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546 I SÉRIE - NÚMERO 17 

Porque, se o próximo governo fosse socialista, sabemos muito bem que a Sr.ª Ministra da Saúde se manteria nesta pasta, uma vez que já foi anunciado que terá sido convidada para integrar esse governo. Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, para bem dos portugueses, da sua saúde e dos seus impostos, é bom que não venha a existir, nunca mais, esse governo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedirem esclarecimentos à Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, inscreveram-se os Srs. Deputados José Barradas e Alberto Marques.
Sr. Deputado José Barradas, tem a palavra.

O Sr. José Barradas (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, V. Ex.ª falou em descontrolo e em descalabro e devo dizer-lhe que nunca vi expressão mais desajustada face ao que V. Ex.ª acabou de dizer. Isto indicia que o PSD quer transformar este debate numa fonte de demagogia e de falta de rigor.

Aplausos do PS.

VV. Ex.as chamam descontrolo a um aumento da despesa, não falando nos benefícios evidentes que traz para as pessoas.

Vozes do PSD: - Quais benefícios?! Onde estão?!

O Orador: - VV. Ex.as chamam descontrolo ao crescimento dos gastos por aumento da rede - lembro-lhe que, só no caso dos toxicodependentes, há hoje mais 200% de camas do que havia no tempo de VV. Ex.as.

Aplausos do PS.

VV. Ex.as chamam descontrolo à concretização atempada e pelos custos inicialmente previstos, de obras como o hospital do barlavento algarvio ou o da Cova da Beira.

Vozes do PS: - Bem lembrado!

O Orador: - Mas V. Ex.as não chamam descontrolo ao caos, à balbúrdia - aí, sim! -, ao desgoverno de algumas das mais importantes obras lançadas pelo vosso governo! Lembro três: o Hospital de Matosinhos, orçado em 4 milhões de contos, custou 14 milhões de contos; o Hospital de Santo António, orçado em 3 milhões de contos, custou 17 milhões de contos; e o hospital de Amadora/Sintra, orçado em 8 milhões de contos, custou 18 milhões de contos! Isto dificilmente se chamaria descontrolo!...
A minha pergunta é simples, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite: como é que VV. Ex.as pretendem responder ao aumento de procura dos cuidados de saúde, neste momento? Como nós, considerando o cidadão o centro do sistema e apetrechando o Serviço Nacional de Saúde para isso, ou como fizeram outrora, numa determinada altura, de que posso dar três exemplos: na luta contra a SIDA, restringindo a utilização do AU por ser muito caro,...

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - Falso!

O Orador: - ... ou, como no Hospital Curry Cabral, impedindo que as equipas de cirurgia fizessem mais do que uma prótese da anca porque era muito cara;...

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - Falso!

O Orador: - ... ou, finalmente, como no Hospital de Santa Marta, interrompendo obras no bloco cirúrgico, porque eram muito caras?

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - Falso!

O Orador: - Qual é agora o vosso critério?

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - Dado que a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite prefere responder apenas no final dos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Marques.
Srs. Deputados, peço-lhes que façam silêncio, pelo menos quando o Presidente da Mesa está a falar!
Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Alberto Marques (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, antes de mais, só podemos agradecer-lhe o ter feito a intervenção que fez, porque veio demonstrar que os vícios antigos do economicismo na saúde, que caracterizou a gestão da saúde durante o vosso governo, se mantêm. Portanto, obrigado por isso.
Mas, Sr.ª Deputada, permita-me também que lhe diga o seguinte: deram-lhe números sobre a gestão da saúde e pediram-lhe que viesse fazer aqui um número político sobre a saúde dos portugueses.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Sr.ª Deputada, compreendemos a sua dificuldade e estranhamos que não tenham sido os Srs. Deputados do PSD que bem conhecem a matéria da saúde a vir aqui fazer a intervenção que V. Ex.ª fez. Mas isso tem explicação, isso tem explicação, Sr.ª Deputada! V. Ex.ª limitou-se a fazer a análise contabilística, economicista dos números, o que até é a sua especialidade, mas esqueceu-se de ir ao terreno, ou esqueceu-se de perguntar aos seus colegas como estão as coisas no terreno!
Esqueceu-se de verificar que hospitais que faziam só uma cirurgia por dia, no período da manhã, agora fazem de manhã, à tarde e, alguns, à noite!

Vozes do PSD: - É falso!

O Orador: - Esqueceu-se de verificar as alterações do atendimento dos portugueses nos centros de saúde;...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ...esqueceu-se de verificar que, agora, até há horários pós-laborais para atender os utentes, para que não tenham de faltar ao seu trabalho, e esqueceu-se de que isso também custa dinheiro!
Esqueceu-se que sabemos bem o que é que está a custar mais do que o previsto, que sabemos bem onde estamos a gastar o dinheiro e que temos consciência de o estarmos a gastar da melhor forma para defender a saúde dos portugueses!

Protestos do PSD.