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3915 | I Série - Número 072 | 02 de Abril de 2004

 

O Orador: - Termino, Sr. Presidente, dizendo apenas mais uma coisa ao Sr. Deputado Francisco Louçã.
O problema para a falta de credibilidade da vossa política externa, Sr. Deputado,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Qual política?!

O Orador: - … é o de que, se ela fosse seguida, Portugal só seria respeitado em dois sítios: na cimeira de Porto Alegre e nas manifestações de rua contra a globalização. Não nos ouviriam em mais lado algum!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, dispondo de um máximo de 5 minutos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, percebe-se, destas duas intervenções e do tom do que aí vem, por que é que o Ministro Luís Marques Mendes foi tão sábio ao propor o dia 1 de Abril para este debate.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Ah!…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Foi em homenagem ao BE!

O Orador: - Fica bem esclarecido que com mentiras se começou, com mentiras se continua e com mentiras se vai acabar!
Srs. Deputados, posso emprestar-vos, e talvez até à Sr.ª Ministra dos Negócios Estrangeiros, se ela não o conhecer, o relatório dos serviços secretos britânicos em que se baseou o nosso Primeiro-Ministro. Esse relatório começa por falar das localizações certas das armas químicas e biológicas.
Perguntava Hans Blix, com muita graça: como é possível ter 100% de certeza sobre a existência das armas e 0% de certeza sobre a sua localização?! Mas, é claro, este não era um problema do PSD!

Vozes do CDS-PP: - Responda às perguntas!

O Orador: - Pensei que o Sr. Deputado José de Matos Correia falou me viesse confirmar a informação do Sr. Deputado António Nazaré Pereira, que, com a ousadia que caracteriza os Deputados do PSD, aqui há tempos deu nesta Assembleia, com o mapa exacto das localizações das armas. Dizia ele: "Armas nucleares? Eu sei onde estão! Estão em Qaim, Kadat, Qa Qaa, Tuwaitha. Armas Biológicas? Também sei onde estão! Em Taleju, Mohamediat e Daura. Armas químicas? Também sei onde estão! Estão em Faluda!". Ele sabia tudo!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Responda às perguntas!

O Orador: - Era tudo mentira, Srs. Deputados! Tudo mentira, de alto a baixo! Não nos peçam, portanto, face à guerra justificada pela mentira, que adiramos à lógica da guerra.
A pergunta pertinente nunca é se estavam melhor ou pior no tempo de Saddam ou se ficaram melhor ou pior depois. O Iraque estava mal no tempo de Saddam! Mas por que não perguntaram ao Sr. Primeiro-Ministro, que já se ausentou da Sala, por que teve ele tanto à-vontade para vender armas a Saddam Hussein? Na altura em que ele era um bom cliente, não se queixavam os Deputados da maioria, nem sugeriam manifestações de rua, Sr. Deputado José de Matos Correia.
O Sr. Deputado não era do PSD em 1988? E, em 1988, não houve o massacre de Halabja? Não houve vários milhares de curdos mortos por armas químicas? Em 1988, Durão Barroso não estava no governo? E o governo não estava a vender armas a Saddam Hussein?
Em 1989, o que aconteceu? Deixou de vender armas a Saddam Hussein?! Sabe a resposta, não sabe? Continuou a vender armas a Saddam Hussein! O senhor esteve nas manifestações? Posso dar-lhe um panfleto que fiz, nessa altura, protestando e denunciando esse massacre.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Só faz panfletos!

O Orador: - Estive nas manifestações, como esteve toda a esquerda, Sr. Deputado!