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884 I SÉRIE - NÚMERO 22

as pessoas. A moeda é apenas um meio e, portanto, nesse ponto estamos de acordo. Quanto ao meio de lá chegar, podemos ter algum desacordo, e, seguramente, continuaremos a tê-lo.
No entanto, espero que possamos continuar, com a benevolência do Sr. Presidente, a discutir pela tarde fora.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Se o Sr. Presidente me autoriza, com a sua tradicional benevolência liberal e moscovita, citando o poeta,...

Risos do PS.

... começo por dizer que achei extremamente interessante que o começo Deputado Francisco Torres tivesse usado da palavra no tempo do PP, já que o seu partido pouco o acompanha...

Risos do PS.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - O Sr. Deputado Francisco Torres já discorda do Professor Cavaco. Mais dia menos dia, passa-se para a minha bancada!

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira, posso ser muito liberal, mas tenho limites. Portanto, se quiser usar da palavra, faça favor, senão sente-se.

O Orador: - Se o Sr. Presidente me autoriza, uso da palavra.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Faça favor.

O Orador: - Em primeiro lugar, quero dizer que a Comissão de Assuntos Europeus e o seu presidente, que se encontra ao meu lado, têm desenvolvido um excelente trabalho no sentido de procurar dar uma grande consistência aos trabalhos desenvolvidos na anterior legislatura. É que, apesar de ter havido vários acidentes de percurso, por razões várias - a Comissão conheceu três presidentes, portanto houve várias inflexões -, mesmo assim, conseguiu-se fazer aprovar a Lei n.º 20/94 e foi com muito gosto e honra que participei nestes trabalhos. Mas, como eu estava a dizer, a Comissão de Assuntos Europeus tem feito, efectivamente, um trabalho sólido e tem também, em geral, representado bem, nas reuniões da COSAC, o esforço desenvolvido de acompanhamento deste processo.
Quanto às questões da política, vou explicar com mais clareza. Já aqui foi dito, mas vou ser extremamente claro, que este não é o relatório que sirva para este tipo de seriedade. Dou um exemplo: um dos relatórios anteriores, ainda da responsabilidade do Dr. Vítor Martins, chegou a mencionar a Albânia como um dos Estados bálticos. Este relatório já não tem esses lapsus calami, mas, apesar de tudo, é um relatório muito vindo dos serviços e com pouca análise política. Em nosso entender, podemos ter outro tipo de relatório, como já aqui foi dito quer pelo Presidente da Comissão, quer por vários Srs. Deputados, nomeadamente o Deputado Carlos Zorrinho.
Bom, o que é que se passa? Passa-se que este foi o ano da viragem e é no final de 1995 que se criam as condições políticas para alterar o processo que estava a ser seguido. O Sr. Deputado Francisco Torres conhece tão bem como nós o relatório, que o Sr. Governador do Banco de Portugal distribuiu há dias e que analisámos, do Instituto Monetário Europeu - aliás, fomos dois participantes activos nessa reunião da subcomissão - ...

O Sr. Francisco Torres (PSD): - Exactamente!

O Orador: - ... onde se vê, por um lado, que estão criadas as condições essenciais para a participação de Portugal na grande zona de estabilização monetária, pelo que toda esta polémica em torno do curo, etc., é, de facto, absurda e é bom que as pessoas sejam esclarecidas, e, por outro, que, tendo em conta a forma como este Governo está a desenvolver a sua estratégia política e económica, se consolidará o processo de convergência económica. Em meu entender, o Governo do Professor Cavaco Silva, nomeadamente na última legislatura, não conseguiu fazer isso, o que terá sido uma das razões do seu fracasso eleitoral!
A questão económica e social é uma matéria extremamente séria. Penso que houve algumas tentações e algumas práticas no anterior Governo, na equipa do Professor Valente Oliveira e da Dr.ª Teresa Mota, de considerar a Europa um pouco como uma «vaca leiteira», uma espécie de cash cow que a gente mugia... A política deste Governo é radicalmente diferente e temos uma vontade de participar neste processo de integração europeia, que não pode ser posta em causa. E não nos venham dizer que nos convertemos. Está aqui, ao meu lado, um dos homens que assinou o pedido de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia. Portanto, isto é um trajecto de coerência.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado...

O Orador: - Ainda o PSD não existia e já Mário Soares era pró-europeu e partidário do reforço da União Europeia. Portanto, há aqui um trajecto de coerência.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.

O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente, pois, certamente, vamos ter mais debates.
Para terminar, quero desejar-lhes as melhores felicitações, um bom Ano Novo no seio do PPE e espero que o facto de terem assegurado um vice-presidente, algumas secretárias e alguns recursos vos dê boa sorte. Quanto ao acordo político-ideológico, estamos para ver!

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Ferreira.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ainda que muito breve, não posso deixar de fazer esta intervenção porque pensamos que foram feitas afirmações que não podem passar em claro.
Sempre que o Sr. Deputado Francisco Torres fala sobre a Europa, sobre a moeda e sobre os critérios de convergência, faz-me lembrar o ditado popular: «quanto mais fala, mais se enterra!». Isto porque o Sr. Deputado acaba de fazer duas afirmações essenciais, a primeira é a de que a convergência nominal é a irmã siamesa da convergência