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15 DE JUNHO DE 2001 37

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): — Então, e as outras nistério, vem demonstrando, de uma forma desajustada. sete SCUT? O senhor não pense que concordo com as SCUT, sim-

plesmente não sou fundamentalista ao ponto de dizer «não O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): — As outras, são pode haver nenhum sistema de SCUT»! O seu problema é

caminhos vicinais! que o senhor não tem uma, já vai em sete, e quantas mais virão! O Sr. Presidente (Narana Coissoró): — Para pedir es-

clarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Vozes do PSD: —Muito bem! Ferreira Leite.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): — Para respon-A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Sr. Presi- der, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado das Obras

dente, Sr. Secretário de Estado, as suas afirmações come- Públicas. çam por ser incontestáveis. Acha que há alguém aqui, a menos que seja perverso, que esteja contra a construção de O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas: —auto-estradas, que ache mal construir auto-estradas?! Sr. Presidente e Srs. Deputados, agora estou um pouco

Com as suas afirmações de que esta auto-estrada é boa, mais confuso, porque já não percebo se o PSD é ou não a aquela é boa, estamos todos de acordo, Sr. Secretário de favor das SCUT, é ou não a favor das parcerias sector Estado. Há apenas um problema, e é por esse motivo que o público/sector privado. senhores recorreram a este tipo de financiamento: não têm dinheiro para as pagar! Foi este o ponto que levantei! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamen-

Os senhores não têm dinheiro para pagar, nem têm a tares: —Tem dias! certeza de que haja dinheiro na altura em que as auto- estradas tenham de ser pagas! Nem podem ter, porque o O Orador: —Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Sr. Secretário de Estado, ainda por cima, tem o azar de modelo de project finance, o modelo de parceria sector falar do PIB, coisa em que não falei, exactamente por público/sector privado que está associado às SCUT tem causa desses motivos. precisamente estas características, em Portugal ou em

O senhor tem o azar de falar do PIB, mas sabe qual é o qualquer outro país da Europa, e estão a desenvolver-se, PIB em 2030? Sabe se haverá recessões, ou não? Como é desde na nossa vizinha Espanha até no agora célebre «ti-que o senhor sabe qual será o valor do PIB nesse momen- gre» da Irlanda. Aliás, gostaria de dizer que estão a desen-to? Sabe o que aconteceu entretanto na economia portu- volver-se com a participação de empresas portuguesas que guesa para serem necessários esses encargos? ganharam competitividade neste mercado e que estão a

A única coisa que sei é o que em seguida vou referir. concorrer nesses concursos com empresas internacionais. Suponha o Sr. Secretário de Estado que o meu filho – vou Não é uma questão de se ter ou não dinheiro, Sr.ª De-ao problema dos filhos porque temos sempre uma certa putada Manuela Ferreira Leite,… tendência para lhes fazer as vontades – me pede um Ferra- ri. Compro-lhe o Ferrari, mas como não tenho dinheiro A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Não! para o pagar a pronto vou pagá-lo a prestações. Entretanto morro, isto é, há uma recessão, quebram as receitas e o O Orador: —… é uma questão de se fazer opções! meu filho ficou com o encargo de pagar as prestações do O Governo continuou a investir no plano rodoviário, Ferrari. Como, entretanto, o Ferrari deixou de estar em como noutros planos infra-estruturais. Apenas esta opção uso, porque não dura muito, não tem sequer dinheiro para permite reforçar o ritmo de modernização das nossas infra-pagar a prestação do Ferrari, quanto mais para pagar outro estruturas e as condições de competitividade da nossa carro, ou seja, ficou sem Ferrari e sem carro, porque não economia. Com este investimento, com este tipo de parce-tem dinheiro. Este é o problema sério que se coloca quan- ria, antecipamos em cerca de 15 anos uma verdadeira rede do os senhores arranjam encargos pesadíssimos para o rodoviária moderna, segura e eficaz. futuro!

Sr. Secretário de Estado, se os senhores efectivamente A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Mas não têm dinheiro para pagar e se isto é apenas um problema de pagam! financiamento, pergunto-lhe: por que tem o senhor, em 2001, apenas 200 000 contos e admite que, em 2007, já O Orador: —Sr.ª Deputada, já que falou no seu filho, teremos 100 milhões de contos? Então, foi pena não ter permita-me que lhe fale da minha filha. Se ela, que por começado a pagar já!… O senhor não paga já porque não acaso não escolheu Economia, daqui a uns anos vier per-tem dinheiro, mas atira para 2007, quando os senhores já guntar-me: «Pai, devo contrair um empréstimo para com-não estiverem no Governo, o pagamento de 100 milhões prar uma casa, que vou pagar ao longo de 30 anos, sem de contos! saber muito bem qual é meu rendimento, ou devo esperar

30 anos e acumular para comprar a casa?», o que digo? O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): — Essa agora! Sr.ª Deputada, respondo-lho: «Compra a casa»! A Oradora: —Portanto, o senhor serve-se simples- Aplausos do PS.

mente de um expediente, já que não tem a certeza se o País pode pagar. Esta é a tal irresponsabilidade – e, mais uma A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Com certe-vez, o afirmo — que este Governo, através do vosso Mi- za! Eu também diria isso!