaudido a minha intervenção - e não defendo a consideração da sua bancada.
No entanto, quero dizer-lhe que não existe, nem nunca existiu na JSD, na organização que represento qualquer oligarquia de representação estudantil. Quero dizer-lhe mesmo que, provavelmente, à frente do Palácio de São Bento estarão muitos dirigentes associativos da minha organização, mas não seria isso, Sr. Deputado, que me levaria a vir aqui intervir. Sabe porquê? Porque, provavelmente, o Partido Socialista tem lá bem poucos e, eventualmente, pretenderia ganhar muito mais com esta manifestação do que eu, que estou interessado em que os estudantes façam ouvir a sua voz, com serenidade, para que possamos dialogar, como sempre fizémos, e assim contribuir para que o ensino superior possa evoluir, como todos desejamos.

Aplausos do PSD.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, é para defesa da minha consideração pessoal, que foi atingida.

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa da Assembleia da República não pode apoiar que se utilize, por sistema determinadas figuras regimentais. Não podemos estar permanentemente a exercer o direito de defesa da consideração, sob pena de não avançarmos com os trabalhos.
Neste sentido, solicito ao Sr. Deputado António José Seguro para reconsiderar o pedido que fez.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, compreendo que V. Ex.ª tem a tarefa, nem sempre fácil, de orientar os trabalhos desta Assembleia, mas continuo com a minha honra ofendida e, portanto, pessoalmente, e como Deputado...

Risos de alguns Deputados do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, cada qual é juiz da sua honra, pelo que, sem precedentes, tem a palavra.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, quero apenas dizer, e tão-só, que, em nome da minha bancada e em nome da juventude socialista...

Vozes do PSD: - Outra vez?!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa deu-lhe a palavra para defesa da consideração pessoal e não a da bancada.

O Orador: - ... tive oportunidade de subir à tribuna e de fazer uma intervenção, cujo objectivo era apenas o de dar voz a uma expressão que está lá fora...

Protestos do PSD.

O Sr. João Amaral (PCP): - Afinal, onde é que está a vossa serenidade?!

O Orador: - Sr. Presidente, dá-me licença que continue a usar da palavra?