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0590 | I Série - Número 012 | 16 de Outubro de 2003

 

A Oradora: - A estratégia passou a estar certa por definição, por maioria e por aclamação!

O Sr. José Magalhães (PS): - Claro!

A Oradora: - Até porque quem discordasse ou não era economista, e por isso deveria calar-se, ou, se era economista, era um economista incompetente, e deveria calar-se também. São épocas!
Progressivamente, haverá que reconhecê-lo, o cumprimento do défice simplificou-se. O controlo das despesas correntes falhou e, porque se acelerou um processo de crise, as receitas fiscais reduziram-se.
Mas o défice passou a estar sempre controlado. Em cada ano, basta escolher que património se vende (enquanto durar), quanto investimento público se corta e que "manigâncias" contabilísticas convém fazer - isto até somar o valor do défice pretendido; depois congratulamo-nos, porque cumprimos o défice! E se cumprimos o défice é porque estamos no bom caminho!

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em Outubro de 2003, já toda a gente percebeu que o "rei vai nu"! Entretanto, quase meio milhão de portugueses ficou sem emprego, entrámos em recessão e, durante pelo menos três anos consecutivos, afastamo-nos da média da União europeia.
Não há dúvida para ninguém de bom senso que a política do Governo foi um falhanço total!

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - Mais grave ainda, no entanto, é a percepção, cada dia mais nítida, de que grande parte dos sacrifícios e algumas violências que os portugueses estão a sofrer na pele podem ter sido e continuar a ser de uma inutilidade total. Nada do que estruturalmente interessava corrigir ou melhorar está em processo de mudança.

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

A Oradora: - É que o País precisava de uma visão para o futuro, precisava de um sentido para os sacrifícios que estão a ser pedidos. O País precisava de ver a competência dos nossos jovens portugueses a afirmá-los progressivamente entre os melhores da Europa. O País precisava de ver a qualificação do território e das infra-estruturas portuguesas a tornar cada dia mais central um País que é periférico. O País precisava de ver contrabalançadas, através de políticas estruturantes, as aglomerações terceiro-mundistas do nosso litoral.

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

A Oradora: - O País precisava de ver chegar ao mundo empresarial cada dia mais dos mais qualificados do País. Mas não!
Em Portugal - o "país Mc Kinsey", como alguns já lhe chamam -, nos tempos que correm, sobram os consultores, mas falta o essencial: falta a visão, o desígnio e a coerência das políticas!

Aplausos do PS.

Os portugueses precisam, urgentemente, que o Governo lhes mostre que não se limita a patinar no lodaçal do quotidiano, com discursos inflamados, mas efectivamente perdido entre as mentiras da campanha eleitoral e as quimeras para 2010!

Aplausos do PS.

É que, deter uma maioria absoluta, num país social e politicamente estável, na última fase de apoio comunitário maciço, antes do alargamento da União Europeia, acarreta enormes responsabilidades históricas, e é por isto que o Orçamento do Estado para 2004 é importante.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - É que ou o Orçamento rompe com o passado e traz uma lufada de ar fresco e um rumo, ou, definitivamente, sob a responsabilidade deste Governo, Portugal não está parado, Portugal está a andar para trás.

Aplausos do PS.

Naturalmente que em anos próximos (já para o ano, talvez) as restrições começarão a abrandar, mas se é grave constatar