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25 DE JULHO DE 2001 7

Como resolvê-lo? confia que um cortejo de dignitários oficiais e um conjunto Teria sido bom — Oh!, como teria sido bom! — apro- de palavras de circunstância faça esquecer tudo o resto.

veitar a deslocação do Primeiro-Ministro para reflectir um Não parece perceber o Sr. Primeiro-Ministro como todas pouco sobre este assunto, para mobilizar vontades, para estas cenas são o símbolo da mais acabada decadência. estimar recursos, para analisar soluções. Tempo perdido. O Em contrapartida, curiosamente também pouco depois Sr. Primeiro-Ministro não quer enfrentar os problemas, de uma deslocação, exactamente a Coimbra, para partici-não quer se não traduzir a vida em facilidades. par numa instalação municipal, o Sr. Presidente da Repú-

Sobre esta questão, nem uma palavra. Todavia, discu- blica deu um exemplo contrário: decidiu parar com as suas tia-se a viabilidade da instalação, por exemplo, de uma deslocações oficiais pelo País. Percebeu como era incómo-ponte militar; discutia-se e percebia-se, o que é mais grave do assistir ao espectáculo dos candidatos socialistas agar-ainda, que, no actual estádio, as Forças Armadas não dis- rados às saias da imagem da República. Compreendeu põem de capacidade para responder a este seriíssimo pro- como estamos verdadeiramente na antecâmara de eleições blema. Se esta solução não existe, o que fazer? Dizem os autárquicas e como tudo indica que outras se anunciam. Só técnicos: uma nova ponte. Acrescentam que ela nunca lhe falta acrescentar uma palavra: recordar, por exemplo, estará pronta antes de um ano e meio, na melhor das pers- ao Sr. Primeiro-Ministro como deve pôr fim à confusão da pectivas. situação dúplice de delegados do Governo e de candidatos

O Sr. Primeiro-Ministro, portanto, evitou dar esta notí- assumidos;… cia incómoda aos cidadãos de Coimbra. O Sr. Primeiro- Ministro apreciou a obra que irá contribuir para o caos do O Sr. António Capucho (PSD): — Muito bem! trânsito naquela zona da cidade. Viu um pormenor, fechou os olhos ao resto. O Orador: — … como deve impedir a afirmação do

clientelismo, que surge com iniciativas como a do vereador O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem! socialista da Câmara Municipal de Resende, ao pretender intervir na atribuição do rendimento mínimo na qualidade O Orador: — Os milhares de utentes da estrada da de seu dono;…

Beira vão suportar, durante quase dois anos, um tormento diário. O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — É uma vergo-

Se falo na visita do Sr. Primeiro-Ministro à minha ci- nha! dade e se nela incluo esta questão é porque a entendo sufi- cientemente significativa do pior. O Orador: — … como deve demarcar-se deste tipo de

O que esperam os cidadãos de um primeiro-ministro? governo de geometria variável, sempre pronto a agradar Naturalmente, a capacidade de enfrentar problemas e de aos grupos de interesses e esquecer o interesse do Estado. encontrar soluções, a capacidade de intervir e decidir. Não basta que o Sr. Presidente da República constate,

O que oferece este Primeiro-Ministro? A capacidade de como recorda hoje o Professor Vital Moreira, em artigo desconversar, de iludir, de fugir às dificuldades, ignoran- muito convenientemente intitulado À Vontade do Freguês, do-as. que «os interesses em Portugal são fortes e o Estado é

fraco», é preciso usar a sua magistratura de influência para O Sr. António Capucho (PSD): — Muito bem! promover as correcções necessárias. A não ser que o Sr. Presidente da República pense que já é tarde demais, que O Orador: — O que pretende este Primeiro-Ministro? já não vale a pena. Mesmo que assim seja é difícil admitir

Fazer do cargo um prolongamento do partido?! Fazer das o silêncio, a não ser que se tenha instalado a política do deslocações oficiais actos de propaganda?! Gerir a imagem vale tudo. televisiva?! Aparecer no que é agradável e bom e desapa- De resto, neste nosso país, já chegamos ao cúmulo — recer nos maus momentos?! Como, mas como, quererá talvez — da perfeição socialista: um titular do salário este Primeiro-Ministro garantir e merecer a confiança? mínimo compra jogadores de futebol por milhões! Tem

Na mesma altura em que visitava Coimbra, o processo crédito ilimitado! da co-incineração sofria mais um golpe na sua credibilida- de. Depois de conseguida a colaboração da população Risos da Deputada de Os Verdes Isabel Castro. quanto à realização prévia dos estudos epidemiológicos, veio a saber-se que lamas tóxicas tinham sido queimadas O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): — É um escândalo! em testes não divulgados! Não teve um momento, um Tem toda a razão! momento simples, por breve que fosse, o Sr. Primeiro- Ministro para se deslocar a Souselas e tentar esclarecer. O Orador: — Interesses fortes, Estado fraco… Já per-

cebemos tudo. O Sr. José Barros Moura (PS): — Isso foi desmentido

ainda ontem! Aplausos do PSD. O Orador: — Sabe o Sr. Primeiro-Ministro que quanto O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a

menos se envolver nesse problema melhor. No fundo, palavra o Sr. Deputado José Barros Moura. pensa que os cidadãos de Coimbra aguentarão tudo: pri- meiro, o esquecimento da cidade; depois, a sua desqualifi- O Sr. José Barros Moura (PS): — Sr. Presidente, Sr. cação; por fim, o seu isolamento. O Sr. Primeiro-Ministro Deputado Carlos Encarnação, vejo que a sua difícil empre-