O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE FEVEREIRO DE 1999 1795

O Orador: - Portanto, se tem alguma prova de que algum membro deste Governo divulgou «cirurgicamente», com o objectivo de atingir A, B, ou C, os resultados dessa sindicância, coloque essas provas em cima da mesa e olharemos para elas com toda a atenção que certamente nos merecem. É porque se assim fosse, de facto, isso seria lamentável.

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Ministro.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
Mas o que o País não lamenta - e pode ficar satisfeito - e V. Ex.ª certamente lamenta é que a acusação que V. Ex.ª dirige a este Governo seja totalmente infundada. E essa, sim, é uma manobra de diversão de quem está muito nervoso e creio nada dever ter na consciência que lhe pese e que justifique tanto nervosismo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Ministro, como já foi dito várias vezes ao longo dos últimos dias e também hoje, a sindicância é da responsabilidade do Governo. Foi o Governo que a mandou fazer. É o Governo a única entidade que, pelo menos, até sexta-feira, e julgo que ainda eventualmente hoje, conhecia a sindicância.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Não é verdade!

O Orador: - Se não foi o Governo a divulgar, então o Sr. Ministro explique ao País quem foi que divulgou as informações à comunicação social!

Aplausos do PSD.

Na sequência disso, o Sr. Ministro, já agora, tenha a gentileza de informar o País sobre se o Governo, não tendo qualquer responsabilidade na passagem de informação para os jornais, já tomou alguma diligência ou iniciativa para investigar de quem é a responsabilidade da fuga de informação.

Aplausos do PSD.

. Em terceiro lugar, Sr. Ministro, já agora, aproveite o ensejo e explique também ao País como é que uma sindicância que é feita a factos se vê espelhada nos jornais em termos de nomes de pessoas concretas que não tiveram direito a ser ouvidas ou a defender-se. Já agora, explique também esta questão ao País!
Para concluir, Sr. Ministro, hoje, cada intervenção de V. Ex.ª é assim: «é pior a emenda do que o soneto»!

Risos do PSD.

Lá diz o nosso povo que «há dias em que não se deve sair de casa».

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Sr. Presidente, gostaria de, através da Mesa, porque directamente, pelos vistos, há dificuldade de comunicação, insistir junto do Sr. Deputado Luís Marques Mendes para ver se o Sr. Deputado consegue perceber o que eu disse há pouco.
O Governo recebeu os resultados da sindicância do magistrado sindicante na quinta-feira às 15 horas e já nessa manhã, ou seja, antes de o Governo ter recebido o resultado, o Diário de Notícias se tinha referido à sindicância e na véspera um dos canais de televisão se tinha referido à sindicância.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, mantenham a serenidade necessária.

O Orador: - Sr. Presidente, quero apenas, através de V. Ex.ª, explicar ao Sr. Deputado Luís Marques Mendes, e por extensão a todas e a todos os ilustres Sr.ªs e Srs. Deputados da sua bancada, que é impossível alguém divulgar por antecipação aquilo que só vem a conhecer posteriormente.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, nunca fui explicador de ninguém.

Risos do PSD.

... e não ia agora sê-lo do Sr. Deputado Luís Marques Mendes.
O Sr. Deputado Luís Marques Mendes pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Para fazer uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Espero que seja breve e que acabemos com essa multiplicação de interpelações que só indirectamente o são.
Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, quero dizer o seguinte sobre esta questão que o Sr. Ministro trouxe: há duas ou três coisas que são factos públicos e notórios e esses não têm a ver com qualquer um de nós. O primeiro facto é que quem mandou fazer a sindicância e quem é o responsável por ela...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não repita o que já disse, dê informações novas, se não não se trata de uma interpelação.

O Orador: - O Sr. Ministro também repetiu e o Sr. Presidente verá que vou acrescentar alguma coisa.

O Sr. Presidente: - Também me apeteceu dizer o mesmo ao Sr. Ministro.
Peço desculpa, mas temos de respeitar-nos uns outros. Não quero ser mais respeitado do que os senhores, mas ao menos tenham por mim um respeito igual.