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3130 I SÉRIE-NÚMERO 87

de recuperação prevista para a economia europeia, no segundo semestre, para que seja possível ao nosso ritmo de crescimento e ao nosso ritmo de criação de emprego manterem-se para além desse período, e vamos manter a inflação controlada, porque essa é, naturalmente, uma preocupação que nos é comum.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Vamos..., vamos..., vamos...

O Orador: - Quanto ao endividamento das famílias:

a razão fundamental por que as famílias se podem endividar é a de que têm taxas de juro muito mais baixas. Mas se de alguma coisa este Governo foi atacado - e penso que, com certeza, o Sr. Deputado Durão Barroso não deve ter andado pelo País no último mês e tal - foi de se ter preocupado excessivamente com o endividamento das famílias. E, seguramente, todos estão recordados das críticas de que fomos alvo pelo facto de pretendermos tomar medidas nesse domínio.
Por isso mesmo, sinceramente, não percebo a sua intervenção.
Como também lhe quero dizer que não percebo a sua intervenção sobre a guerra no Kosovo.
Esse foi, precisamente, o tema da intervenção do debate anterior, em que o Sr. Deputado não pôde estar presente. Não tenho, sobre isso, qualquer comentário a fazer.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Já acabou a guerra?

O Orador: - Mas, a posição do Governo português, hoje, é exactamente a mesma que era há um mês.

Protestos do PSD.

Exactamente a mesma! Ou seja: a defesa intransigente dos princípios que fazem com que seja intolerável, no final do século XX, uma limpeza étnica dos cidadãos albaneses do Kosovo, o que, em nosso entender, justifica a intervenção militar da NATO; a participação de Portugal nessa intervenção - e louvo os militares que o têm feito - e, ao mesmo tempo, a abertura permanente a uma perspectiva de acção diplomática baseada nas cinco condições da NATO, agora assumidas pelo G8, para que se possa pôr termo ao conflito o mais brevemente possível.
Era essa a posição há um mês e é essa a posição hoje! Tenho-a mantido com total coerência.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para formular a primeira pergunta, em representação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.
O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Não posso deixar de fazer uma referência à intervenção há pouco produzida pelo Sr. Deputado Durão Barroso.
Creio que, depois de o ouvirmos, estamos em condições de fazer um diagnóstico da situação actual do PSD: parece-me que não persiste qualquer dúvida de que a do
ença infantil do «barrosismo», no fundo, consiste na decrepitude do «cavaquismo».

Risos do PS.

E não pode ter futuro quem se limita hoje a enfrentar o presente recorrendo ao pior do seu passado mais recente.
Na verdade, o Sr. Deputado Durão Barroso gastou três minutos para se referir à questão que foi abordada logo no início desta sessão, que tem a ver com o facto de ontem o Presidente do Governo Regional da Madeira, no exercício dessas funções, ter insultado o cabeça de lista do PS para as eleições europeias. E, no final desses três minutos, a única conclusão que se pode retirar é que o líder do PSD se revê no comportamento do Presidente do Governo Regional da Madeira.

O Sr. José Magalhães (PS): - Uma vergonha! Aplausos do PS.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Então, o Primeiro-Ministro também se revê no Dr. Mário Soares...!?

O Orador: - Se isto é uma manifestação de cultura democrática, ficamos a conhecer qual é, de facto, o grau de exigência de cultura democrática da nova direcção do PSD.
Também não posso deixar de me referir àquilo que é a absoluta inanidade programática evidenciada pelo Deputado Durão Barroso, que, de resto, já tinha reconhecido em pleno Congresso do seu partido, quando conseguiu suscitar alguns aplausos, anunciando para daqui a quatro meses o momento em que apresentará ao País o projecto com que pretenderia governar Portugal, se, porventura, os portugueses viessem a confiar nele e no seu partido.
Isso, uma vez mais, vem dar razão à tese de que a liderança do Deputado Durão Barroso tem muita pose, mas tem muito pouco projecto; tem, do Estado, o «cultivo da gravidade», mas não tem qualquer consistência e revela uma total insuficiência no plano das ideias.

Aplausos do PS.

Ao longo dos 10 minutos em que aqui pôde usar da palavra, o Deputado Durão Barroso não trouxe uma única ideia, um único projecto, um único contributo para o debate político em curso na sociedade portuguesa. Limitou-se a elencar uma série de referências dos últimos telejornais e a fazer referência a uma eventual cultura da responsabilidade e sobre isso também estamos em condições de falar.
Mas, do ponto de vista da cultura democrática, o Sr. Deputado Durão Barroso, no momento em que poderia ter demonstrado uma alteração de comportamento e de atitude, acabou por manifestar apenas a sua total identificação com aquele que se tem destacado no nosso País por ser o dirigente político que revela menor cultura cívica e democrática.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Durão Barroso revela que retém o pior que o «cavaquismo» ti-