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20 DE MAIO DE 1999 3131

nhã na sua fase de senescência - porque todos reconhecemos que houve uma fase de afirmação e uma fase de juventude no «cavaquismo». Mas hoje o Deputado Durão Barroso e o actual PSD apenas retêm o pior do «cavaquismo»: a mesma arrogância e o mesmo autismo, agora associados a um profundo ressentimento.

Protestos do PSD.

Ressentimento que, de resto, foi visível em declarações recentemente proferidas pelo antigo líder do PSD, Professor Cavaco Silva, que, quando se permitiu fazer a abordagem que fez em relação à forma como o actual Governo negociou a Agenda 2000, apenas deu provas de um profundo ressentimento, de uma total incapacidade de aprender com a História e de uma total falta de humildade e cultura democráticas mínimas.

Aplausos do PS.

É pena que o Sr. Deputado Durão Barroso ande com esse passado sempre às suas costas, porque essa não é a melhor forma de se projectar no futuro e de concorrer para que se possa travar um debate sério em tomo das grandes questões que se colocam hoje no horizonte do nosso País.
É lamentável esta total ausência, este total vazio de ideias e de programas que actualmente caracteriza o Partido Social-Democrata e que, de resto, tem expressão na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu.
Anda a Europa, há mais de dois meses, «angustiada» à espera que o Deputado Pacheco Pereira revele as suas ideias, os seus projectos e as suas propostas para essa mesma Europa, e há mais de dois meses que o Deputado Pacheco Pereira se limita a repetir, dia após dia, que são necessárias novas ideias, que aqueles que nos lideram são anões, que não temos perspectivas, não temos estratégia, não temos visão de futuro. Mas, não trouxe ainda para o debate uma única ideia séria acerca do futuro da Europa e acerca do que deve ser a participação de Portugal na construção desse futuro.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Como já aqui disse há dias, a «gestão do silêncio» pode concorrer para que se forme uma boa imagem, mas a «gestão do silêncio» jamais contribuirá para que se promova a emergência de um projecto verdadeiramente alternativo e susceptível de mobilizar as diversas energias da sociedade portuguesa.
Até aqui a liderança do PSD tem apostado no silêncio, mas tem falhado sempre que é colocada perante a necessidade de apresentar soluções, propostas, e alternativas.
Ainda hoje mesmo se viu - na intervenção que aqui foi feita, perante as diversas questões que foram colocadas nos mais diversos domínios, abordando os mais diferentes temas - que o líder do PSD não apresentou um único contributo válido para o debate em curso e para o debate que é necessário levar a cabo na sociedade portuguesa. E porque não temos a noção de que vivemos num oásis, nem a pretensão de que com este Governo se resolveram todos os problemas; não temos uma visão maniqueista do mundo - não temos a noção de que o bem está todo concentrado de um lado e o mal do outro; como não temos a noção de que em quatro anos seria possível resolver todos os problemas e todos os atrasos, alguns de séculos, que afectam, ainda, infelizmente, a sociedade portuguesa.
Por isso mesmo é que temos a noção de que a dialéctica democrática é essencial para que se encontrem sempre as melhores soluções e para que se possa ir de encontro às reais necessidades de Portugal e dos portugueses.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não quero deixar de salientar e saudar a forma e o rigor com que apresentou aquilo que tem sido, no essencial, a acção do Governo em duas ou três áreas absolutamente fundamentais.
Quando, no final desta Legislatura, tivermos oportunidade de fazer o balanço do que foi a actuação deste Governo; quando fizermos a comparação entre o que se fez e aquilo que o Governo se propôs fazer no momento em que foi investido perante esta Assembleia, estaremos em condições de, tranquilamente, concluir que este Governo, no essencial, cumpriu; que foi capaz de alcançar os objectivos que se propunha atingir; que, do ponto de vista económico, social e cultural, esteve à altura das expectativas, enfrentou, sem temor, os problemas que se colocavam - quantos deles, que se arrastavam ao longo de anos e que continuavam por solucionar, justamente porque o PSD não teve a coragem ou a competência para os solucionar no tempo em que exerceu solitariamente o poder em Portugal!...
Não deixa de ser, de resto, curioso que os responsáveis do PSD, um a um, venham sempre, aqui, fazer referência à necessidade das reformas.
É que não há melhor moção de censura ao «cavaquismo» do que as sucessivas declarações dos líderes do PSD, mesmo que eles as não façam com esse intuito. Quando vêm dizer que, no dia a seguir àquele em que o PSD assumia funções de responsabilidade governativa em Portugal, a prioridade das prioridades era reformar o País de alto a baixo, estão objectivamente a reconhecer que durante os 10 anos do «cavaquismo» não foram capazes de fazer as reformas que agora consideram absolutamente imprescindíveis.

Aplausos do PS.

Isto é, o inventário que o PSD faz da sua própria governação «cavaquista» é o de que deixou o País em tal estado que a primeira prioridade que um governo ulterior deveria ter deveria ser a de reformar o País de alto a baixo.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Deputados: Sr. Primeiro-Ministro quero manifestar, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, todo o nosso apoio em relação ao esforço sério que tem sido desenvolvido pelo Governo e que tem, de resto, contado com uma ampla solidariedade na sociedade portuguesa tendo em vista a resolução do problema de Timor.
Lamento, também, que o líder do PSD não tenha dedicado cinco segundos da sua intervenção a salientar essa questão que é da maior importância do ponto de vista político, simbólico e, sobretudo, do ponto de vista do património afectivo, da sociedade portuguesa.

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, estamos certos de que ainda haverá muitos problemas para resolver, que ainda há muitas