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3288 | I Série - Número 059 | 05 de Março de 2004

 

Torres é entronizado no mais alto órgão político - no Senado -, ao lado do Ministro Bagão Félix e de outros altos representantes da direita, onde a elite se junta para aconselhar e escolher.
Avelino Ferreira Torres é a política profunda deste país, em que a tradição do caciquismo, dos negócios e dos seus clubes locais sequestram a nossa democracia. E quem os apoia não tem autoridade moral para falar em responsabilidade política, porque em política todas as acções têm de ter consequências.
Por isso, quem gosta da companhia de Avelino Ferreira Torres para ganhar câmaras municipais tem de responder politicamente por Avelino Ferreira Torres. Isto, mais do que um pontapé dentro de um campo de futebol, é que tem de ser debatido. Portanto, ou o CDS-PP diz aqui claramente que este homem perdeu a sua confiança ou responde politicamente por cada um dos seus actos. Porque todas as evasivas têm limites, têm o limite da democracia.
E porque somos democratas e porque respeitamos profundamente o pluralismo político, a diversidade de opiniões e, em particular, os nossos adversários, aqui estamos a apelar à responsabilidade e à seriedade, que tem faltado em Marco de Canavezes.

Aplausos do BE, do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Coelho.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - O CDS-PP não pede?! O CDS-PP não diz nada?!

O Sr. Miguel Coelho (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Alda Sousa, quero cumprimentá-la pela sua intervenção e dizer-lhe que subscrevo aquilo que disse. Eu próprio fiz um requerimento sobre os acontecimentos que todos nós pudemos ver e o Partido Socialista vai apresentar hoje um voto sobre esta matéria.
No requerimento que fiz, coloquei algumas questões sobre as quais era importante podermos reflectir e sobre as quais gostava também de ouvir a sua opinião.
De facto, aquilo que pudemos ver pela televisão foi típico, foi digno de uma autêntica "república das bananas": um presidente de câmara, que, como disse, estava no seu camarote VIP - não era dirigente -, resolveu descer ao relvado e manifestar a sua revolta contra aquilo que ele acha que se passa na arbitragem, porque não terá sido marcada uma falta qualquer. Aquilo que vimos foi um "belo exemplo" para as crianças, e, por acaso, eu estava a ver televisão e tinha o meu filho de oito anos ao lado, que estava de boca aberta e fartou-se de me fazer perguntas sobre o que estava a acontecer e se aquilo podia acontecer.

O Sr. António Costa (PS): - É o modelo CDS-PP!

O Orador: - Foi, na realidade, um "belo exemplo". E, como sucedeu no ano em que há em Portugal o EURO 2004, também foi uma bela propaganda da imagem desportiva e até cívica do nosso País.
Depois, também vimos como reagiram as forças da ordem. Até percebo a reacção dos agentes locais da força da ordem, porque trata-se do presidente da câmara da terra, que agride a oposição e que segue o lema "quero, posso e mando", o que não percebo é o facto de o Sr. Ministro da Administração Interna ter dito que elas agiram correctamente.

O Sr. António Costa (PS): - É o modelo CDS-PP!

O Orador: - Isso é que eu não percebo e até tinha quase vontade de perguntar ao Sr. Primeiro-Ministro se não tenciona demitir o Ministro da Administração Interna.

O Sr. António Filipe (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Mas, Sr.ª Deputada, esta questão coloca uma outra, sobre a qual gostava de ouvir a sua opinião. O Governo anunciou pomposamente, talvez até de uma forma discutível, embora eu, tendencialmente, até possa concordar, que iria brevemente propor uma lista de cidadãos que não podem assistir aos jogos de futebol, a tal lista dos adeptos indesejáveis. Não concorda que está aqui uma bela oportunidade, se o Governo é sincero, para dar o exemplo…

Risos do PS e do PCP.