O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2 DE OUTUBRO DE 1998 241

outros partidos políticos que têm assento na Câmara Municipal do Porto.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado José Saraiva afirmou que esta proposta tinha surgido de um vereador do PSD, o Dr. Amorim Pereira, o que é verdade. Só que não foi esse panfleto que o Dr. Amorim Pereira propôs; o que o Dr. Amorim Pereira propôs foi uma informação isenta aos portuenses e não o que existe hoje, escrito pelo punho sabe-se lá de quem!, que não é mais do que um panfleto de propaganda pelo «Sim» à regionalização. Repito: não foi isso que o vereador Amorim Pereira defendeu.
Sr. Deputado José Saraiva, é impossível branquear o que já é claro perante todos os portuenses.

O Sr. Rui Namorado (PS): - Para os senhores a verdade é tendenciosa!

O Orador: - O dinheiro dos portuenses que deveria servir para habitação social, para combater a insegurança, para resolver os problemas do trânsito e tantos outros problemas da nossa cidade do Porto...

O Sr. Artur Torres Pereira (PSD):- Muito bem!

O Orador: - Parte desse dinheiro, dizia, está a ser utilizado pelo Dr. Fernando Gomes, pelo Partido Socialista, por VV. Ex.as para servir objectivos político-partidários do Partido Socialista, objectivos político-partidários de VV. Ex.as!

O Sr. Artur Torres Pereira (PSD): - Escusava de ouvir isto!

O Orador: - Mais, Sr. Deputado José Saraiva: também fica claro que para o Dr. Fernando Gomes vale tudo, em nome de objectivos político-partidários, inclusive mentir e faltar à verdade com aqueles vereadores com que se senta todas as semanas para discutir os problemas do Porto.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Orador: - Para terminar, Sr. Deputado José Saraiva, o que me incomoda, como portuense, não é que o Dr. Fernando Gomes não se sinta envergonhado com esta atitude que toma mas, sim, que este tipo de atitudes do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Fernando Gomes, envergonhem o Porto e envergonhem os portuenses.

O Sr. Rui Namorado (PS): - Então e sobre o Humberto Delgado nada diz?!

O Sr. Presidente: - Havendo mais um orador inscrito para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado José Saraiva responde já ou no fim?

O Sr. José Saraiva (PS): - No fim.

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra o Sr. Deputado Sílvio Rui Cervan.

O Sr. Silvio Rui Cervan (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Saraiva, registei o tom sereno com que fez a sua intervenção, tal qual registei o tom pouco convicto que a caracterizou. É com igual serenidade, mas com mais convicção que vou intervir.
Sr. Deputado, não usámos nem diabolizámos qualquer das figuras da nossa História por quem temos respeito.

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - Exactamente!

O Sr. Rui Namorado (PS):- Mas insultam-nas!

O Orador: - Sr. Deputado José Saraiva, a primeira atitude que o Presidente do CDS-PP, Dr. Paulo Portas, tomou quando ganhou o congresso foi chamar uma familiar do General Humberto Delgado para trabalhar connosco, no gabinete de estudos.

O Sr. Rui Namorado (PS):- Grande hipocrisia!

O Orador: - Portanto, em relação a essa matéria, estamos completamente tranquilos.

O Sr. José Magalhães (PS): - Que ridículo!

O Orador: - Nessa matéria, respeitámos a figura do General Humberto Delgado, com todas as suas virtualidades - e são muitas! - e com todos os seus pecadilhos, como é normal num mortal. Nem endeusamos, nem diabolizámos, Sr. Deputado.
Acontece que não era esse hoje o assunto objecto de debate, e esse é que foi o grande problema! O Sr. Deputado não foi capaz de dizer, mas acredito que estivesse subjacente nas suas palavras, que os prospectos não são isentos; que os prospectos, que deveriam ser informativos, só sairiam por unanimidade, como estava acordado!
Mas saíram e, em vez de prospectos, tratou-se de pura propaganda com sentido de voto, propaganda tendenciosa a favor do «Sim» no próximo referendo, fazendo uso do dinheiro de todos os contribuintes, claramente numa situação que, para além de constituir um manifesto abuso de poder, é de uma deslealdade para com todos os vereadores do Partido Social-Democrata e do Partido Popular que, nas Câmaras Municipais do Porto e de Vila Nova de Famalicão, deixaram claro que só estariam de acordo se se tratasse de um prospecto isento.
Ó Sr. Deputado, como eu poderia ir longe nesta matéria se fosse ter em conta as declarações recentes do Sr. Ministro Jorge Coelho, quando veio explicar aos portugueses que só com o compadrio e os amigos no poder central é que os presidentes de câmara conseguiam algum dinheiro e algumas obras!

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - Bem lembrado!

O Orador: - Todos sabemos que os agentes políticos, na briga política, cometem, todos os dias, alguns excessos, e nem sequer é disso que estamos hoje a cuidar!

O Sr. Rui Namorado (PS): - Vá perguntar ao Presidente da Câmara Municipal de Gaia o que é que ele diz do Governo actual!

O Orador: - Do que aqui estamos hoje a cuidar é, claramente, de uma situação de desrespeito à Lei do Referendo, de desrespeito a uma lei que esta Câmara aprovou e de um desbaratinar de dinheiros públicos de