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19 | I Série - Número: 105 | 18 de Julho de 2001

ços, uma remodelação pretensamente à direita.
Quando destacados dirigentes e autarcas do Partido Socialista procuram demarcar-se do Governo, esse é o sinal mais claro da falência deste poder socialista e da incapacidade de liderança deste Primeiro-Ministro.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Como vai Portugal vencer o atraso em que se encontra em relação aos seus parceiros da União Europeia? Que soluções tem este Governo para nos retirar a todos nós da cauda do desenvolvimento na Europa? Quais são, afinal, e em definitivo, os grandes projectos que este Governo irá, de verdade, concretizar? E como os vai pagar, ou, se quiserem, como os vai financiar? A resposta a estas perguntas, Sr.as e Srs. Deputados, é, permitam-me, «zero». Zero de ideias e múltiplos de indecisão.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — O problema é que tanta indefinição tem custado muitos milhões de contos e suscita-nos, desde há muito tempo, a urgência de uma completa e independente auditoria às contas públicas. É que, tal como acaba de descobrir o novo governo italiano, há contas e contas. E o anterior governo italiano, por sinal também socialista, enganou-se, e muito, no défice orçamental que pública e sistematicamente apresentava. Importa retirar daqui a lição e não continuar a menosprezar a proposta apresentada, já em Novembro do ano passado (relembro), pelo Partido Social Democrata.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Navegando à vista, este Governo já não nos dá qualquer esperança. É, antes, uma tormenta e é já evidente, para a maioria das e dos portugueses que a alternância é tão necessária quanto urgente.
É que as e os portugueses já perceberam que não é com este Governo que o País progride, que Portugal volta a ganhar confiança e auto-estima.
Com este Governo, Portugal já perdeu alguns anos, anos de promessas por realizar, de paixões por cumprir, de expectativas frustradas, de anseios não realizados. O que houve, sim, foram muitas palavras. Só que estas também estão gastas. O que se exige agora é acção, o que se impõe agora é um novo dinamismo, um novo caminho, um novo projecto, uma nova rota, uma nova equipa, uma nova liderança.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — A mudança é, assim, Sr.as e Srs. Deputados, inadiável. É mesmo inevitável. É que as «rugas» deste Governo já não se disfarçam com «plásticas» de remodelações. O País exige verdade e exige mudança. E todos os órgãos do Estado e, por excelência, o Sr. Presidente da República sabem que não há nenhum problema político que, na actual democracia representativa, não possa ser resolvido.
Nós, no PSD, sempre nos assumimos como a alternativa segura e credível. Nós, no PSD, queremos dizer, uma vez mais, aos portugueses que queremos ser protagonistas da mudança. Queremos mesmo pilotar a mudança.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Uma mudança com projecto e com estratégia, com convicção e com acção, com vontade e com ordem, com força e com mobilização colectiva.
Permita-me, Sr. Presidente, que, em nome da bancada do PSD, deseje a todos, Sr.as e Srs. Deputados, umas boas férias, incluindo, obviamente, a este Governo.

O Sr. Guilherme Silva (PSD). — Esse está sempre de férias!

O Orador: — Sendo certo que, para sermos tão rigorosos quanto sinceros, de férias tem ele estado sempre! Já está de férias há muito tempo! Boas férias a todas e a todos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Barros Moura.

O Sr. José Barros Moura (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Seara, com o mesmo espírito e com as mesmas boas maneiras, aproveito para lhe desejar, e à bancada que aqui representou, boas férias. De facto, estão a precisar de algum descanso, estão a precisar de, nas férias, acertarem o discurso de forma a conseguirem torná-lo um pouco mais inteligível e, se me permite, um pouco mais eficaz.

Risos do PSD.

V. Ex.ª veio, aqui, em jeito de analista político, glosar alguns temas da análise política recorrente, e diga-se de passagem, do meu ponto de vista, sem grande imaginação, que se têm sucedido nos últimos tempos. Mas do conjunto do que disse, e abstraindo-me da temática «desgostante», da forma como foram glosadas as dificuldades da remodelação, falarei de alguns temas substanciais.
V. Ex.ª veio aqui exigir uma auditoria às contas públicas – primeiro ponto – e louvar-se de uma experiência ainda em discussão, verificada em Itália. A isto só temos de responder que não contribuiremos, pelo nosso lado, para desprestigiar o controlador financeiro do Estado, que é o Tribunal de Contas, e que confiamos inteiramente na independência do Tribunal de Contas, para avaliar a maneira como é executado o Orçamento do Estado…

Vozes do PS: — Muito bem!

O Orador: — … e o modo como o Governo executa e cumpre esse instrumento financeiro fundamental.
O segundo aspecto que retive da sua intervenção tem que ver com a sua angústia quanto à questão de saber se cumpriremos, ou não, as 50 medidas.