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1510 I SERIE - NÚMERO 45

assunto e quer reunir os comandos das polícias para tratar especificamente essa matéria.
Há um certo tipo de crimes contra as pessoas que está a aumentar - contra as pessoas e não contra os patrimónios -, bem como a criminalidade organizada, levada a efeito por grupos ou associações.
Portanto, se V. Ex.ª está satisfeito com o que se passa no País em matéria de criminalidade, estamos conversados, Sr. Deputado!

O Sr. Marques Júnior (PS}: - Não, não estou!

O Orador: - Eu não estou e acho muito mal que VV. Ex.ªs estejam, mas esse é um problema vosso. Nós não estamos nada satisfeitos nem descansados. É que, no fim
de tudo isto, ficamos sem saber se ha ou não polícias a mais, se o Governo vai ou não desarmar os policias ou começar, finalmente, a dar instruções à PSP, à GNR e à PJ para fazerem prevenção criminal, como é sua estrita obrigação.
Por que é que o Sr. Deputado Marques Júnior não me descansou relativamente às brigadas anti-crime, que o Sr. Inspector-Geral diz «andarem ao Deus dará»?'

O Sr. Presidente (Mola Amaral): - Sr. Deputado, queira terminar.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
Nem sabem a quem transmitir as informações que recebem! E são essas as brigadas que andam no terreno a combater o tráfico de droga!
Diz o Sr. Inspector-Geral, certamente porque estudou a matéria, que elas não sabem o horário de trabalho, nem a quem transmitir a informação, nem quem comanda, nem de quem dependem, nem em que viaturas se devem deslocar. Isto é gravíssimo!

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - É um autêntico desastre!

O Orador: - O Sr. Deputado devia preocupar-se com estes pontos e fazer, também por sua iniciativa, um pedido de esclarecimento ao Governo sobre o que se esta a
passar Mas não, V. Ex.ª preferiu o caminho da propaganda: é livre de o fazer, mas não é suficiente!

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, Sr Deputado Jorge Ferreira. V. Ex.ª fez hoje aqui uma excelente e oportuníssima intervenção.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Muito obrigado.

O Orador: - E tratou-se de uma excelente e oportuníssima intervenção porque o Sr. Deputado se debruçou sobre duas entrevistas, qual delas a mais exemplar,
que traçam um futuro negro para a segurança interna no nosso país, principalmente porque o Governo, que já nos tinha habituado a que os chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas escrevessem directamente ao Presidente da República, passando por cima do Sr. Ministro, agora faz com que os inspectores-gerais e es ministros também digam o contrário uns dos outros.
A fotografia ou o principio que ficaria melhor a um Governo como este e o do que, neste Governo, cada um trata de si e Deus trata de todos...

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muno bem!

O Orador: - É por isso que ninguém se entende!...

Uma voz do PS: - Isso é no Reino da Dinamarca!...

O Orador; - Não é no Reino da Dinamarca, é aqui no Ministério da Administração Interna.
Aquilo que o Sr. Deputado do PS diz tem toda a razão... Mas há um ministro que diz «a GNR é militar» e há um director-geral que diz «não sei se a GNR é militar
ou civil»: há um ministro que diz «é preciso o corpo de intervenção nos bairros degradados» e há um director-geral que diz «é preciso os polícias de giro desarmados»; há um ministro que diz «é preciso milhares de polícias, já, em força, 5000, 10000, o que for preciso» e há um director-geral que diz que «não, há polícias a mais, há três vezes mais polícias do que é necessário», há um ministro que diz «estamos a fazer uma grande reforma», mas, dois anos e meio depois, ha um director-geral que diz que em cada 100 polícias só dois fazem operações policiais, o Sr. Ministro assume a responsabilidade da Administração Interna e diz «aqui quem manda sou CIP - e o Sr. Director-Geral atreve-se a dizer que quem faz a avaliação dos ministros é ele,...

Risos do PSD.

... porque diz o seguinte sobre os dois ministros: que o primeiro, o ministro que estava antes deste, era a personificação da estátua «O Pensador», de Rodin - só pensava; que o segundo, o ministro que agora lá está, em lugar de pensar, quer ser pensar, quer ser pivot dos telejornais.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD) - Muito bem!

O Orador: - Ora, quando as coifas chegam a este ponto, meus caros senhores, a situação é triste, e negra e é difícil, em Portugal, para a segurança interna.
Talvez a razão destas entrevistas todas e do surgimento do Sr. Ministro tantas vezes na televisão e nos Jornais sejam a realidade nua e crua que V.Ex.ª também salientou há pouco mas que eu enumero agora de uma maneira mais precisa e rápida: é que, dizem as estatísticas publicadas, a criminalidade - pasme-se!, pasme-se! - diminuiu 0,4%, mas as pessoas esquecem-se de que, por exemplo, os cheques sem cobertura foram descriminalizados, e bastaria isso para se diminuir a criminalidade.
Assim, por comentário, podei íamos dizei que iodos, os crimes deixariam de ser crimes e as estatísticas seriam ao gosto do Sr. Ministro, mas o problema principal e este, Sr. Deputado Jorge Ferreira, tudo aquilo que contribui para
a insegurança das pessoas - a criminalidade juvenil, a criminalidade grupal, os assaltos a viaturas, os furtos por esticão, os crimes contra as pessoas e o tráfico de droga - subiu, e subiu muito!

Vozes do PSD: - Muito bem!