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24 DE JUNHO DE 1993 2763

O Orador: - O partido interpelante não adiantou nenhuma ideia nova, nenhum argumento novo, nada que não tivesse já referido até à exaustão, num discurso estafado, recorrente e requentado, que só demonstra segundo a nossa perspectiva duas coisas.
Primeira, que o PCP continua igual a si próprio, coerente no imobilismo e na estagnação, incapaz de perceber a dinâmica da sociedade, o sentido das novas realidades, o que está a acontecer no mundo civilizado e o muito de positivo que os Portugueses tem vindo a realizar, combatendo o miserabilismo e apostando decididamente no futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Segunda, que, o PCP continua a fazer política com base em fantasmas, em suspeições, em factos que inventa para consumo interno, estando cada vez mais isolado e desfasado da sociedade portuguesa.

Aplausos do PSD.

A vida política económica e social é dinâmica, não é estática, muda e evolui em vez de parar ou estagnar. A diferença que este debate evidenciou, é a de, que o País avança e muda, cresce e desenvolve-se, enquanto o PCP parou no tempo, fechado que está sobre si próprio, sobre as suas amarras tradicionais, sobre os seus preconceitos, incapacidades e frustrações tradicionais.
Dissemos na abertura e agora o reafirmamos, em política é preciso ter autoridade,...,

O Sr. João Amaral (PCP): - É isso o que o Cavaco quer: autoridade!...

O Orador: - autoridade moral e credibilidade política para agir, falar ou reagir!

Aplausos do PSD.

Iniciativas como esta podem lograr algum protagonismo fácil - como o agitar da dinâmica parlamentar -, mas não conseguem evitar o inevitável: o PCP não consegue fazer o seu próprio branqueamento político, não consegue fazer esquecer a acção que teve no período do desmantelamento da máquina produtiva e do sistema económico - em que era flagrante o contraste entre o que se dizia e o que se fazia, entre os discursos e a realidade -, afrontando o bom senso, a inteligência, a confiança e a esperança dos Portugueses!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas, a nosso ver, o mais grave não é isso. O mais grave é que o PCP vive a nostalgia do passado, continuando amarrado e com saudades dos tempos e das ideias que fizeram as páginas menos nobres, menos dignas e menos brilhantes da nossa história recente.

O Sr. António Filipe (PCP): - Os senhores foram os únicos a falar do passado!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Portugal vive, hoje em dia, um período que é, a um tempo, difícil e mobilizador, complexo mas estimulante; um período que encerra uma enorme oportunidade, mas que nos confronta ao mesmo tempo, com especiais responsabilidades.
Não temos do País- nem nunca tivemos- a visão idílica, utópica ou irreal de que tudo está bem e todos os problemas . estão resolvidos.

O Sr. António Filipe (PCP): - Mas quase!...

O Orador: - Porém, o que não podemos aceitar é que se afronte o' sentimento dos Portugueses, cultivando o miserabilismo doentio, o fatalismo obsessivo, a descrença desmoralizadora, a política da indiferença, da desmotivação e da terra queimada!

Aplausos do PSD.

O grande problema de alguns políticos, dentro e fora do Parlamento, dentro e fora do partido interpelante, é simples e linear: sempre pensaram, sempre alimentaram e sempre acalentaram a ideia de que um eventual abrandamento do crescimento económico, uma eventual crise ou recessão económica internacional constituiria o momento, o instrumento, a forma ë a oportunidade de derrotar o PSD e de mudar o Governo.. Essa é a maior das incapacidades de alguns, dos nossos políticos!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Tal atitude demonstra a incapacidade de se afirmarem, por si próprios, com base em projectos alternativos, ideias novas e mobilizadoras do País ou dos Portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - No fundo, é incapacidade que resulta da confissão pública da própria incapacidade política!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Decididamente, a nossa oposição, como tivemos oportunidade de verificar também neste debate, sente-se resignada, frustrada, desiludida!

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O que, temos de convir, é mau para o País e para a democracia!
Mas, acima de tudo, tal atitude aumenta a nossa própria responsabilidade: assumimos, por isso, essa responsabilidade, renovada e reforçada, porque a nossa confiança, a nossa crença e a nossa aposta nos Portugueses é total, completa e absoluta! E serão os Portugueses, uma vez mais, a dar a resposta definitiva.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Aproveitámos a circunstância deste debate para tirar dele o único factor que de positivo poderia ter, para lançar algumas novas ideias acerca do aperfeiçoamento do sistema político.
Não nos arrependeremos! Esperamos até, sinceramente, que tais ideias possam não cair em saco roto no debate político futuro. Cabe-nos fomentar o debate, lançar a discussão, liderar a reflexão em torno de temas e matérias que fazem já a actualidade política e marcarão, certamente, a agenda política futura.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Pela nossa mão, não nos demitiremos nunca das nossas próprias responsabilidades...

Vozes do PSD: - Muito bem!