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3252 I SÉRIE - NÚMERO 99

a taxa de desemprego subiu de 5,1% para 5,3%, ou seja, nesta proporção que lhe referi subiu 0,2%.
No entanto, sucede-lhe um dado mais interessante ainda e que é o seguinte o número neste período considerado, ou seja; no segundo trimestre de 1993 mostra que se criaram mais empregos em Portugal do que o número de situações de desemprego.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Logo, estamos no oásis!

O Orador: - Portanto, a taxa de desemprego sobe porque aumenta a população activa. Há mais gente à procura de emprego e é verdade que não há emprego para todos aqueles que chegam ao mercado e trabalho mas INE também mostra que houve maior número de criação de postos de trabalho do que perda desses mesmos postos. Assim sendo, pergunto com este agravamento de 0,2% num trimestre situando-se a taxa de desemprego em 5,3% e verificando-se que neste período de três meses houve 10 500 novos postos de trabalho contra uma perda de 10000 como é que o Partido Socialista faz as contas para chegar a uma estimativa final de 10% na taxa de desemprego?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Parar responder, se assim o desejar tem a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Carp, é óbvio que mais uma vez V. Ex.ª não ouviu aquilo que foi dito aqui na minha intervenção.
O Sr. Deputado, como é evidente, o que se passa na Europa é importante para o que se passa em Portugal mas o que é determinante para a gravidade da situação em Portugal ou seja para a gravidade da situação económicas social portuguesa, são os erros de política económica e social que foram cometidos nos últimos anos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - e aos quais os senhores - a começar pelo Sr. Deputado Rui Carp -aqui deram cobertura permanentemente; embora hoje não se auto critiquem lamentavelmente. No entanto, há-de, chegar o dia em que os veremos autocriticarem-se, aqui, na Assembleia da República, pelos erros cometidos pelo Governo, e pelo PSD, em matéria de política económica e social.
Aliás, houve várias propostas concretas apresentadas pela minha intervenção, a começar pela necessidade de dar confiança, aos eleitores, aos portugueses. Mas não se pode dar confiança em situação de crise com um Governo que age como têm agido os Ministros das Finanças ou da Educação e o Sr. Deputado Rui Carp sabe isso tão bem como eu.
Relativamente ao Sr. Deputado Castro Almeida, quero dizer-lhe que acho curioso o seu pedido de esclarecimento. O Sr. Deputado manifesta certamente a total concordância com a minha intervenção já que foi buscar, algo que o Sr. Secretário-Geral do meu partido terá dito, eu não há uns tempos atrás sobre ai evolução da taxa de desemprego.
Sr. Deputado, o que lhe digo é que neste momento o número de desempregados já vai em 330 000 e estamos numa situação de Verão em que o normal é à criação de postos de trabalho e a diminuição das taxas de desemprego todos os anos isso acontece Sr. Deputado.
Portanto, face à situação que está a acontecer, em muitas empresas, em quedas pessoas chegam de «férias» e verificam que não recebem os salários porque as empresas estão fechadas, é bastante provável que se caminhe para aumento muito grave da situação do desemprego em Portugal!
Devo dizer-lhe ainda, que estranho muito a sua observação já que neste momento a evolução muito perigosa que o desemprego está a ter é um problema muito consensual na sociedade portuguesa. Mesmo dentro do seu próprio partido a começar pelo Sr. Primeiro-Ministro, existem preocupações quanto a esta questão, mas os remédios, é que são profundamente ineficazes.

Aplausos do PS.

O Sr. Castro Almeida (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Castro Almeida (PSD): - Sr. Presidente, trata-se de uma interpelação muito rápida e muito simples O Sr. Deputado Ferro Rodrigues referiu que havia 350 000 desempregados e perante tal gostaria que o Sr. Presidente no caso de ter condições para o fazer nos dissesse se há na Assembleia da República, algum número oficial que atinja esse montante.
Por outro lado através do Sr. Presidente, queria disponibilizar-me para oferecer ao Sr. Deputado Ferro Rodrigues o número oficial do INE, que coloca o número de desempregados, em Portugal o último número conhecido data de Julho de 1993 - em 236 600 e não nos 350 000 como a referiu o Sr. Deputado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, muito obrigado pela questão colocada. A resposta é muito simples os Srs. Deputados podem consultar ou mesmo requerer a publicação que acaba de referir.
Caso seja pedida à Mesa alguma informação específica requerê-la-ei em tempo oportuno, ao Sr. Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Plano para estar habilitado a responder ao Srs. Deputados.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra Sr. Deputado.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Sr. Presidente a minha interpelação tem o seguinte sentido o número total de desempregados mais realista é aquele que corresponde aos números, dos centros de emprego, que é onde as pessoas vão e se inscrevem, declarando a sua situação de desempregado, e não aquele que tem em conta os números relativos a inquéritos feitos com base em sondagens onde uma pessoa que trabalha uma hora numa semana é considerada empregada!

Protestos do PSD.

Posto isto também estou disponível para entregar ao Sr. Presidente - e por seu intermédio ao Sr. Deputado Castro Almeida - os valores respeitantes aos desempregados, valores esses que são extremamente graves.
Lamento, pois, que o Sr. Deputado Castro Almeida, provavelmente à revelia da orientação do próprio PSD, neste momento esteja a menosprezá-los.