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I SÉRIE-NÚMERO 55 2032

referido autarca e testemunha contra Ferreira Torres da referida agressão.
Acresce ainda que o Presidente da Câmara de Marco de Canaveses - sucessivamente indigitado pelo CDS-PP, pasme-se! - considera uma provocação a presença de cidadãos que o criticam nas reuniões públicas do executivo, considerações que publicamente assumiu na rádio marcoense, como pode ouvir-se na cassete de audio que exibirei no momento próprio.
Ora, para o almoço realizado no Marco de Canaveses contra a prepotência do seu edil, foram convidados capitães de Abril, representantes dos diferentes partidos e de associações cívicas. Eu próprio participei nesse evento, ao lado de figuras conhecidas do PSD, do PCP, de um padre católico e de associações dos direitos dos cidadãos.
Foram nessa altura distribuídos aos presentes um dossier e cassetes com declarações do cidadão que preside aos destinos do referido concelho que envergonham não só o País de Abril mas também qualquer democrata!
Perante uma realização normal, se considerados os valores fundamentais, o cidadão em questão, porque digeriu mal a notícia de um almoço, que visava, exclusivamente, o exercício dos direitos consignados na Constituição da República Portuguesa, resolveu promover um megajantar de apoio à sua própria pessoa.
Pôs para o efeito todos quantos a ele se encontram «submetidos» a exercer influências, tidas por ilegítimas, porque visavam obrigar uns e persuadir outros a comparecerem massivamente nesse evento.
Um tal movimento, que certamente carece de legitimidade democrática, cedo gerou a ideia de que a acção concertada e preparada minuciosamente resultaria em sucesso rotundo! Enganaram-se todos quantos assim pensavam. Começaram por anunciar a presença de 3000 comensais, depois reduziram para 1200 e, finalmente, soube-se - porque estas coisas sabem-se sempre - que o restaurante não comportava mais que 700 pessoas e que a grande maioria dos participantes acabou por receber uma senha (gratuita, claro está!) para o referido repasto.
A acreditar nas notícias publicadas pelo jornal Primeiro de Janeiro, o proprietário do restaurante não sabe quem irá pagar a conta, que, sègundo o mesmo jornal, se estima em 4000 contos!!!
Espero, sinceramente, que, no mínimo, a maioria dos comensais tenha apreciado a qualidade da cozinha da região que é excelente!
Das notícias sobre o referido mega-jantar ficamos a saber que estiveram presentes e tomaram a palavra o Presidente da Distrital do PSD/Porto, Major Valentim Loureiro, e o dirigente nacional do Partido Popular, Nobre Guedes.
Valentim Loureiro terá justificado publicamente a sua presença por ser do PSD e porque foi no Marco que se deu o primeiro passo para a constituição da AD, tendo o representante do PP, Nobre Guedes, mais modestamente,. feito idêntico registo.
E, a propósito das declarações, agora produzidas, importa recordar que data de Março de 1997 a celebração de um acordo entre o PP e o PSD, ao arrepio das estruturas locais do PSD.
Convém, por isso, dar hoje o indispensável relevo ao comunicado produzido nessa data pela Comissão Política Concelhia do PSD em que se afirmava: «Avelino Ferreira Torres é o símbolo do terceiro-mundismo na política: é uma pessoa sem cultura, incompetente e prepotente. Gere a autarquia como se fosse dono do Marco e os seus inte-

resses fizessem lei. Não olha a meios para atingir fins e quem ousar discordar da sua vontade é ameaçado, insultado e perseguido».
E termina deste modo o referido comunicado: «O Marco não é a Albânia (...) Só um acordo é aceitável: o de uma sindicância à gestão de Avelino Ferreira Torres».
Ora, como o Presidente da Distrital do PSD/Porto e o dirigente nacional do PP Nobre Guedes tornaram público que estavam nesse megajantar «(...) porque tinha sido no Marco que os primeiros passos da AD haviam sido dados (...)» interrogo-me e partilho convosco as minhas interrogações: será que a AD tem na sua génese a legitimação do trauliteirismo obscurantista e o clima de intimidação «à Ferreira Torres», tal como à saciedade foi noticiado pelo jornal Público da passada segunda-feira?!.. Será que Valentim Loureiro e Nobre Guedes consideram que a AD do Marco configura o perfil adequado à AD que querem para Portugal?!
Para que VV. Ex.as possam perceber a importância destas questões para o País e a pertinência de uma resposta, por parte do PSD e do CDS/PP, às questões que acabo de colocar, tenho o maior gosto em colocar à vossa disposição, através do Sr. Presidente da Assembleia da República, dois dossiers muito elucidativos e ainda uma audio-cassete e uma cassete vídeo que confirmam e retratam as afirmações que atrás reproduzi.
Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: O País, pelas declarações de Valentim Loureiro e Nobre Guedes, ficou, finalmente, a saber que a AD do Marco é, de facto, a imagem da AD que pretendem para Portugal e que se caracteriza por: uma estratégia de quem não tem estratégia; uma reunião de personalidades com interesses circunstanciais, que não conseguem unir sociais-democratas, nem democratas-cristãos; uma alternativa sem substância, vazia de ideias, que nada tem a ver com o futuro de Portugal, dos portugueses e da democracia.
De facto, Sr.ªs e Srs. Deputados, a autodesignada Alternativa Democrática, pela imagem que do Marco de Canaveses nos chega, tendo na sua génese (imagina-se!...) Ferreira Torres, um presidente de câmara que, a confirmarem-se as acusações que sobre ele impendem, envergonha a democracia, porque não olha a meios para atingir fins e julga que os votos podem sempre legitimar todo o tipo de prepotências, uma tal alternativa para o Governo da Nação não poderá nunca trazer bons resultados ao País.
Com um tal cenário, ficam os portugueses avisados de que a AD, prometida pela retórica de Paulo Portas e Marcelo Rebelo de Sousa, se revê no «buraco negro» da democracia que Ferreira Torres cava num dos mais belos concelhos do distrito do Porto, o Marco de Canaveses, e que esse «buraco negro» conta com a ajuda de Valentim Loureiro e Nobre Guedes.
Assim sendo, Srs. Deputados do PSD e do C13SfPP, não vale a pena tentar convencer os portugueses de que existem campanhas que visam a destruição da AD: basta conhecer o modelo de gestão do Marco para constatar que aquela coligação poderá assustar alguns, mas não conseguirá nunca ter credibilidade para se constituir numa verdadeira alternativa democrática.
Não é preciso destruí-Ia; ela destrói-se a si mesma!

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, conforme afirmei, vou entregar na Mesa os dossiers e as cassetes, pedindo a V. Ex.ª que os mande reproduzir e entregar aos diversos grupos parlamentares.