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0341 | I Série - Número 10 | 13 De Outubro De 2000

O Orador: - Em cinco anos, não há um facto novo, uma ideia, um projecto, uma iniciativa que transmita uma aposta séria no desporto.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Responsabilizamos, por isso, o Governo, não pela falta de medalhas mas, sim, pelos resultados obtidos, que indicam que não há iniciativas políticas concretas capazes de, por um lado, possibilitar uma maior participação das populações, em particular dos jovens, na prática desportiva e, por outro, na criação de condições objectivas para que os mais capazes, individual ou colectivamente, possam atingir níveis técnicos que possibilitem a participação qualitativa nas grandes competições internacionais.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sabemos do esforço desenvolvido pelas diferentes federações desportivas para darem condições técnicas e materiais a atletas e treinadores, de forma a que estes consigam marcas e resultados de grande nível, mas não pode haver bons resultados quando as federações e os atletas esperam meses pelos apoios concedidos; quando há atrasos significativos no financiamento das actividades regulares e dívidas crescentes ao Instituto Nacional do Desporto; quando a administração pública desportiva se encontra completamente paralisada. Criadas três direcções-gerais pelo anterior governo socialista, supostamente para responder com mais eficácia ao movimento associativo desportivo, são agora os responsáveis a admitir o seu fracasso, porque, sobretudo, não têm meios, recursos, novas ideias ou projectos mobilizadores.
Não pode, ainda, haver bons resultados quando não há uma linha condutora capaz de definir concretamente quais as áreas a desenvolver e a privilegiar (cada novo Ministro ou Secretário de Estado tem a sua própria política e é como se fossem de governos ou partidos diferentes); quando o ex-Ministro Fernando Gomes anunciou, para o ano 2000, um aumento de 33% das verbas destinadas ao desporto e todos sabemos e já constatámos que isso é mentira; quando as verbas afectas ao desporto têm vindo, em termos reais, a diminuir ano após ano, desde que os socialistas chegaram ao poder; quando, apesar das promessas e perante estes resultados, surge uma nova promessa que se traduz num novo planeamento para os jogos de Atenas em 2004 sem que se tivesse ouvido o movimento desportivo e federativo; quando o Centro de Alto Rendimento em Lisboa não tem meios nem recursos para funcionar e o do Porto, há muito prometido, está no cesto dos papéis; quando as federações têm graves problemas financeiros, sendo muitas vezes os seus dirigentes a avalizarem empréstimos bancários; quando a principal preocupação deste Governo é criar a ilusão aos portugueses de que o Euro 2004 resolverá todos os problemas estruturais do desporto nacional; quando o Governo do Eng.º Guterres não percebe e não sabe que, pela sua importância e dimensão, o Euro 2004 deverá ser uma grande oportunidade não só para o futebol mas para todo o sistema desportivo português, através da rentabilização dos investimentos públicos que vão ser realizados e da enorme atracção que o evento irá concitar. E aqui não se trata de desenvolver iniciativas pontuais que, apesar de grande impacto têm efeito mais ou menos passageiro, mas de organizar um conjunto de acções capazes de transmitir aos portugueses, e, particularmente aos jovens, uma cultura desportiva que melhore os seus hábitos de consumo do espectáculo desportivo e, se possível, também, os seus hábitos de prática desportiva; quando sabemos do atraso da mensagem política de apoio e estimulo aos atletas e restante comitiva que participaram nos jogos de Sidney;…

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - … quando, infelizmente, é grave que não haja ainda planeamento, apesar de sucessivamente prometido, para a preparação da geração desportiva que vai estar nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004; quando os projectos de apoio a grandes eventos das federações para a alta competição, assim como o apoio à construção da sede do Comité Olímpico, estão atrasados; quando a Fundação do Desporto se limita a organizar uma gala no final do ano para entrega de prémios; quando a canalização de fundos privados para o desporto são uma miragem e a lei do mecenato não serve para nada.
Também não pode haver bons resultados quando as estruturas regionais e distritais do Instituto Nacional do Desporto não têm meios, atribuições ou capacidade técnica para desenvolver qualquer tarefa e servem, apenas e em exclusivo, para colocar mais uns socialistas e dar uns subsídios em tempo de eleições;…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - … quando prometeram a redução do número de clubes das competições profissionais de futebol mas, depois, face às pressões e protestos, obrigaram…

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. Já terminou, aliás, há um bocado, mas eu estava distraído.
Peço-lhe que conclua.

O Orador: - Vou terminar já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem de terminar já mesmo, porque já o devia ter feito.

O Orador: - Infelizmente, os sucessivos Governos do PS separaram o que é inseparável e os resultados estão à vista.
É por tudo isto que dizemos, suportados pelos factos, que o País precisa de outra gente, de novas propostas, de novas ideias. O Partido Socialista está esgotado.

O Sr. Presidente: - Tem de terminar, Sr. Deputado. Não pode continuar, senão tenho de lhe retirar a palavra.

O Orador: - É melhor dar lugar a outros, enquanto é tempo!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se quatro Srs. Deputados para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Carlos Marta.
Por este ritmo, não teremos tempo para discutir nem sequer um voto, quanto mais os doze que estão agenda