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24 DE JANEIRO DE 1997 1127

dizia ou a um inspector-geral das polícias dizer, por exemplo - pasme-se! - que há polícias que cheguem em Portugal, que há polícias que cheguem nas ruas, que, afinal, o Governo não tem razão.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, já gastou sete minutos!

O Orador: - Perante tudo isto, Sr. Primeiro-Ministro, o que é que o senhor diz? Não o preocupa a autoridade do Estado? Não o preocupa o clima de instabilidade que, dessa forma, se cria na sociedade, o clima de intranquilidade para as pessoas? Não é um assunto importante para que se disponha a perder um pouco do seu tempo para dar explicações aos portugueses?
Em conclusão, Sr. Primeiro Ministro, uma vez mais, o senhor, como tem feito nos últimos tempos, "faz de conta". Verdadeiramente, continua a trajectória de um governo que faz grandes acções de relações públicas!
Mas pergunto-lhe aquilo que, hoje, os portugueses perguntam a si próprios: quando é que, verdadeiramente, o Governo começa a governar?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Com todo o gosto, Sr. Presidente.
O que eu disse é, em parte, repetitivo. É verdade! As nossas previsões bateram certo.

Vozes do PS: - Muito bem!

Risos do PSD.

O Orador: - É a primeira vez que isso acontece. Nos últimos anos, nunca as organizações internacionais ratificaram as previsões do Estado português; agora, as organizações internacionais ratificam e aceitam as previsões do Estado português, porque este Governo tem credibilidade e o seu não tinha!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Agora, sobre a recuperação económica do País, o "Sr. Ministro" está totalmente enganado...

O Sr. Marques Mendes (PSD): - Ministro, já fui!

Risos do PSD.

O Orador: - É uma deferência simpática...!

Aplausos do PS.

Risos do PSD.

Como sabe, em França, estes títulos guardam-se para toda a vida. Isso só prova que temos pelo PSD um grande respeito.

Risos do PSD.

Devo mesmo dizer que a estranheza com que os senhores ouviram chamar ministro ao Dr. Marques Mendes é a prova de que nunca mais esperam vê-lo nessa função.

Aplausos do PS.

Risos do PSD.

O que é importante no crescimento económico este ano é que já não é o investimento público que está a puxar pelo crescimento económico nem é a Ford/Volkswagen. No fim deste ano, o que está a puxar pelo crescimento económico são, em grande parte, as indústrias de bens de consumo, que estavam profundamente deprimidas quando chegámos ao poder.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Bem lembrado!

O Orador: - Isto é que é extremamente importante na economia portuguesa. O efeito da Ford/Volkswagen anulou-se, já está anulado, já estamos ao mesmo nível que estávamos no ano passado na mesma altura.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - E as exportações?

O Orador: - Por isso, o que agora faz crescer as exportações é, de novo, o vestuário, é, de novo, o calçado, são as indústrias tradicionais, são os produtores de bens de consumo, o que revela, aliás, uma saúde muito mais profunda na economia portuguesa.
Essa é que é uma questão essencial. É que enquanto os senhores se preocuparam apenas com o investimento estrangeiro e com o betão, nós preocupamo-nos com o fazer baixar as taxas de juro e, com isso, melhorar as condições de funcionamento da economia e das empresas, dando-lhes condições de maior rentabilidade, de crescimento e de expansão.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, aumento de custo de vida provocado por este Governo? Perguntou-me se eu sabia qual era o efeito dos aumentos decretados por este Governo. Acontece que fizemos as contas e sabemos. O conjunto dos efeitos de todos os aumentos e diminuições de preços - e os senhores falam sempre dos aumentos e esquecem-se sempre das diminuições,...

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Não, não!

O Orado: - ... algumas delas vitais para a economia portuguesa...

Protestos do PSD:

Querem ouvir ou não? Querem. Então, vão ouvir!
O conjunto dos aumentos e diminuições de preços decretados por este Governo, atendendo ao peso desses bens da economia, têm um efeito ponderado que no seu conjunto, se situa entre 0,08 e 0,1% de inflação.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Isso é o fascínio pelos números!