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30 DE JUNHO DE 2001 19

grecer depois de estar gordo. É muito fácil emagrecer No conjunto de previsões que V. Ex.ª tem feito, sobre-quando já se está numa situação de mais ou menos magre- tudo no conjunto de previsões que estão inscritas no tal za. Andámos a engordar e agora querem-nos emagrecer de programa, que agora se chama Programa de Emergência de repente. Vamos ter um custo pesado, porque esta situação Redução da Despesa Pública, mas que se chamava pro-não se resolve de repente. grama de emergência para a economia portuguesa, e que

parece que, nesta Câmara, só eu tenho, ainda por cima com O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem! dedicatória do Sr. Deputado Durão Barroso,… A Oradora: — Mas, Sr. Ministro das Finanças e Srs. O Sr. Lino de Carvalho (PCP): — É para desconfiar!

Deputados, o PSD vai ser o próximo governo. E, como o PSD vai ser o próximo governo, nós só podemos conside- O Orador: — … não há nada, rigorosamente nada, que rar como bem-vindo tudo aquilo que seja pagar dívidas. sustente a sua afirmação. O que cá está sobre a despesa é

Aquilo que o Sr. Ministro das Finanças não teve quan- «reduzir o excessivo peso da despesa pública no PIB». do iniciou funções, porque lhe deram dívidas encobertas, Grande descoberta, Sr.ª Deputada — «Reduzir o excessivo dizendo-lhe «agora o senhor resolva-as»… peso da despesa pública no PIB»! Quantos portugueses

Os senhores não vão resolver todas as dívidas, não vão fizeram esta previsão? Quantos portugueses fizeram esta resolver aquelas dívidas que foram atiradas para os anos proclamação, Sr.ª Deputada? Provavelmente, quase todos! futuros, mas, do mal o menos, quanto mais dívidas paga- O problema não é ter intenção de reduzir o excessivo peso rem melhor será a situação ou menos má será a situação da despesa pública no PIB, o problema é encontrar solu-em que o nosso ministro das Finanças irá encontrar o País! ções para reduzir o excessivo peso da despesa pública no

Portanto, o PSD, como partido responsável, como par- PIB. Esse é que é o problema, Sr.ª Deputada Manuela tido que pensa ser o próximo governo, não pode deixar de Ferreira Leite! viabilizar um documento que, pura e simplesmente, pre- E este problema, aliás, liga-se ao outro que aqui trouxe. tende pagar dívidas às vítimas desta política económica V. Ex.ª tentou dizer que o Partido Socialista ia transformar errada. em bodes expiatórios os trabalhadores da função pública,

mas isso é completamente falso, Sr.ª Deputada! Não é Aplausos do PSD. intenção do Governo e não é, obviamente, intenção do Grupo Parlamentar do Partido Socialista transformar em O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a bodes expiatórios da situação financeira que o País vive os

palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos. trabalhadores da função pública. Portanto, utilizar esse tipo de argumento, utilizar esse tipo de comentário, é absolu-O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª tamente despropositado e inqualificável.

Deputada Manuela Ferreira Leite, as oportunidades da Registo, na sua intervenção, duas notas positivas. nossa vida são tão escassas que não me furto ao diálogo A primeira é a de que, um dia destes, hão-de ser gover-com V. Ex.ª. no. É isso a alternância, Sr.ª Deputada! Isso fortalece as

Basicamente, o que lhe quero afirmar é o seguinte: o instituições democráticas! Acho que, um dia destes, prova-seu discurso teve duas linhas condutoras. velmente, serão governo, mas também acredito naquele

A primeira foi a de que a Sr.ª Deputada previu tudo, a comentador qualificado que ontem escreveu que não há Sr.ª Deputada avisou tudo, a Sr.ª Deputada já sabia de quaisquer hipóteses de mudar a situação política portugue-tudo, etc., etc. Devo dizer-lhe que estou aqui há muitos sa, porque, infelizmente, dizia ele, o Sr. Eng.º António anos, sobretudo desde que V. Ex.ª cá entrou. Guterres ainda «tem o Dr. Durão Barroso no bolso». Acho

que já não é só o Sr. Eng.º António Guterres… O Sr. António Capucho (PSD): — Se calhar, há anos

demais! O Sr. Presidente: — Terminou o seu tempo, Sr. Depu- tado. Faça favor de concluir. O Orador: — Se calhar, há anos demais, diz muito

bem o Sr. Deputado António Capucho! O Orador: — Concluo já, Sr. Presidente. Estava eu a dizer que estou aqui há muitos anos e vi, Como dizia, depois de ontem, já não é só o Sr. Eng.º

realmente, V. Ex.ª fazer previsões, mas também vi V. Ex.ª António Guterres que «tem o Dr. Durão Barroso no bol-falhar sistematicamente previsões. so», é também o Professor Cavaco Silva.

Vozes do PS: — Muito bem! Aplausos do PS. O Orador: — E é muito fácil acertar previsões! Sr.ª O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a

Deputada, se eu previr que vai chover e não disser o dia, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite. garanto-lhe que acerto que vai chover!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Sr. Presi-A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): — Exactamente! dente, Sr. Deputado Manuel dos Santos, pensei que este era um debate mais ou menos sério sobre problemas de O Orador: — Se eu previr que vai fazer sol e não dis- política económica.

ser o dia, garanto-lhe, Sr.ª Deputada, que vou acertar na previsão. O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Exactamente!