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26 DE NOVEMBRO DE 1994 685

O Orador: - ... a incoerência sistemática...

Vozes do PS: - Não...!

O Orador: - ... e a demagogia desenfreada não São, seguramente, caminhos válidos para a construção de uma alternativa política credível.
E se essas tentações podem ser irresistíveis para os pólos mais radicais do nosso espectro partidário, são profundamente lamentáveis quando nelas se arregimenta o maior partido da oposição.

Vozes do PS: - Não se preocupe!

O Orador: - Um partido que descobriu, de repente, que hão tem um projecto próprio para Portugal e se lançou num exercício que, com propriedade, já foi chamado terapia de grupo,...

Vozes do PS: - Isso deve ser para o PSD!

O Orador: - ... tentando inventar um programa de governo, catalogável de alternativo, para se apresentar perante os portugueses.
Que não tinha rumo já nós sabíamos, que o assumisse tão explícita e publicamente é que não esperávamos.

Aplausos do PSD.

De resto, a demonstração disso mesmo ficou mais clara no passado fim-de-semana.
Falando para dentro do PS, o presidente do partido foi muito directo. A dada altura, disse que a derrota do PS, em 1995, «seria uma condenação demasiado dura em termos de subsistência e futuro do nosso partido»...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Para a democracia!

O Orador: - ... para, mais à frente, afirmar «ou ganhamos o poder nas próximas eleições ou mais quatro anos de poder absoluto podem pôr em causa o futuro do partido. Ou seja, ou se ganha o poder e se tem quatro anos de subsídios, ou quem for para lá, em 1999, é para se auto destruir».

Protestos do PS.

Estas afirmações do presidente do PS são elucidativas. Primeiro, do desespero que invade o PS a ponto de já falar da própria sobrevivência do partido.

Protestos do PS.

Neste momento, registou-se uma avaria no sistema de som da Sala.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, como verificou, houve um problema no sistema de som da Sala, o que já sucedeu anteontem, mas que parece estar já ultrapassado.

Vozes do PS: - Não foi sabotagem do PS! Deve ter sido o SIS, Sr. Primeiro-Ministro!

O Sr. Presidente: - Sr. Primeiro-Ministro, peço desculpa por este pequeno contratempo. Faça favor de continuar.

O Orador: - Acreditamos que não tenha sido uma maldade do PS! Acreditamos!

Risos.

Vozes do PSD: - Nunca se sabe!

O Orador: - Srs. Deputados, peço desculpa, mas vou ter de repetir o que estava a dizer.
Falando para dentro do PS, no passado fim-de-semana, o presidente do partido foi muito directo. A dada altura, disse que a derrota do PS, em 1995, «seria uma condenação demasiado dura em termos de subsistência e futuro do nosso partido» para, mais à frente, afirmar «ou ganhamos o poder nas próximas eleições ou mais quatro anos de poder absoluto podem pôr em causa o futuro do partido Ou seja, ou se ganha o poder e se tem quatro anos de subsídios, ou quem for para lá, em 1999. é para se auto-destruir.
Estas afirmações são elucidativas, em primeiro lugar, do desespero que invade o PS a ponto de já falar da própria sobrevivência do partido;

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, da lógica política que o anima - Portugal não conta, os portugueses não contam, a única coisa que parece contar e obter o poder, custe o que custar, para sobrevivência e afirmação meramente partidária; em terceiro lugar, cai a máscara e quebra-se o verniz. Para o PS «poder» é sinónimo de subsídios, «governar» é igual a distribuição de benesses para criar ou alimentar clientelas, e, no meio de tudo isto, a seriedade política não interessa, Portugal não existe e o futuro dos portugueses não tem qualquer importância, qualquer valor ou qualquer significado.

Aplausos do PSD.

Tudo isto é demais! Tudo isto parece fantasia! Tudo isto, infelizmente, é verdade! Tudo isto corresponde ao que já foi o PS quando esteve no poder! Tudo isto traduz a verdadeira face do PS!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tudo isto os portugueses devem saber, para melhor apreciar, julgar e decidir.

Aplausos do PSD.

É por tudo isto que os princípios e a coerência não existem.
O mínimo que se podia pedir ao Partido Socialista, e em particular ao seu líder, é que se habituasse a respeitar hoje o que disse na véspera, que tivesse a mesma linguagem em Almada, em Lisboa,...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... no Porto, nos Açores e na Madeira, que defendesse o respeito pelo Estado de direito e pelas leis do País nesta Assembleia como em Alverca,...

Vozes do PSD: - Muito bem'

O Orador: - ... e, sobretudo, que não insultasse a inteligência dos portugueses e olhasse para os problemas do País com seriedade, apontando os males, mas sabendo equacionar as causas, ultrapassando a superficialidade e