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30 DE JUNHO DE 2001 13

O Sr. Presidente: — Informo o Sr. Deputado António Pires de Lima de que gastou mais 2 minutos e 58 segundos Vozes do PS: — Muito bem! do tempo de que o seu grupo parlamentar dispunha para a discussão na generalidade, e que será descontado no tempo O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o atribuído para a discussão na especialidade. Isto acontecerá Sr. Deputado António Pires de Lima. a todos os grupos parlamentares que ultrapassarem o tem- po que dispõem para a discussão na generalidade desta O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): — Sr. Presi-proposta de lei. dente, Sr. Deputado Menezes Rodrigues, com todo o res-

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Depu- peito, tenho alguma dificuldade em compreender o sentido tado Menezes Rodrigues. da sua pergunta.

Nós já nos manifestamos, claramente, em tempo opor-O Sr. Menezes Rodrigues (PS): — Sr. Presidente, Sr. tuno, pela entrada de Portugal no Sistema Monetário Eu-

Deputado António Pires de Lima, antes de mais, quero ropeu (SME) e pela adesão de Portugal ao euro. dizer-lhe que somos um país de marinheiros e que conse- O que verificamos agora é que há países que estão na guiremos, seguramente, «levar o barco a bom porto! Não zona euro e que «navegam» bem, com crescimentos fortes iremos morrer na praia, nem o comandante se enganará». e economias saudáveis, e que há países, como Portugal (e Por conseguinte, pode estar tranquilo, porque não vai ha- Portugal é o melhor exemplo), que não são capazes de ver esse «naufrágio marítimo» que está a apontar. crescer e que se estão a perder desde que entraram no euro.

Sr. Deputado, o seu grupo parlamentar tem, recorren- temente, posto em causa a reforma fiscal que foi aprovada. Vozes do CDS-PP: — Muito bem! O vosso grupo parlamentar deu toda a atenção, toda a colaboração, toda a cooperação a esta mesma reforma O Orador: — O Sr. Deputado pode achar que sempre fiscal, esteve presente durante todas as jornadas de prepa- fomos um país de navegantes, e que, por termos sido sem-ração e trabalho e, depois, «saiu de lado», não a quis, não pre um país de navegantes e de resistentes, isso assegura o gostou! nosso futuro. Não podemos olhar para a vida dos nossos

filhos e dos nossos netos dessa maneira voluntarista, temos O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não, não! de ser nós a assegurar, nos dias de hoje, o futuro daquilo que amanhã tem de ser Portugal. E o facto de termos oito O Orador: — O Sr. Deputado não gostou, votou con- séculos de história não garante em absoluto que Portugal,

tra. se continuar a ser mal governado, possa manter-se no futu-Ora, o que estava em causa não era de todo um qual- ro e ser um país autónomo.

quer disparate! Vozes do CDS-PP: — Muito bem! O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não?! O Orador: — O «barco» da governação portuguesa O Orador: — Não! está a «meter água por todo o lado». Sentimos que é nosso Agora, o Sr. Deputado pode não gostar do Primeiro- dever exigir um novo líder, um novo governo para Portu-

Ministro, mas essa «relação de amor» não será consigo, gal! será com o eleitorado. Relativamente à reforma fiscal, devo dizer-lhe que nós

Quanto ao problema da competência e incompetência, nunca estivemos ao lado da reforma fiscal do Governo. a adjectivação tem a ver com esse «desamor». Mas pode Seria uma inconsciência! Esta reforma fiscal é uma in-continuar, Sr. Deputado, que não tem qualquer espécie de consciência, e só foi possível ser feita por quem não co-problema. O eleitorado irá decidir no momento certo! nhece os mecanismos de funcionamento de uma economia

de mercado, por quem não percebe o papel de Portugal e O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Cuidado, que ainda do mercado de capitais português hoje em dia na economia

vai a Ministro! europeia. Esta reforma fiscal deveria ter potenciado o investimento, deveria ter potenciado a poupança, deveria O Orador: — Mas a questão que quero colocar-lhe, ter potenciado a atracção do investimento directo externo e

Sr. Deputado, é a seguinte: a permanência do argumento do investimento interno. E tudo o que se passou, com as de que as previsões não são cumpridas, é um pouco para medidas que foram tomadas pelo Ministro Pina Moura, foi forçar a nossa consciência. Isto porque o Sr. Deputado, no sentido contrário! que é uma pessoa informada e competente, sabe qual é o Portanto, que fique bem claro — até porque já várias quadro envolvente da economia portuguesa. Por conse- vezes propusemos a revogação de muitas das medidas da guinte, não seríamos nós, uma economia débil e tão aberta, reforma fiscal em devido tempo —, que nós, CDS-PP, que iríamos de algum modo escapar à conjuntura que, somos totalmente contra esta reforma fiscal! entretanto, se vem a desenrolar nos termos que o Sr. Depu- tado conhece. Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A minha questão é só esta: o Sr. Deputado acha que se Portugal não tem entrado no SME, se não tem aderido ao O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, informo que te-euro — tendo em conta que, agora, não controlamos a mos connosco, na galeria do Corpo Diplomático, uma política monetária —, a situação da presente conjuntura delegação do Parlamento moçambicano, que se encontra seria esta ou seria uma muito pior? em visita de trabalho ao Parlamento português.