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0518 | I Série - Número 15 | 20 de Outubro de 2001

 

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Não há planeamento!

A Oradora: - VV. Ex.as nada conseguem perspectivar para o futuro, vão tentando remendar os males criados por vós!

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Muito bem!

A Oradora: - Essa é uma situação que temos de alterar de forma inequívoca e já!
Para além do mais, as situações que V. Ex.ª referiu estão definidas e sobre elas já existe uma decisão de construir novas unidades hospitalares.
No caso concreto que coloquei, quero saber se o Governo tenciona ou não construir essa nova unidade hospitalar, porque as populações têm de ficar a conhecer, de facto, as intenções reais do Governo para aquela área.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Saúde, eu gostaria mais de falar do «hospital das letras», porque ainda há pouco o nosso Presidente deu uma arpoada, como açoriano que é, ao esquema do discurso do meu colega Nuno Teixeira de Melo. Não gostou do proémio, espero que agora goste do meu, bem como da peroração que vou fazer.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Com certeza que apreciarei imenso, Sr. Deputado, já o posso dizer com antecipação.

O Orador: - Sr. Presidente, deixe-me brincar um pouco consigo, pois faço-o na maior amizade.
Sr.ª Secretária de Estado, não tenho coragem sequer de a atacar, como dificilmente teria coragem de atacar alguém que preside a uma casa falida. É evidente que não teria coragem!

Risos do CDS-PP e do PSD.

A verdade é que as finanças portuguesas estão na falência. A verdade é que não se produz porque não há rede de produção: não há agricultura, não há pesca, não há indústria, não há nada!

O Sr. David Justino (PSD): - Há socialismo!

O Orador: - Há serviços!
É evidente que os serviços vendem, mas vivem do valor acrescentado daquilo que produzimos e exportamos. Portanto, Sr.ª Secretária de Estado, não tenho sequer coragem para a atacar, pois a senhora é a herdeira de uma casa falida.
Sabendo eu como se organiza e se gere uma universidade (já geri a Universidade de Lisboa; deixei-a com dinheiro e agora também está falida), sabendo também como gere uma casa agrícola, na medida em que o meu pai me deixou algumas dívidas e tive de aumentar a produção para pagar o que devia, não há dúvida alguma que não me admiro que não haja dinheiro para construir, fora do centro do Montijo, um hospital.
Mas, Sr.ª Secretária de Estado, gostaria de lhe fazer uma prevenção, pois não sei se sabe: restaurar casas velhas - e eu tenho experiência disso - custa muito dinheiro, às vezes, é preferível pensar numa casa nova, porque, depois, não teria problemas com a canalização, com as goteiras, com o salitre nas paredes (e qualquer dos amigos aqui presente sabe o que isto é). Portanto, Sr.ª Secretária de Estado, seria preciso ter um raciocínio económico.
Mas quando vejo meterem já o IPE na gestão dos hospitais, o qual é constituído por burocratas que estão lá a ganhar uns dinheirinhos nada maus e que, em geral, nunca souberam administrar até as próprias casas…

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sr. Deputado, estou a apreciar imenso a sua intervenção, mas o tempo esgotou-se.

O Orador: - Sr. Presidente, estou terminado, mas não acabado!

Risos de Deputados de todas as bancadas.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Epifânio.

O Sr. José Manuel Epifânio (PS): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero dizer à Sr.ª Deputada Lucília Ferra que, se o Governo não tem perspectivas de futuro, a Sr.ª Deputada também não tem muito com que se vangloriar, porque, em relação à saúde, veja-se o que foi feito pelo governo do PSD no que toca ao Hospital Distrital de Setúbal: em vez de se construir um novo hospital remendou-se o velho, que hoje tem os problemas que tem!
Por outro lado, o que também me inquieta muito, Sr.ª Deputada, é o facto de a sua grande preocupação com as pessoas acontecer agora,…

A Sr.ª Lucília Ferra (PSD): - Vem já de há muito tempo!

O Orador: - … que, por acaso, é altura de eleições autárquicas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Pena é que, em nenhum dos processos de discussão pública do plano estratégico elaborado pela Câmara Municipal do Montijo, nem a senhora nem os Deputados do seu partido tenham alguma vez levantado alguma questão ou, pelo menos, votado favoravelmente a intenção da câmara municipal de dotar com infra-estruturas físicas, em disponibilidades de terreno, a possibilidade de, num futuro próximo, poder haver um hospital de substituição do velho hospital do Montijo.
A Sr.ª Deputada disse que a vossa grande preocupação, neste momento, eram as pessoas. Eu faria uma pequena correcção: a sua grande preocupação, neste momento, são os votos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - E não é essa a sua preocupação?