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16 I SÉRIE — NÚMERO 10

Julgo que se põe o problema de o serviço não estar vindo a diminuir e, devido às necessidades de manuten-adequado às necessidades da procura porque esta é mui- ção destas, o seu número diminui necessariamente. Ou to dispersa e a utilização de material circulante da ferro- seja, há, de facto, um decréscimo da actividade no que via clássica não é adequado aos níveis de procura. Por- diz respeito ao material Diesel decorrente da moderniza-tanto, como a ligação acaba por fazer-se duas vezes por ção e da electrificação da via. dia, tal significa que a ferrovia não é frequentada por Na verdade, as oficinas do Barreiro e todas as outras ninguém enquanto que os autocarros têm uma frequên- que trabalhavam com material Diesel estão actualmente cia muito elevada. Penso que está a ser equacionada, a ser sujeitas a uma adequação da respectiva estrutura às neste momento, a aplicação de uma tecnologia ferroviá- necessidades resultantes da modernização da via. ria ligeira com capacidades adequadas aos níveis da Penso que a sugestão que fez é boa. Aliás, creio que procura, o que, de facto, poderá vir a tornar as ligações há contactos de algumas empresas ligadas à CP, como a regionais competitivas face à rodovia. Fernave, com países africanos de expressão portuguesa

Esse estudo está a ser feito em ligação com as câma- — Moçambique e Angola — no sentido de incrementar ras municipais, com a CCR e com a universidade no a cooperação sobretudo quanto à recuperação dos res-sentido de serem apuradas as soluções mais adequadas a pectivos caminhos de ferro. Portanto, repito que consi-este serviço, que ainda não foram encontradas. Está a ser dero que o Sr. Deputado fez uma boa sugestão que prevista a utilização de uma tecnologia ferroviária ligei- transmitirei de bom grado à CP e à própria Fernave no ra que possa adequar-se às características da procura no sentido de analisarem as perspectivas possíveis de uma Algarve. Pensamos também que, se o serviço tiver algu- maior cooperação entre Portugal e os países africanos de ma regularidade e qualidade, poderá vir a ganhar alguma expressão portuguesa. quota de mercado ao sector rodoviário e se, por acaso, houver uma colaboração mesmo ao nível da exploração O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): — Dá-me licença entre o sector público e privado, então, penso que o que o interrompa, Sr. Secretário de Estado? serviço ferroviário será naturalmente competitivo em relação à rodovia. O Orador: — Faça favor, Sr. Deputado.

No que respeita à ligação Norte/Sul, perguntou-me que tipo de material circulante vai ser utilizado na linha O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): — Sr. Secretário do sul. Diria que, neste momento, estão a ser equaciona- de Estado, como sabe, as locomotivas de Angola e de das diversas hipóteses de entre as quais se põe a de se Moçambique, principalmente as utilizadas no transporte utilizar os comboios pendulares, desde Braga até Faro. de minérios, são fabricadas pela Sorefame. É por isso Tal implica, de facto, um conjunto de investimentos que que me lembrei que pode ser extremamente útil estabe-estão a ser equacionados e que se prendem com algumas lecer esses contactos pois aqueles países estão a reacti-correcções de traçado e com alguma técnica nalguns var todo esse equipamento. pontos da linha de modo a permitir o cruzamento de comboios. Também neste domínio o que lhe digo é que, O Orador: — O Sr. Deputado José Calçada colo-face aos investimentos necessários, está em estudo qual cou-me a questão de saber quais são as perspectivas a melhor solução pois podemos investir ou na infra- relativamente à linha do Alentejo. Respondo-lhe que em estrutura ou no comboio. Daí que haja que analisar a termos do plano de investimentos para o próximo ano melhor solução. No entanto, repito que, neste momento, está prevista uma verba de cerca de 1 milhão de contos. tudo indica que a melhor solução seja a da utilização de comboios pendulares, até porque isso vai permitir o O Sr. José Calçada (PCP): — Refere-se a qual trajecto Braga/Faro na mesma composição. linha?

Relativamente às mercadorias, todo o esforço que está a ser feito é no sentido de potenciar a linha dos O Orador: — Partindo do princípio que se entende a Granéis. Portanto, há alguns mercados que já foram linha do Alentejo como sendo o traçado que passa por referidos, tal como, por exemplo, o do sal-gema, o do Barreiro, Pinhal Novo, Vendas Novas, Casa Branca, abastecimento ao aeroporto de Faro e, no Alentejo, o incluindo os ramais para Beja e para Évora, é para esta transporte de mármores entre Estremoz e Vila Viçosa, linha que está previsto um investimento de cerca de 1 que são potenciais clientes do caminho de ferro e que, milhão de contos no próximo ano. embora já tenham sido clientes, neste momento não o Este itinerário que referi tem pouca procura sob o são. Portanto, tentaremos melhorar esta ligação no senti- ponto de vista de passageiros. Poderá dizer-me que o do de vir a captar novamente aqueles tráfegos. serviço não é bom mas respondo-lhe que não é bom

O Sr. Deputado Macário Correia colocou-me uma porque não há passageiros. Ora, a CP tenta adequar o questão à qual não posso responder porque não sei na nível de oferta ao da procura e, portanto, há aqui um medida em que a matéria que abordou não é assunto que círculo vicioso que é preciso quebrar. esteja a ser tratado pela Secretaria de Estado que tutelo e, para além disso, não está no âmbito da pergunta ini- O Sr. José Calçada (PCP): — Que é preciso quebrar cial que foi apresentada. fazendo linha!

O Sr. Deputado Nuno Abecasis colocou a questão de saber se está em curso a desactivação da estrutura do O Orador: — Eu não diria «fazendo linha» mas Barreiro. Respondo-lhe que, neste momento, com a antes melhorando o serviço no sentido de se captar electrificação, o número de locomotivas Diesel tem alguma procura.