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3909 | I Série - Número 072 | 02 de Abril de 2004

 

A Oradora: - O Sr. Deputado Francisco Louçã nada disse, nada perguntou. De modo que tiro as minhas conclusões e penso que a sua intervenção não tem razão de ser.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Não faz ideia do que é o Parlamento!

A Oradora: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os problemas globais de insegurança têm condicionado a agenda internacional. Por isso, a política externa portuguesa tem participado activamente, no plano europeu e no quadro da relação transatlântica, nas iniciativas que se desenvolveram no âmbito da criação de condições de segurança internacional.
Neste contexto, Srs. Deputados, este debate é bem-vindo. Trata-se de uma oportunidade para, com clareza, enunciarmos as nossas posições quanto a uma questão que, sobretudo desde 11 de Setembro de 2001, se tem tornado o centro do debate político em todo o mundo. Refiro-me, claro, à questão do terrorismo, que, naquela data, de forma espectacular e absoluta, declarou guerra aberta aos valores da democracia e dos direitos do Homem, que perfilhamos, e à segurança dos Estados e dos cidadãos, onde quer que eles se encontrem.
Nesta Casa, todos, sem excepção, estamos e estaremos unidos na sua condenação e no combate a este flagelo niilista e cobarde.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - É esta a minha convicção! Digo mais: tenho, disto, a certeza absoluta!
Dito isto, partindo daqui, verdade é que, nesta condenação e neste combate, fazemos análises distintas, tomámos caminhos diferentes e até usámos linguagens diferentes. E é bom que clarifiquemos, entre nós, essas diferenças, para nós e para os portugueses que nos estão a ouvir, e que representamos.
Vamos então ao que nos separa. E devo dizer que nos separam, desde já, do Bloco de Esquerda os seus pressupostos, ao ter suscitado uma interpelação ao Governo sobre política externa, na sequência dos atentados do passado dia 11, em Madrid. Isto equivale a dizer, por outras palavras, que, para o Bloco de Esquerda, estes atentados vêm demonstrar o mal fundado das posições tomadas, que os atentados têm apenas um destinatário específico - os que participaram na coligação contra Saddam Hussein - e que o Governo português deveria rever as suas posições, eventualmente, a exemplo do futuro Governo espanhol. Em nada concordamos com esta análise.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Perante a ameaça do terrorismo fundamentalista islâmico, qual é o interesse português? Desde logo, prevenir agressões no território nacional e contribuir para o combate da comunidade internacional aos movimentos terroristas, até à sua completa derrota.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É um combate permanente contra inimigos que não descansam, nem nos dão quartel. Digo inimigos avisadamente. Quem destruiu as torres de Manhattan, quem atacou as gares de Madrid, há três semanas, quem assassinou, em massa, turistas alemães, na Tunísia, e australianos, em Bali, cooperantes franceses, em Karachi, e funcionários consulares britânicos, em Istambul, foram grupos terroristas da constelação al-Qaeda. Uns receberam instruções dela, outros só a inspiração, mas a sua causa é a mesma. Não tenhamos ilusões! O inimigo são eles e também quem lhes dê doutrina e dinheiro. É essencial nunca esquecer isto!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Não pensar, como alguns na Europa parecem pensar, que o inimigo são os Estados Unidos e a Administração Bush. Nem pensar, como nos Estados Unidos alguns parecem pensar, que o inimigo são os europeus ou, pelo menos, uma parte dos europeus.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - O inimigo é o braço armado do fundamentalismo islâmico e o que eles querem é