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I SÉRIE - NÚMERO 18 684

po internacional. Os sinais de desanuviamento e pacificação, do Médio Oriente à Irlanda e da África Austral à Coreia, rasgam inegáveis auspícios de esperança.
A assinatura do acordo do GATT e o processo de alargamento da União Europeia são outros sinais bem visíveis de um quadro que, tudo o indica, será de trocas comerciais mais intensas e de maior liberdade e abertura a nível internacional.
Perante este novo ciclo e estas perspectivas e oportunidades que se abrem aos portugueses, a oposição denota grande desorientação estratégica e alguma mesquinhez.
Viciada na desgraça e no negativismo, falha de ideias e soluções alternativas, a recuperação económica surge-lhe inconveniente, inoportuna e politicamente incorrecta.

Aplausos do PSD.

É que toda a sua acção se baseou, durante meses, na construção de um cenário de desgraça,...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está óptimo!

O Orador: - .. de um País fustigado por uma gravíssima crise económica de que não seria capaz de se erguer nos próximos anos, com um desemprego a disparar para níveis dramáticos e uma inflação em total descontrolo.
A estratégia negativista da oposição ficou bem clara aos olhos dos portugueses Mas a determinação e sentido de responsabilidade dos portugueses e os resultados entretanto alcançados vieram desmentir, felizmente para Portugal, as previsões e os desejos da nossa oposição. Daí ao desespero foi um passo - curto, visível e notório.
Baralhados nas suas contas por resultados eleitorais que em muito defraudaram as suas previsões e confundidos pelo início da recuperação económica, lançaram-se num despudorado incentivo à conflitualidade social, no apelo à violação das regras do Estado de Direito e inventaram a acusação de que o Governo está deliberadamente a travar a recuperação económica.
É difícil encontrar no discurso da oposição afirmação mais ridícula e mais elucidativa do seu confuso estado de espírito.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mesmo que se invoque a teoria dos ciclos eleitorais, será alguém de bom senso capaz de descortinar um mínimo de interesse, por parte do Governo, em retardar a recuperação económica?
O absurdo da afirmação ressalta tão mais notório quanto são os próprios articulistas ideologicamente identificados com a oposição a apontar esse pretenso atraso da recuperação económica, em comparação com o registo em outros países europeus, como motivo de suposta dificuldade para o Governo.
Mas tal afirmação é também reflexo da tentação planificadora e intervencionista que ainda povoa as mentalidades socialistas, em Portugal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Para eles, nem sequer soa a absurdo a sugestão de que, por acção do Governo, por decreto ou despacho ministerial, a recuperação económica e a expansão das exportações, do investimento e do consumo privado possam ser agendadas para amanhã, para a semana que vem ou para o início do próximo mês.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - E os fundos comunitários?

O Orador: - A confusão abunda na oposição, a demagogia e a contradição campeiam à rédea solta, o desespero e a frustração são já indisfarçáveis.

Aplausos do PSD.

O Sr. Maneei Alegre (PS): - Veja-se ao espelho!

O Orador: - Recordam-se, Srs. Deputados, do que a oposição antecipou relativamente ao Orçamento do Estado para 1995, agora em discussão?
Que seria imensamente expansionista, cheio de benesses para todos os grupos sociais; que seria despesista, eleitoralista e o muito que a acusação demagógica tem permitido.
Ou seja, imaginam os outros como eles próprios são!

Aplausos do PSD.

Sai-lhes, porém, ao contrário, um orçamento de rigor, responsável, que mantém inalteradas as linhas de consolidação orçamental e de estabilização nominal da economia, condições cruciais para o desenvolvimento nacional, e fica a oposição toda baralhada. O desnorte e a incoerência acentuam-se.
Então, volta rapidamente o discurso às avessas, qual cata-vento que se ajusta às mudanças do tempo.
O Orçamento para 1995, o tal que ia ser taxista e distribuir benesses «a torto e a direito», agora já vai piorar a vida das empresas e das famílias.
A política orçamental, a tal que ia ser eleitoralista, agora já não permite o crescimento dos salários tanto quanto a oposição gostaria e estava disposta a oferecer.
O Orçamento, o tal que se anunciava despesista, agora já não atribui verbas suficientes para este e aquele sector e adia os grandes investimentos nacionais.
Este Orçamento, o tal que ia distribuir benesses fiscais à direita e à esquerda, agora já agrava a carga dos impostos sobre as empresas e as famílias.
Convenhamos, todavia, que há em tudo isto um fio condutor. A luta da oposição resume-se ao dizer mal de tudo e de todos, ao criticar por criticar e ao destruir e desmoralizar, porque construir e criar são coisas que não fazem parte do seu vocabulário político, da sua ideia para Portugal.

Aplausos do PSD.

É uma luta em que a oposição acha que vale tudo, menos o respeito pelos princípios, menos a preocupação da coerência e da responsabilidade. Diz-se que é preto ou que é branco com todo o à-vontade, diz-se que sim a tudo e ao seu contrário com a maior das naturalidades, pinta-se a situação de negro e fazem-se promessas cor-de-rosa sem sequer corar de vergonha.

Aplausos do PSD.

Estes sintomas de desnorte e hesitação estratégica, em que a oposição se deixou enredar nos últimos tempos, tinham já ficado bem evidenciados no debate da recente moção de censura apresentada ao Governo.
O miserabilismo negativista,...

Vozes do PS: - Não...!

O Orador: - ... o bota-abaixo frentista,...

Vozes do PS: - Não...!