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2202 | I Série - Número 039 | 16 de Janeiro de 2004

 

declinou, relembrando a crise de confiança na nossa economia, relembrando a divergência, em termos de crescimento económico, com o resto da Europa. Não! O Presidente da República disse mais: disse que não só o País está com uma grave crise económica como, ainda por cima, aquilo que era o objectivo central da política económica do Governo, aquilo que era o "alfa e ómega" da política económica, não está a ser conseguido nem a ser alcançado. Ao contrário, o défice orçamental em 2003 é pior do que o défice orçamental em 2001.
Segundo o próprio Banco Central Europeu, o défice de 2003, descontado, naturalmente, aquilo que foi muito criticado na mensagem do Sr. Presidente da República, ou seja, as receitas extraordinárias, é de 5,4%. Srs. Deputados, que vergonha! Um défice de 5,4%! Isto quer dizer que de todo e qualquer ponto de vista, qualquer que seja o ângulo por que olhemos para a nossa economia, uma coisa podemos dizer: é que esta política é um falhanço. E, por mais criatividade que tenhamos, esse é o ponto essencial desta mensagem.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É claro que devemos dizer, em abono da verdade, que aquilo que o Sr. Presidente da República disse já foi dito por muita gente. Mas, se fosse outro o autor desta mensagem, os senhores diriam que era um pessimista, porventura até o acusariam de ser antipatriota, como é o Sr. Presidente da República, os senhores tentam dizer ao País que ele diz o contrário do que, afinal, disse.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Isso é apenas um esforço patético.
Portanto, o que se vos pede, Sr. Deputado, é que paremos com este "teatro" ridículo de pretender que o Presidente da República diz uma coisa, quando diz outra. Perguntarão os portugueses: "Então, se tudo estava a correr bem e se tudo está bem, por que razão o Sr. Presidente da República enviou uma mensagem à Assembleia?" Foi apenas por uma razão: é que as coisas estão realmente a correr muito mal.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E o objectivo desta mensagem, olhada com responsabilidade, significa apenas uma coisa:…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o tempo de que dispunha esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - … depois de o Sr. Presidente da República dizer o que disse, o dever do Governo é mudar de política económica e mudar de prioridades. É disso que estamos à espera.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Neto.

O Sr. Jorge Neto (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Sócrates, deixe-me dizer-lhe que começamos a ficar fartos desse tipo de discurso inflamado…

Vozes do PS: - Oh!…

O Orador: - … que, de facto, apenas acentua e enfatiza clichés e postulados axiomáticos…

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Picardias!

O Orador: - … de natureza catastrofista, que não têm qualquer correspondência com a realidade. Nós estamos habituados a esse discurso, mas estamos a ficar fartos, e seguramente que os portugueses já não suportam mais a monotonia monocórdica que enforma esse discurso, porque ele não tem qualquer correspondência com a realidade.
Sr. Deputado José Sócrates, sejamos claros, directos e frontais. O senhor leu tão bem como eu, porventura até melhor, a mensagem do Sr. Presidente da República. O Sr. Presidente da República faz um apelo, um apelo claríssimo,…