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Governo pretendeu apresentar como tendo sido uma grande vitória para o nosso país.
Por todas estas razões e, sobretudo, pela situação da economia e da segurança no nosso país, censuramos o Governo e, ainda, porque não tem uma linha de rumo para Portugal nem uma estratégia que indique aos portugueses o caminho que Portugal deve seguir.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tenho ouvido com estupefacção alguns comentários críticos ao facto de o PSD manter a moção apesar de a recente remodelação do Governo ter sido apresentada como constituindo uma vitória para o PSD ou até para a sua liderança.

Vozes do PS: - Oh!…

O Orador: - Srs. Deputados, engana-se quem pensa que oriento a intervenção política do meu partido ao sabor da conjuntura, ou por este ou aquele pequeno ganho político.

Aplausos do PSD.

Que fique para todos claro que o que me move não é o ganho imediato ou uma qualquer vitória própria do pequeno mundo dos pequenos factos com que se vai fazendo a pequena política.
O que justifica esta moção de censura é o estado a que este Governo conduziu o País. E esse estado não se alterou recentemente por esta dita remodelação e, pior do que isso, o Primeiro-Ministro não dá qualquer sinal de ser capaz de poder vir a alterar esse estado de coisas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quem, aliás, melhor justificou esta moção de censura foi o próprio Primeiro-Ministro, quando disse: «Pensei muito durante as férias e concluí que, na formação do Governo, tinha cometido erros (…) A verdade é que essa orgânica tornava praticamente impossível que os ministros pudessem ter êxito na concretização das suas tarefas».
Isto é extraordinário, é verdadeiramente extraordinário!
O Primeiro-Ministro reconhece e confessa que, por sua culpa, o Governo paralisou durante 10 meses. O Primeiro-Ministro reconhece e confessa que, por seus erros, o Governo não foi capaz de governar o País em áreas tão fundamentais como as que agora foram remodeladas.
Sr. Primeiro-Ministro, o País não é um laboratório de experiências para o senhor produzir os seus ensaios.

Aplausos do PSD.

Sr. Primeiro-Ministro, o senhor reconhece que se enganou - fica-lhe bem! -, mas quem paga os seus erros é o País, não apenas na escolha dos ministros, não apenas em questões de orgânica. Todos aqueles que acreditaram nas suas previsões económicas, em matéria de taxas de juro ou em relação aos números previstos para a inflação, estão agora a pagar um preço elevado. As famílias, os trabalhadores, as classes médias, os jovens que compraram casa própria, todos os que acreditaram em si estão a pagar com mais inflação, com mais juros e com mais impostos os erros do Primeiro-Ministro de Portugal.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os portugueses, que ao longo destes anos conseguiram aproximar-se de níveis de desenvolvimento próximos da média europeia, vêem agora todo esse esforço colocado em causa pela forma irresponsável como este Governo tem conduzido o País.
É preciso falarmos verdade. Não é possível combater ilusões e mentiras com mais ilusões e mais mentiras.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Oiçam!

O Orador: - Falar verdade implica dizer que Portugal está, hoje, à beira de uma grave crise no plano económico. Falar verdade implica dizer que parámos de subir, e até já estamos a descer, os degraus da convergência com a média da União Europeia.
Com este Governo caímos de uma perspectiva de vir a atingir o nível médio de vida na Europa daqui a 25 anos para um horizonte de cerca de 75 anos!

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): - É uma desgraça!

O Orador: - Mas a continuar como estamos neste ano e no próximo, ou seja, em situação de divergência, nem daqui a 75 anos! Essa meta transformar-se-ia numa miragem para todos os portugueses.
Perante isto, o que faz o Primeiro-Ministro? Ou faz mais promessas ou pede desculpa.
Há quem diga que esta situação se deve à subida das taxas de juro, à subida do petróleo ou à subida do dólar.

Vozes do PS: - Não!…

O Orador: - Mas os outros países europeus não sofrem também as subidas do dólar, das taxas de juro ou do petróleo?! Por que razão continuam, então, esses países a desenvolver-se e a modernizar-se enquanto Portugal marca passo?! Por que razão é que, por exemplo, a Irlanda está a crescer acima de 9%, enquanto Portugal marca passo?! Por que razão vemos uma Espanha pujante, afirmativa, tanto do ponto de vista económico como do ponto de vista político, enquanto Portugal, ao lado, marca passo?!
A resposta é simples: Portugal não progride, porque tem à sua frente um Governo incompetente.

Aplausos do PSD.

Portugal tem, hoje, o crescimento mais baixo da zona euro e a mais baixa taxa de poupança das famílias da União Europeia.
As remessas dos emigrantes já mal chegam para pagar os juros líquidos da dívida externa. Isto é, aquilo que os emigrantes enviam para Portugal volta a sair de Portugal apenas para pagar juros.