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0665 | I Série - Número 013 | 17 de Outubro de 2003

 

católica por este facto.

Aplausos do PS, do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, em relação ao voto que está em discussão e que procura assinalar os 25 anos do pontificado do Papa João Paulo II, é nosso entendimento que, se é verdade que a intervenção do Papa João Paulo II foi marcante - e ninguém pode dizer que os últimos 25 anos estiveram à margem da sua intervenção -, também é verdade que há aspectos contraditórios na sua personalidade.
Para nós, é extremamente positivo e importante sublinhar o papel desempenhado na aproximação e no diálogo inter-religioso. É, seguramente, um marco extremamente importante na herança que o seu pontificado deixa.
Do nosso ponto de vista, consideramos extraordinariamente importante o seu papel no que diz respeito, mais recentemente, aos conflitos armados, à paz, à agressão militar e à intervenção belicista no Iraque, em relação à qual, muitas vezes, a sua voz se ergueu em favor da paz, do desarmamento e num apelo à busca de soluções que, lamentavelmente, foram ignoradas.
É também importante o seu papel depois do 11 de Setembro, no sentido de procurar fazer sentir que não há conflitos entre civilizações, todos somos seres humanos e, como tal, todos somos iguais.
Porém, do nosso ponto de vista - e esse é, indiscutivelmente, um aspecto limitativo daquele que poderia ser o âmbito da sua intervenção -, tem tido um papel menos positivo e algo contraditório no que se refere aos direitos das mulheres, designadamente os direitos sexuais e reprodutivos e os direitos de prevenção, nomeadamente, em relação à catástrofe da SIDA, direitos que são parte integrante dos direitos humanos, direitos que, entendemos, são universais e indissolúveis.
Assim, vamos votar a favor do voto n.º 97/IX, embora entendamos que ele não reunia condições para o subscrevermos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, considerando que um voto sobre esta matéria deve ser algo mais explícito do que um voto consensualizado, passarei a ler o voto do CDS-PP que propomos à votação.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - "Totus Tuus foi este o lema que João Paulo II escolheu para o seu pontificado quando, em 18 de Outubro de 1978, chegou à cadeira dos sucessores de Pedro onde começou logo a fazer história ao tornar-se no mais jovem pontífice do século XX e o primeiro Papa não italiano desde 1523. Para trás, ficou o seu nome de baptismo Karol Wojtyla e um percurso eclesiástico no seu país natal, a Polónia, onde durante a ocupação nazi descobriu e aprofundou a sua fé e princípios doutrinais.
Foi ordenado sacerdote em 1946, tendo-se formado em Teologia, em Roma, e doutorado na Universidade Católica de Lublin. O ano de 1958 marca a sua nomeação como Bispo Auxiliar de Cracóvia. Em 1964, já era Arcebispo para três anos depois ser nomeado Cardeal pelo Papa Paulo VI. A par da sua actividade eclesiástica, Karol Wojtyla manteve sempre viva a sua paixão pela escrita, pelo teatro e também pelo desporto.
Desde a sua designação como Sumo Pontífice, em 1978, não parou de surpreender nos mais diversos campos da sua acção pastoral. Exemplo do seu espírito e vontade são as 129 viagens pastorais que efectuou, o equivalente a 11 voltas ao mundo. A sua visão e concepção missionárias permitiram-lhe ser pioneiro no diálogo inter-religioso.
A voz do Papa que veio do Leste acabou por influenciar numa enorme explosão do verbo alguns dos acontecimentos mais marcantes do século XX. Exemplo disso a frase que simbolicamente deixou no seu país natal: "É preciso coragem para caminhar na direcção que ninguém trilhou antes", abrindo o caminho para a democracia e respeito pelos direitos humanos nos países de Leste."

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - "No ano do Jubileu, 2000, João Paulo II, foi em peregrinação à Terra Santa para se afirmar a favor da paz na região e pedir, ainda, desculpa aos judeus pelas injustiças históricas da Igreja de Roma.
A par da sua luta e empenho pela paz, uma das marcas do seu pontificado, foi a forma como soube ir ao encontro do mundo e o empenho em quebrar as barreiras entre ricos e pobres. Para o conseguir falou e lançou o debate sobre temas como a pobreza e os conflitos sócio-políticos num apelo sistemático ao progresso e à mudança, abrindo caminho, assim, ao respeito pela dignidade e condição humanas.
Como aspectos marcantes do seu pontificado, podemos ainda sublinhar que:
João Paulo II mantém com os jovens um relacionamento de especial proximidade e um diálogo preferencial. Estes,