O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3916 | I Série - Número 072 | 02 de Abril de 2004

 

Em contrapartida, aqueles negociantes que vendiam armas e que ainda hoje consideram justificável vender armas podem explicar tudo e o seu contrário.
Quando o Sr. Deputado Telmo Correia tomou a palavra, pensei que viesse defender o Ministro Paulo Portas, dizendo que é preciso vender armas à Arábia Saudita, que é indispensável fazer negócios com aquela boa gente da Arábia Saudita,…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Responda às perguntas!

O Orador: - … que combater o fundamentalismo é apoiar a Casa de Saud, é apoiar a família real da Arábia Saudita, um país que não tem Constituição, não tem partidos, não tem leis, não tem direitos; tem uma polícia religiosa que espanca as mulheres se, nas ruas, o seu rosto ou o seu tornozelo é visto por detrás das vestes islâmicas. Este é o preço do fundamentalismo!
É absolutamente escandaloso que estejam dispostos a abdicar dos mais elementares princípios de humanidade e de política internacional só por obediência, porque o grande chefe da Casa Branca assim decide, mesmo que tenha sido ele a financiar os taliban, mesmo que tenha sido ele a apoiar os fundamentalismos islâmicos, mesmo que seja ele a manter o apoio ao regime da Arábia Saudita.
Aqui há, de facto, uma divisória, a divisória entre a mentira e o debate político sério; é querer manter, custe o que custar, uma mentira. Ela caiu! Ninguém acredita nela!
Richard Clarke, o conselheiro sobre o terrorismo do Presidente George Bush, veio declarar que, contra a sua opinião, o Presidente queria começar por atacar o Iraque em resposta ao massacre de 11 de Setembro de 2001. A resposta de Rumsfeld - vejam bem como ele explicava - foi a seguinte: "Não há suficientes alvos no Afeganistão, por isso vamos bombardear o Iraque". Isto está nas actas do Congresso norte-americano, dito por uma pessoa tão autorizada como Richard Clarke.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Responda à questão da NATO!

O Orador: - É esta lógica da guerra que não aceitamos! E a lógica da guerra, Srs. Deputados Telmo Correia e José de Matos Correia, é a lógica da mentira.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço-lhe que conclua, pois já esgotou o tempo de que dispunha.

O Orador: - Concluo já, Sr. Presidente.
Os senhores tornam-se mentirosos compulsivos para defender a lógica da guerra, custe o que custar,…

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Responda às questões!

O Orador: - … mesmo que tenham ao vosso lado fascistas islâmicos e terroristas fundamentalistas, como têm e como, pelos vistos, se orgulham de continuar a ter.

Aplausos do BE.

Vozes do CDS-PP: - Não respondeu a nada!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vou agora dar a palavra aos Srs. Deputados que se inscreveram para pedir esclarecimentos à Sr.ª Ministra dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas.
Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr.ª Ministra dos Negócios Estrangeiros, na sua intervenção, que naturalmente já trazia escrita, explicou que se querem restabelecer regimes fundamentalistas em que a única educação é corânica e a única lei é a sua versão pura e dura - pena de morte, amputações, lapidação de adúlteras, as mulheres não têm direitos e andam veladas da cabeça aos pés - e acrescenta que não precisamos tentar imaginar um país assim, basta lembrarmo-nos do Afeganistão dos taliban.
A Sr.ª Ministra tem razão: isto é o Afeganistão dos taliban! Mas, infelizmente, Sr.ª Ministra, é também com a Constituição de Hamid Karzai que, hoje, se instala o regime islâmico fundamentalista no Afeganistão.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Isso não é verdade!