O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0543 | I Série - Número 011 | 11 de Outubro de 2003

 

O Orador: - Não houve aqui, por parte do Sr. Primeiro-Ministro, uma tentativa de sacrificar um ministro, deixando ficar o seu amigo?!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - A nossa lógica é outra: é o interesse do País!

O Orador: - Tal como em relação a altos funcionários do Ministério e também, até, a um chefe de gabinete, que estará envolvido em processos pouco claros de violação de normas de ética, o Sr. Primeiro-Ministro nada disse.

Protestos do PSD.

Creio que deve explicações à Assembleia da República e ao País.

Vozes do PCP: - Muito bem!

Protestos do PSD.

O Orador: - E é sobre isto que gostaríamos de o ouvir, com toda a clareza, porque não são questões menores, como o Sr. Primeiro-Ministro disse. Tratam-se de questões de Estado.
O Sr. Primeiro-Ministro também deve explicações ao País, quero lembrar-lhe, sobre afirmações peremptórias que fez aqui, fazendo suas as afirmações do Sr. Bush, no sentido de que o Iraque tinha armas de destruição massiva.
Onde é que estão essas armas, Sr. Primeiro-Ministro?

Vozes do PCP: - Muito bem!

Protestos do PSD.

O Orador: - Foi na base deste argumento que o Sr. Primeiro-Ministro envolveu Portugal numa guerra injusta e ilegítima!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E agora quer, inclusivamente, enviar um contingente da GNR para o Iraque. Com que argumentos? Não lhe peço que dê aqui a sua palavra de honra sobre a sua boa fé, ou que nos diga que está de consciência tranquila, mas deve uma explicação ao País, deve essa explicação ao País. As afirmações foram feitas aqui, na Assembleia da República!

Aplausos do PCP.

Quanto à União Europeia e à CIG, estamos de acordo com os princípios que enunciou, mas, em relação aos comissários, não ficou bem clara a posição do Governo português, ou seja, não sabemos se defende, com toda a clareza, que não haja de facto comissários de primeira e de segunda.
Por outro lado, nada nos disse sobre a língua, que é uma questão que começa agora a ser suscitada, e gostaríamos também de o ouvir sobre a mesma.
Já quanto à votação, parece-nos que o Governo parte com uma posição de vencido,…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Exactamente!

O Orador: - … com a argumentação de que o que conta não é o número de votos mas, sim, o peso político, a possibilidade política, o enquadramento político. Sr. Primeiro-Ministro, isto é dizer o seguinte: nós vamos aceitar aquilo que os grandes resolveram propor na CIG - entre França e Alemanha - e não aquilo que tinha sido decidido em Nice.
Relativamente ao referendo, Sr. Primeiro-Ministro, desculpe que lhe diga mas o Sr. Primeiro-Ministro acabou por dizer que não tem qualquer convicção quanto ao referendo. Veio aqui dizer-nos, inclusivamente, que decidiu o referendo para aumentar o poder negocial na CIG, não porque entenda que os portugueses devam ser consultados. Aliás, decidiu-o numa noite, numa fuga para a frente, para ver se saía do atoleiro da crise ministerial. É isto que fica!

Vozes do PCP: - Exactamente!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não foi nada disso!

O Orador: - E, depois, vir propor que o referendo se faça no mesmo dia das eleições europeias é, pura e simplesmente, defender uma paródia de referendo,…