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3912 | I Série - Número 072 | 02 de Abril de 2004

 

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, antes de dar a palavra ao Sr. Deputado Francisco Louçã para uma interpelação à Mesa, informo que a Mesa já regista oito pedidos de palavra para solicitar esclarecimentos à Sr.ª Ministra dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas.
Tem a palavra, Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, gostava de dar um esclarecimento, visto que a Sr.ª Ministra entendeu começar a sua intervenção com uma referência pessoal completamente descabida,…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

… segundo a qual eu teria ficado silencioso no último debate sobre esta matéria com o Sr. Primeiro-Ministro. Sucede, e este esclarecimento é-lhe devido, que a bancada do Bloco de Esquerda tem uma intervenção no debate mensal com o Primeiro-Ministro e o Deputado Luís Fazenda fez essa intervenção, exprimindo, naturalmente, o ponto de vista da bancada, que é também o meu. Portanto, sinto-me perfeitamente representado, Sr.ª Ministra, razão pela qual não se deve preocupar com isso.
A alusão a que eu me teria calado, no entanto, Sr.ª Ministra, é de tal mau gosto que nem consigo acreditar que tenha sido sugerida pelo Ministro Luís Marques Mendes.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Francisco Louçã, lembro que as interpelações são dirigidas à Mesa e não à Sr.ª Ministra, que não faz parte da Mesa.
Vou agora dar a palavra aos Srs. Deputados que se inscreveram para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Francisco Louçã.
Assim, tem a palavra o Sr. Deputado José de Matos Correia.

O Sr. José de Matos Correia (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, a intervenção que V. Ex.ª aqui fez confirmou aquilo que nós já sabíamos antes de a ouvir: o Bloco de Esquerda e V. Ex.ª não vieram aqui para colocar questões sérias mas para fazer um daqueles exercícios de retórica política em que V. Ex.ª se tornou especialista.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - O Bloco de Esquerda sabe que não há nada de novo a dizer sobre a questão do Iraque, porque o Governo já veio, vezes sem conta, à Assembleia, prestar esclarecimentos sobre esta matéria e há menos de uma semana o Sr. Primeiro-Ministro, de novo, aqui respondeu a mais perguntas sobre este problema. Contudo, isto não importa, porque, para o Bloco de Esquerda, o que conta é aparecer, é dar nas vistas, é provocar.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E a razão disso é muito simples: o Bloco de Esquerda não tem, verdadeiramente, causas, Sr. Deputado, tem conveniências; não tem projectos, tem slogans!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Deputado Francisco Louçã, para o Bloco de Esquerda, a agitação é um fim em si mesmo. O comportamento do Bloco de Esquerda é bem a prova de que o populismo e a demagogia também estão na extrema-esquerda.
Quanto ao Iraque, e já que quis aqui trazer essa questão, deixe-me dizer-lhe o seguinte: o Governo teve sempre uma postura clara nesta matéria, consentânea com os nossos valores e interesses. Portugal sempre disse que privilegiava uma solução pacífica do conflito iraquiano e que a ONU deveria ter uma intervenção determinante nesta matéria, mas também sempre dissemos que, se houvesse guerra, apoiaríamos politicamente os nossos aliados, porque, para nós, não há hesitações quando de um lado estão a liberdade e a democracia e do outro lado está o regime de terror e de ditadura de Saddam Hussein.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.